quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sport Levados ao Colo

Lembro-me do José Pratas a fugir em pleno Alvalade de Oceano, Cadete e Venâncio; lembro-me de mais de meia dúzia de árbitros a fugirem em plenas Antas de Couto, João Pinto, Jorge Costa, Paulinho Santos e outros clientes da Carolina e nunca nada. Nem um castigo ou simples reprimenda pública.
Lembro-me do Bruno Alves pisar uma dúzia de jogadores em pleno jogo e nunca nada.
Lembro-me de vários jogadores, dirigentes e árbitros saírem do Túnel das Antas com olhos negros, hematomas e nódoas negras e nunca nada.
Este ano, o Benfica já vai em três castigos.
Primeiro Luisão através de imagens onde não se via nada porque estavam literalmente tapadas por um jogador. Depois Nuno Gomes por, imagine-se, "palavras" coisa que nunca na vida vi ser aplicada a um qualquer jogador do FCP. E não é preciso saber ler lábios para perceber a quantidade de vezes que insultam e insultaram árbitros ou adeptos adversários em pleno relvado.

Não satisfeitos, agora é Katsouranis também por palavras. Sim, um Grego suspenso por palavras em português.
Rebuscado? Não! É a Liga que é controlada há quase 30 anos pelo Benfica e só faz isto para nos levar ao colo.
Claro, não é?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Hoje há leitão

É bom demais para ser verdade. Ao que parece, o Bolton prepara-se para largar qualquer coisa como 13 milhões de euros por Miguel Veloso, filho do Herói de Estugarda António Veloso.
Tendo o jogador 92 kg, isto dá cerca 141.000€ o kilo. Ou seja, os bifes julgam que estão a pagar lombo e não sabem que vão levar leitão.
Aviso desde já que em Alvalade não há livro de reclamações.
Bom-apetite!

domingo, 25 de janeiro de 2009

O lagarto Quique

Agora que passam seis meses sobre a chegada de Quique Flores a Portugal, tenho cada vez mais certezas de uma coisa: o espanhol é tão benfiquista como eu.
Não acreditam? Eu provo.
Em primeiro lugar, o andaluz faz uso de todos os meios ao seu alcance para prejudicar o Benfica. As suas opções no banco podiam ser utilizadas pela SAD encarnada para accionar um processo de despedimento por justa causa e pela direcção sportinguista para lhe atribuír uma medalha por bons serviços prestados. Diria, para reforçar esta minha tese, que nem eu trabalharia tão bem para enterrar o rival se me dessem a braçadeira por uma jornada.
Em segundo lugar, Quique gosta mais de falar mal dos jogadores benfiquistas do que eu. E olhem que não é fácil. Aqui o vosso escriba 7 Maldito já ostenta quatro troféus de maldicência lampiónica, conquistados no difícil terreno do Café Central de Atouguia da Baleia, todos eles ganhos ao Miguel Sousa Tavares por uma unha negra. No entanto, admito desportivamente que no campeonato de shots de whisky disputado paralelamente, MST me goleou (literalmente) por 29-3.
Desde que chegou, Quique já se atirou publicamente a Katsouranis, Cardozo, Léo, Balboa, Di Maria, e nas últimas horas, Sidnei e Reyes (curiosamente, os mesmos dois que marcaram ao Sporting. É ou não é lagarto, este espanhol?).
Com toda esta frontalidade, o sobrinho da tia Lola está a perigar seriamente o seu posto de trabalho. E nós não queremos isso.
Porque gostaria de ter este galã sentado nos rubros bancos Recaro por muitas e boas temporadas, aqui ficam alguns conselhos para que melhor se adapte à realidade benfiquista.
Quique, os benfiquistas há décadas que se desabituaram de ouvir a verdade. Aprenderam a viver numa realidade muito própria que só eles, a imprensa desportiva, o Rui Cartaxana e o senhor Leonor Pinhão conseguem ver. Se queres ser amado pelos adeptos mesmo que, como os teus antecessores, acabes a época em 4º ou 5º lugar, tens que te enquadrar rapidamente nesta espécie de Second Life encarnado. E consequentemente, proceder a algumas alterações estruturais no teu discurso.
Começa por decorar este "mantra": somos o maior clube do mundo, temos uma equipa-maravilha, temos o melhor plantel dos últimos tempos e vamos ganhar o Campeonato, a Taça e a Champions (mesmo que, como é normal, não se qualifiquem para lá chegar). Repete todos os dias, depois das refeições.
Assim sendo, nunca mais ouses dizer que são os jornais que fazem de Di Maria o novo Maradona e que no campo o rapaz ainda não provou nada. Nada disso. Tens é que confirmar que Di Maria é melhor que o Maradona e os jornais ainda não lhe fazem a devida justiça.
E isso de dizer que o Reyes é só manchetes e rendimento zero? Estás maluco, ou quê? Se o Barbas te apanha transforma-te em cozido de Domingo. Vê lá se corriges e afirmas que Reyes é provavelmente o melhor ala-esquerdo do futebol mundial, um génio com provas dadas por todos os clubes por onde passou, e que só não triunfou no Arsenal e Atlético Madrid, por manifesta inadaptação...sei lá...ao clima, ou às tapas, pronto.
E toca a declarar que o Cardozo é um ponta-de-lança rapidíssimo, cobiçado por meia Premier League. E que Balboa é um génio, os quatro milhões que custou foram uma pechincha e os jornalistas é que são mal-intencionados.
Quique, se não te adaptas rapidamente daqui a umas semaninhas estás à procura de emprego. E olha que em Alvalade não te podemos ajudar. É que para cepos já lá temos o Bento.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Volte sempre

