sexta-feira, 31 de agosto de 2007

E o visitante nº 1.000 é...

Ao contrário de todos os nossos prognósticos, o Impróprio para Cardíacos atingiu a mítica marca dos 1000 visitantes! São de facto números extraordinários, sobretudo sabendo que, ao contrário do que é hábito no futebol português, não foram falseados na secretaria. Podemos mesmo afirmar que o blogue de todos nós é já um colosso mundial! Senão vejamos, nestas poucas semanas já tivemos leitores na Noruega (um pescador de bacalhau, sedento de informação objectiva e isenta sobre o futebol lusitano); na Alemanha (o alter ego de Nietzsche), na Califórnia (o “Governator”, que é muito apreciador do futebol musculado das equipas treinadas por Jaime Pacheco); na Florida (os reformados americanos não têm mesmo nada para fazer); no Brasil (a lista de possíveis reforços para o plantel do “Pérola Negra” presidido por Reinaldo Teles); em Macau (um tipo que perdeu tudo ao jogo e que, por isso, até nos percebe); na Turquia (uma claque de fanáticos curdos), em Singapura (porque como se sabe é um país onde a liberdade é restrita), em Espanha (os benfiquistas e sportinguistas que aguardam nos hospitais de Badajoz que os seus filhos nasçam); no Reino Unido (um indivíduo muito “special” que aqui se vem inspirar para as suas conferências de imprensa), na Argentina (os 17 filhos ilegítimos de Diego “Deus” Maradona), na Índia (dois velhotes em Goa, um lampião e o outro lagarto, que aqui se mantêm em forma para se insultarem em bom português), no Japão (um tipo enganado pelo google, porque resolvemos experimentar pôr "naked school girls" num "tag" do blog, ahahah!) e, por último, em Portugal continental e Ilhas, de onde vêm obviamente o maior número de visitas, em especial, da Ala Sul do Estabelecimento Prisional do Linhó que detém, até ao momento, 89% das entradas. Quanto aos que entretanto aqui vieram oriundos da Bulgária e da Croácia, só pode ter sido engano.
Mas vamos ao que realmente justifica este post, o nosso milésimo visitante. Ao contrário do que normalmente acontece com as nossas equipas de futebol, a vitória sorriu-nos. Eu e o meu talentoso colega “O 7 Maldito” nem queríamos acreditar quando vimos o resultado. Saltámos abraçados a gritar golo, berrámos como o Manuel Subtil berrou na casa de banho da RTP, vibrámos como vibrámos no Euro 2004 (torneio que como todos sabemos ficou marcado pela final ter sido a meia-final), bebemos 2 grades de minis quentes cada um, fomos para o Marquês gritar o nome do vencedor e em seguida, tal e qual como os futebolistas fazem, fomos para uns bares ali perto festejar com a comunidade de leste. A nossa alegria justifica-se pela forma de jogar deste Senhor. De cabeça levantada, com classe, sem ser maldoso com os adversários, transmite a mística dos “Impróprios” aos mais novos, joga e faz jogar, marca e oferece a marcar, enfim, este Homem é o nosso nº 10 e capitão de equipa.
E para isto não parecer um jogo decidido a penaltys, vou terminar com o suspense e revelar o nome do vencedor através dos altifalantes: …Óscar Barbosa!
(som de petardo)
Óscar: directamente do Camarote Presidencial do IPC e, seguramente com o apoio de toda a nossa massa associativa, enviamos-lhe um forte e sentido aplauso de pé. Mais do que ninguém, o senhor merecia este prémio. Pelo amor à camisola e pelos ideais do nosso clube, agradecemos-lhe e iremos retirar a sua camisola com o dorsal 1000 em sua homenagem.
Obrigado e volte sempre.

Homem da Luz
O 7 Maldito

O Cliente Habitual

Ao contrário do que o título deste post possa indiciar, não vou falar das deslocações do plantel do Benfica ao Elefante Branco nas vésperas dos jogos. Deslocações essas em que, vá-se lá saber porquê, Nuno Gomes nunca é convocado.
O que me traz de volta às teclas deste computador gentilmente cedido pelo Museu da Informática é o Sorteio (ou deverei chamar Azareio?) da Champions que ontem teve lugar. Mais concretamente o primeiro e mais difícil confronto desta fase, com o todo-poderoso Manchester United. Depois de ouvir as opiniões dos “especialistas” e “analistas” convidados pelas TV’s, todos eles carpindo a triste sorte do nosso clube, aqui O 7 Maldito faz-se voz de todos os sportinguistas e traz à blogosfera em geral e aos portugueses em particular uma frase lapidar:

“Tá no papo!”

Riam-se com todos os vossos dois dentes, lacaios do "orelhas"! Perguntem-se como, filhos ilegítimos do Dragão! Exultem de alegria, excelsos sportinguistas!

A verdade é que os três primeiros pontos, ninguém nos tira. E se não acreditam eu passo a explicar.
No ano passado estive com um amigo duas semanas na Alemanha, a seguir a nossa selecção no Campeonato do Mundo. Começámos em Nuremberga com a vitória sobre a Holanda e acabámos em Munique derrotados pelos franciús, como todos se recordam.
Quinze dias no coração do Mundial dá para muita coisa. Dá para beber cerveja, falar de bola, beber cerveja,…hmmm…hã….hmmm, e beber cerveja e falar de bola. Numa destas conversas, regada a “minis” de 1 litro, desenvolvemos uma teoria que o meu amigo já tinha iniciado, e que veio a revelar-se 100% infalível. A “Teoria do Cliente Habitual ™®©”.
Segundo esta tese, estabelecem-se ao longo dos anos relações de “clientela” entre as equipas de futebol, sejam clubes ou selecções. Selecção X é cliente habitual de selecção Y. Por melhor momento de forma em que se apresente, por maior favoritismo que tenha nas apostas ou por mais factor casa que haja, nada contraria o “habitual clientelismo”. A mais recente prova da exactidão desta teoria veio da Copa América. Uma Argentina que até aí deslumbrava com o seu futebol espectáculo, interpretado por artistas de classe mundial, baqueou aos pés de um Brasil B que se vinha arrastando penosamente até ao jogo decisivo. Aos meus amigos “bonairenses” que ainda hoje se perguntam porquê, eu respondo: clientes habituais.
Assim, podemos afirmar sem margens para dúvidas que Inglaterra, Holanda e Rússia são clientes habituais de Portugal. Até o Brasil já preencheu o cupão para receber o cartãozinho de fidelidade em casa. Por outro lado, somos clientes habituais da Itália e da França. Tal como o Brasil é cliente habitual dos franceses. Não há nada a fazer. É superior a qualquer lógica.
Ao nível de clubes, a teoria também se aplica. É triste mas é verdade: o Sporting é cliente habitual de clubes austríacos e escandinavos. Nem enviando ao árbitro uma Carolina agarrada a um varão de inox a malta se safa. Tão certo como o Benfica ser cliente habitual de clubes egípcios.
Mas nem tudo é mau. A “Teoria do Cliente Habitual ™®©” tem sempre o outro lado. E esse lado diz-nos que clubes holandeses e ingleses, assim que vêem o papelinho a dizer Sporting Clube de Portugal, sofrem imediato e violentíssimo desarranjo intestinal. AZ Alkmaar, Feyenoord, Ajax, Newcastle e Middlesbrough sabem-no bem. E quem também sabe mas está-se a fazer de esquecido é o Manchester United. A história não engana. Na longínqua temporada de 1963/64, depois de perdermos 4-1 em Old Trafford, despachámo-los com um concludente 5-0 em Alvalade. Na inauguração do novo Estádio José de Alvalade voltaram para casa com três secos no bornal (e o Cristiano Ronaldo…). Por isso, repito com convicção: “tá no papo!”. Ao abrigo desta verdade insofismável, o Ronny vai fazer gato-sapato do Cristiano Ronaldo e o Polga vai marcar um hat-trick. Aliás, experimentem olhar com atenção para a lapela do casaco de Sir Alex Ferguson. Reparem na plaquinha dourada que lá está. Diz: “Cliente Habitual do Sporting Clube de Portugal. Desde 1963.”