Lembram-se de Robert Enke?
Eu também não, mas hoje o Record faz questão de ressuscitar o guarda-redes alemão que há uns anos passou pelo Benfica. Segundo o pasquim, o atleta está interessado em voltar à Luz assim que o clube volte a participar na Champions.
Honestamente, não compreendo. Porque quando o Benfica voltar a jogar na Champions já Enke terá para lá de 50 anos. E depois, porque não vejo que boas recordações poderá ter o guardião das gloriosas noites europeias benfiquistas.
Será que já se esqueceu disto?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Liedson só há dois

Dizem que Liedson, melhor avançado do futebol português dos últimos anos, é único.
O franzino "Depenator", que na minha imparcial opinião merecia mais que ninguém o troféu FIFA de Melhor Jogador do Mundo é, jogo após jogo, o abono da "família sportinguista", essa abjecta expressão que o iluminado Salema Garção tanto gosta de utilizar.
O único problema é que Liedson (clone dos construtores de pirâmides de "Astérix e Cleópatra"), ainda não teve direito a um parceiro de ataque à sua altura. Tirando o Tello, que também andaria na casa do 1,50 m. Época após época lá tem o rapaz que aturar Elpídeos Silvas, Purovics, Alecsandros, Pinillas, Tiuís e outras aves migratórias pernetas que rapidamente são recambiadas para outras pastagens.
O sonho de Liedson e de todos os sportinguistas é encontrar outro Liedson.

(pausa)

É com as teclas embargadas pela emoção que vos anuncio que nesta minha recente incursão pela Mãe África (venha daí um forte abraço, Carlos Pinto Coelho), o encontrei!
Como Pêro da Covilhã procurou o longínquo reino de Preste João eu procurei o 31. Foram duras semanas de intensas buscas em remotas tabancas, florestas impenetráveis infestadas de cobras letais e noites à mercê dos mosquitos impregnados de malária. Para no final sentir a alegria que sentiu o Dr. Livingstone quando encontrou as cataratas de Vitória (esclarecimento: nem o Dr. Livingstone é oftalmologista nem a rapace benfiquista padece de qualquer problema de visão).
Aguardando apenas a chegada do seu certificado internacional, é com o maior prazer que vos apresento o "Novo Liedson".
Agora, já só há que encontrar um novo Luisão, mas isso se calhar já é pedir demais.



quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

E Diós viu a Luz


ÁMEN.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Em África

É com redobradas energias que retomo o contacto convosco, caros sócios e simpatizantes do Impróprio para Cardíacos, depois de duas semanas de viagem que me levaram de Lisboa até à Guiné-Bissau por estrada.
Tudo começou na semana anterior ao Natal, na secção de lingerie do El Corte Inglés (assim vão conhecendo pouco a pouco este vosso interlocutor, nomeadamente a sua fantasia com roupa interior - cor de carne - para septuagenárias), quando um telefonema me dá conta que A. se preparava para conduzir uma camioneta das obras até à Guiné, pois recusava submeter-se ao martírio burocrático que seria enviá-la num contentor. Tão rápido a decidir como o Levezinho na cara do golo, colei-me à boleia: oportunidades destas surgem uma vez na vida, um pouco como as decisões acertadas de Paulo Baptista.
Vou poupá-los aos tormentos inerentes a cinco mil quilómetros por Marrocos, Mauritânia, Senegal e Guiné-Bissau, aos buracos, às avarias, às doenças e tentar-me-ei cingir ao tema deste blog, o futebol.
Para além da banalidade que é, onde quer que vá, ver Portugal associado a figuras do universo Sportinguista (Portugal? Cristiano Ronaldo! Figo! Pedro Silva! Tiuí!), destaco a quantidade de gente envergando camisolas do FCP no Senegal, corroborando as estatísticas da UNESCO que apontam este país como um dos mais corruptos do mundo.
Na Mauritânia nada a assinalar. Trata-se de país maior que a Península Ibérica, areia de uma ponta à outra, com uma estrada, duas cidades e onde ainda se registam casos de escravatura. Creio que o futebol ainda não chegou aqui e que o desporto nacional continua a ser o arremesso de túbaros de camelo.
Já na Guiné-Bissau a coisa muda radicalmente de figura. O povo vibra com o futebol português, sabe o nome de cada um dos jogadores de cada um dos planteis da I Liga, sabe quantos ataques pelo flanco direito levou a cabo o Trofense contra a Naval e sabe que a Águia Vitória sabe mais de bola que o Quique Flores. Creio que a crise de assistências nos estádios nacionais pode passar pela transferência das partidas para Bissau, Bafatá ou Bolama: as bancadas estariam cheias e árbitros ladrões (não é inocente o recurso ao pleonasmo) seriam sumariamente punidos com um tiro na têmporas, com a conta da bala a ser enviada para casa da família do larápio.
Facto a registar: pela contagem de camisolas nas ruas (método científico já utilizado pelo Record e por A Bola em estaleiros das obras para contabilizar os 234 milhões de benfiquistas) os adeptos guineenses dividem-se em: 90% do Sporting, 7% do Manchester United, 2% do Inter e 1% do Rui Costa. Com esta indubitável prova da inteligência do povo guineense, a responsabilidade do país estar entre os dois mais pobres do mundo (em disputada competição com o Haiti) recai inteiramente sobre os governantes. Ou não fosse o presidente Nino ter como apelido…Vieira, e ser adepto do…do…do Benfica, pois claro.
Mas, para além do futebol e das suas infinitas belezas e encantos, África é também feita de dramas. Como aquele que me chegou aos ouvidos e que relatava a forma brutal e desumana como a população de uma recôndita tabanca (povoação) ostracisava e maltratava uma das suas crianças. Terá alguma malformação física?, interroguei-me. Ou lepra? Ou um olho no meio da testa? Será que – ahhh, pecado contra-natura! – tem um poster do Calado na parede de adobe da sua cabana?
Movido pela curiosidade e por aquela indomitável vontade que os ocidentais têm de resolver todos os problemas do terceiro mundo, pedi que me conduzissem até junto do pobre infeliz. Quatro horas de infernal e poeirenta picada depois, lá cheguei à tabanca de Nhane, perto de Nhacre, onde nasce o rio Nhongue.
Não demorei muito até encontrar o desgraçado. Estava na copa de um embondeiro, acossado e assustado. Cá em baixo, os outros miúdos atiravam-lhe pedras, os cães sarnentos esperavam que ele finalmente caísse e lá em cima, os abutres agoirentos voavam em círculos aguardando a sua vez. Afugentei toda aquela sinistra multidão e fiz baixar o petiz. Os meus olhos brilharam de emoção quando vi que envergava uma camisola do Sporting. Até lhe perdoei a ignorância do chinês contrafactor que imprimiu as riscas ao alto (!?). Mas subitamente, espantado pelo piar agudo de um corvo que passou perto, o miúdo virou-se, mostrando-me pela primeira vez as costas do equipamento. Atónito, pontapeei violentamente a criança, fazendo-a subir num ápice de volta para a copa da árvore. Chamei o resto da criançada, os cães sarnentos e ali estivemos até ao anoitecer a atirar pedras e cocos ao infeliz.
Decerto compreenderão esta minha atitude.






segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Toda a Verdade

Assumo. Sem qualquer tipo de dificuldade e com todo o desportivismo, assumo ser verdade que neste fim-de-semana o Benfica foi beneficiado pela arbitragem. Se digo quando somos prejudicados tenho de ter a dignidade de o fazer quando somos beneficiados. E sim, desta vez a actuação do árbitro acabou por favorecer o Glorioso Benfica. É com toda a honestidade que afirmo e confirmo desta vez ter ficado apenas um penalti por marcar a favor do Benfica, após falta de Frechaut sobre Suazo. Calma, calma, estou a brincar. Eu sei que também ficou um por marcar a favor do Braga por falta de Luisão sobre Matheus.
Sendo assim, as contas são simples. Ou seja, como o árbitro prejudicou as duas equipas de igual forma, e não somente o Benfica como tem sido habitual, pode-se dizer sem dúvida alguma, e com inteira justiça, que o Benfica esta jornada foi beneficiado pela arbitragem.


PS- Quanto ao golo, foi para compensar o que nos foi tirado contra o Nacional. Mas aí já não posso falar em benefício, porque senão estaria a esquecer, por exemplo, o golo anulado com o Setúbal.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ano Novo, Vida Velha

Agora percebo a dimensão da tão falada "recessão em 2009". Sinceramente, e apesar de ser pessimista por natureza, nunca pensei que a recessão tivesse poder para fazer o tempo andar para trás.
A recessão em 2009 começou de tal maneira forte que o Sporting voltou a ter um Yazalde, a única diferença é que este quando marca golos faz coraçõezinhos com as mãos. O Porto voltou aos tempos dos penaltis nos últimos minutos, em jogadas que se for um defesa portista a fazer nunca será assinalada a penalidade (sobretudo se for executada pelo Bruno Alves na jornada anterior). O Benfica - clube que apresenta maiores sintomas de recessão temporal - parece a sua 1ª equipa de futebol de jogar, totalmente composta por jogadores amadores. As únicas diferenças é que a nossa 1ª equipa jogava com dignidade e a actual equipa de amadora só tem a falta de garra, porque os salários são melhores que as reformas dos ex-administradores da CGD.
Já eu também estou a sofrer desta estranha forma de recessão. Parece que com a derrota justa e vergonhosa de ontem, voltei aos tempos em que não sabia escrever. Pelo menos aqui no Impróprio, acho que vou ter de voltar a aprender. Prometo que quando voltar a saber escrever e soletrar correctamente a palavra "Trofense", voltarei.
Não sei quanto tempo vai demorar. Mas uma coisa é certa, nunca será tanto como o que o SCP vai levar até voltar a ser campeão.