ps: a propósito da jornada que hoje começa, excusado será dizer que o Belenenses é cliente mais que habitual do Sporting. Daqueles que até já têm desconto no parque e que no final do ano se habilitam ao sorteio de uma viagem a Benidorm.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Déjà vu

O sorteio da Champions é hoje. Por isso, e porque vimos isto sempre que há um papelinho com o nome de “Sporting of Lisbon” (a prova que não há ninguém na Europa que os conheça ou saiba escrever o nome do clube), vou puder adivinhar que o Sportén vai ter, muito, muito, muito azar no sorteio. E não vai ser só azar, vai ter muito galo, azarucho, será infeliz, não terá sorte, será um infortúnio e os seus adeptos irão acabar a dar murrinhos no joelho e fazer beicinho enquanto olham para o céu e perguntam: “Senhor, porque nos persegues? Lá no clube, até temos quase todos 1ª comunhão e o crisma!? Apre, Senhor, apre!”
E claro, tal como das duas únicas vezes que foram à Champions, lá vão acabar no 4º e último lugar do Grupo Z. A mesma vergonha de sempre para os portugueses, dum clube que na Europa está encostado a um canto com um letreiro: “O cantinho do Morais”.
Para quando uma marcha de luto pelo azar de que estas desgraçadas criaturas são alvo? Hummm, cheira-me que, para nossa sorte, já não deve faltar muito.


PS- O meu post de ontem continha um erro. Perto do fim, escrevi que o Sporting era melhor que o Glorioso em duas modalidades que arrastam multidões, o ping-pong e o bilhar. Pois bem, no jogo de ontem em Copenhaga, aquela belíssima jogada às três tabelas entre Cardozo, Nuno Gomes e Katsouranis, veio mostrar que eu estava totalmente errado. Afinal, é só mesmo no ping-pong.
A todos os leitores, as minhas desculpas.



Breaking News

Acabo de saber por um amigo que trabalha na TAP, que o guarda-redes do SLB, Quim, teve problemas com as autoridades alfandegárias dinamarquesas aquando do embarque no voo de regresso a Lisboa. Apenas a pronta intervenção de Pedro Mantorras - muito habituado a lidar com polícias de fronteiras - evitou que o guardião fosse detido.
Alegadamente, Quim transportava consigo considerável excesso de bagagem, alguma dela proibida pela lei local. A saber:

- 13 kg de patas de coelho (espécie protegida por decreto real na Dinamarca)
- 9 kg de figas (consideradas objectos de bruxaria desde o tempo de Thor, o Violador)
- 17 kg de ferraduras
- 127 doses individuais de trevos de quatro folhas (todas para consumo)

Depois de sanado o incidente e arrestada a mercadoria, Quim pôde embarcar sem problemas. Uma vez chegado a Lisboa, entrou imediatamente num automóvel particular dirigindo-se a Vilar de Perdizes. Fonte próxima do keeper garantiu-nos que vai pagar uma promessa ao Padre Fontes.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Altos, loiros e toscos

Lembram-se do 1º Maniche do futebol português? Sim, o avançado dinamarquês que vestiu a Gloriosa na década de 80 e que vinha etiquetado de: “Alto, loiro e tosco”. Caso estejam lembrados, recordar-se-ão bem da quantidade de golos que marcou pelo Benfica, confirmando que tal como os dirigentes do Porto fazem nos voos da TAP, o futebol nada tem a ver com etiquetas.
Em Copenhaga, jogaremos hoje com a equipa onde o velho Maniche trabalha e que, tal como ele, nada tem de tosco. Com adeptos à grega, um campo à inglesa e um estádio sem os patéticos azulejos de Tomás Taveira, o Benfica terá 90m para marcar a 3ª presença consecutiva na Champions. Tal como todos os benfiquistas, acredito que vamos conseguir e que, apesar do frio nórdico, iremos arregaçar as mangas e passar a eliminatória, nem que seja à moda do Jorge Máximo, ou seja, de manga cava. Mais do que para o próprio Benfica, seria importante para o prestígio e sucesso da competição, ver o nome do Maior Clube do Mundo num dos potes do sorteio para a fase de Grupos da Champions.
Antes de seguir viagem para Copenhaga, gostaria apenas de referir dois assuntos de interesse nacional:
Primeiro, e por motivos de agenda, não poderei comentar a eleição de Ovelha Dolly como a preferida dos “Impróprios” para enriquecer o plantel leonino. Confesso que não era a minha preferida, mas creio irá ajudar em muito a equipa e staff técnico leonino, nem que se seja para lançar uma ideia que pode devolver alguma dignidade ao plantel: a tosquia.
Em segundo, mais uma brilhante conquista de um atleta benfiquista. Nelson Évora, conquistou a medalha de ouro no triplo salto nos Mundias de Atletismo, a decorrerem em Osaka. Para além de ter sido a 1ª medalha de ouro para Portugal nesta modalidade, este feito notável vem comprovar que até em atletismo- modalidade que tem uma cota de 98% da sala de troféus do Sporting- o Benfica já é melhor que o rival de Lisboa. Sendo assim, restam apenas dois desportos (talvez jogos) onde o Sportén tem alguma tradição: o ping-pong e, o único desporto de tapete verde onde até dão uns toques, o bilhar.

Solta o professor Neca que há em ti!

Começa dentro de dias a mais importante competição do calendário futebolístico nacional. Falo obviamente da Liga Record.
Para quem não conhece, esta é uma Liga virtual, promovida pelo “Crime” dos desportivos, em que com um orçamento de 40 Milhões temos que comprar um plantel de 23 jogadores, entre todos os jogadores da 1ª Liga. Com esse plantel escalamos semanalmente um 11. Há vencedores semanais e um vencedor anual. Mas não é pelos prémios do Record que a rapaziada se mete neste sarilho. É para provar quem sabe ou não de bola. Para soltar o Professor Neca que há em cada um de nós. Para arranjar mais uma desculpa para enxovalhar o colega da repartição.
Há uma Liga Record de âmbito nacional em que os participantes estão automaticamente inscritos, e há a possibilidade de criar ligas privadas. E é aqui que entra o Impróprio para Cardíacos.
Com o patrocínio de grupos de seguranças da noite portuense e do saco azul de Felgueiras, está oficialmente lançada a Liga Impróprio para Cardíacos. São bem-vindos todos os sócios e simpatizantes do Impróprio.
A mecânica é simples. Vão ao site e está lá tudo. O código para inscrever uma equipa vem com o Guia Record do Futebol 2007/2008, à venda nas papelarias por 3€. Também se consegue trocando por pontos num posto BP.
Depois de terem a vossa equipa, para se juntarem à Liga Impróprio para Cardíacos, basta inserirem o código na área do site que diz Ligas.
Utilizem os “nicks” com que comentam no Impróprio. Assim será mais fácil saber quem são os novos Mourinhos ou quem nunca passará de olheiro da SportTV.

www.ligabpultimate.record.pt

Código da Liga Impróprio para Cardíacos: improprio

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O 598º dia

Terminou a 2ª jornada da Liga nacional e dos candidatos ao título, só o Sporting não venceu.
Incrivelmente, perdeu. Com o seu adversário directo na luta pelo título, é certo, mas perdeu. Foi um jogo em tudo semelhante ao da Supertaça de há umas semanas atrás. Nenhuma das equipas se sobrepôs de forma evidente à outra e a partida foi novamente decidida através do rasgo individual de um jogador. Se em Leiria foi o russo Izmailov, este Domingo foi o sérvio Stojkovic a decidir a partida, agarrando com as duas mãos a única oportunidade de que dispôs durante todo o desafio.
Foi um rude golpe para os sportinguistas. Afinal, a equipa não perdia fora de casa em competições nacionais desde o dia 7 de Janeiro de 2006, ou seja, há 17 meses. Trocando por miúdos (como o Chalana tanto gosta): 597 dias. Só pelo fim desta marca se explica a alegria dos portistas e a euforia dos benfiquistas nas 24 horas que se seguiram à partida (Benfica que por este andar deverá garantir a permanência daqui a 25 jornadas, ainda que a partir de agora, findos os confrontos com as equipas recém-promovidas, o calendário se apresente mais complicado).
Este post ficaria por aqui, não fosse o facto deste blog ser lido por vários benfiquistas. Conhecidas as dificuldades que estes têm em contar, até mesmo pelos dedos (afinal, nunca se sabe ao certo quantos dedos tem a mão de um benfiquista, não é Shéu e Álvaro?), assumo agora um papel mais pedagógico explicando-lhes com factos que conhecem o verdadeiro significado de 597 dias. Os sportinguistas que nos estiverem a ler podem agora voltar ao trabalho e os portistas podem ir matar e depenar uma galinha para o jantar.
Ora bem, em 597 dias aconteceu o seguinte no universo benfiquista:

- o Manuel Fernandes foi vendido a 9 clubes diferentes
- a imprensa desportiva anunciou a contratação para o Benfica das espinhas dorsais das selecções argentina, portuguesa, espanhola, sérvia, brasileira (incluindo sub 21, sub 20, sub 19 e sub 18) e italiana
- Rui Costa rasgou 8 cartas da Segurança Social a comunicar-lhe a reforma
- Nuno Gomes falhou 597 golos de baliza aberta
- Luís Filipe Vieira aprendeu a escrever a terceira vogal (escusam de perguntar ao vosso filho, é o i)
- Luisão recebeu propostas do Real Madrid, Juventus, Chelsea, Manchester United, Barcelona e Inter mas preferiu sempre ficar no Benfica
- Nuno Assis, atletas do basquetebol, ciclismo e bisca lambida foram apanhados nas malhas do doping
- José Veiga, “amigo desinteressado do clube”, abriu e fechou 46 contas nas ilhas Caimão
- Petit chumbou 4 vezes no exame de condução de tractores agrícolas
- Nélson não percebeu vezes demais o que o treinador pediu
- Joe “benfhnkffgca fuck Rui Costa” encheu o CCB durante 2 meses à conta das vezes que apareceu a falar do Benfica
- 12 futebolistas entraram no departamento médico encarnado com “ligeiras contusões” e saíram com períodos de recuperação “nunca inferiores a 3 meses” e um rim a menos

Percebem agora como é muito tempo?
Conselho de amigo: não tentem fazer isto em casa. É que por muito que quisessem nunca conseguiriam.


Ps: a riqueza/interesse de um blog depende muito da qualidade dos seus comentadores. Por isso, tenho que deixar aqui uma palavra de agradecimento a todos os que com a classe de um verdadeiro nº10 têm espalhado o perfume do seu futebol neste relvado recém-semeado. É de realçar com saudável desportivismo o entendimento revelado pelos comentadores benfiquistas, muito melhor entrosados nesta altura do campeonato do que a equipa que apupam na Luz.

domingo, 26 de agosto de 2007

O cão, o gato e a pulga.

Poderia ser uma fábula de La Fontaine, mas não é. É uma fábula sobre o futebol português, mas que tem tanto da realidade humana como as fábulas do escritor francês.
O futebol português é uma luta de cão e gato: feroz, sangrenta e animal. O cão chama-se “Glorioso” e o gato chama-se “Tareco do Papa”. Nos seus corpos é fácil abservar as peladas e cicatrizes de décadas de batalhas- até mesmo para um olheiro do Sportén.
É certo que o Glorioso terá começado melhor e que, nos últimos anos, o Tareco do Papa se terá aproximado do seu palmarés, fruto da visão nocturna do felino. E atenção, que a frase “fruto da visão nocturna” foi aqui colocada de forma tão inocente, quanto a fruta é colocada à porta dos árbitros nos hóteis do Porto.
Então e a pulga? Obviamente que pulga é o Sporting. A pulga, pensa que é leão mas nem chega aos calcanhares de um carraça. A pulga tem apenas um, e um só objectivo, maçar o Glorioso. Como bom parasita que é, a pulga não vive com um sentido de felicidade. Vive às custas, e às costas do Glorioso. “Ah mas a pulga também poderia maçar o Tareco”, dirão alguns. Pois poderia, direi eu, mas aí entra novamente o Papa que diz à pulga: “Ò pulga, o Glorioso isto- e já agora obrigadinho pelo Quaresma-, o Glorioso aqueloutro- e já agora obrigadinho pelo Quaresma”etc, etc, etc.
A pobre pulga- o único animal que tem o cérebro mais pequeno que o de Sousa Cintra- entra em esquizofrenia compulsiva e acaba por não ver nada mais do que o Glorioso. Enquanto isto, o Papa, o Tareco e os Zé-Gatos dos Super Dragões, vão coleccionando faixas de campeão com aroma a Tutti-Fruti.
Não acreditam? Então é porque, devem ter a memória ainda mais curta do que a de Paulo Bento. Ou seja, o oposto à dimensão da sua risca ao meio.
Sem ter de ir mais atrás, ainda no ano passado a poucas jornadas do fim, a pulga deslocou-se à Catedral da Luz. Se ganhasse, bastaria que o Porto empatasse um jogo para o Sporting se sagrar campeão. Alguém se lembra que tenham jogado para ganhar. Lamento, mas nem que tenha uma memória paquidérmica se vai poder lembrar. Jogaram para não perder, para ficar em segundo, e muito mais importante do que ganhar um título, ficarem à frente do Benfica. De tal forma, que no final do jogo festejaram e cantaram na Catedral e o meu telemóvel recebeu meia-dúzia de festivos sms leoninos. Sabem o que foi o pior de tudo? Pois é, o Porto empatou, a pulga poderia ter ganho o campeonato, mas acreditem que isso nunca parece fazer parte da sua natureza.
Ainda não acreditam? Então vou-vos dizer porque decidi por este post hoje. Falta pouco tempo para o início do clássico Porto- Sporting. Alguém dos 9 leitores que lê este blog, leu um comentário de alguma pulga sobre tão importante partida. Vá procurem, procurem muito, que não vão encontrar. O que é que interessa um jogo em casa do actual campeão nacional? Nada, o que realmente interessa é inventar umas alcunhas novas para os possíveis, e sublinho possíveis, reforços do Glorioso. Ou então falar da estreia de um ex-júnior do Benfica na equipa principal.
É muito triste não é? Pois é, mas assim é a vida das pulgas.

Com aquela é que me lixaste ò Camacho.

O crónometro marcava o minuto 80 quando José António Camacho tira do banco Bergessio para subtistuir Cardozo. O público reagiu com uns tímidos assobios e o jogo, pelo menos para mim, acabou aí. A diferença, é que Camacho não voltará a fazer o mesmo erro. Um dos muitos valores que o espanhol tem, é reconhecer que quem mais sabe de futebol no mundo são os benfiquistas.
Até esse momento, tinha sido um jogo disputado, onde as duas equipas tudo fizeram para chegar à vitória. Para quem sabe pouco de bola, a procura da vitória até pode parecer a coisa mais natural do mundo, mas para quem conhece a equipa de Paulo Bento, sabe bem que o empate pode ser um objectivo a atingir no final dos 90m. Vejam-se os festejos no empate do Benfica- Sporting do último campeonato e os comentários sobre “invencibilidade”- palavra que faz o pleno do seu vocabulário a par da famosa “tranquilidade”.
Como era previsto, entrámos fortes, a jogar com a garra e honra que as nossas camisolas sempre nos habituaram. Ainda na 1ª parte, tivemos a melhor ocasião de golo mas Nuno Gomes fez com a bola aquilo que melhor sabe fazer, penteá-la.
De resto, há apenas mais duas coisas a comentar: Em primeiro, as exibições e atitude dos 2 miúdos que hoje se estrearam a vestir a gloriosa: Miguel Vítor e Romeu Ribeiro. O Miguel fez uma exibição de senhor na posição de central, provavelmente a mais difícil dentro das 4 linhas. Para quem pensa que qualquer Miguel Garcia é um Mozer, ou que qualquer Beto (jogador do Huelva que esteve quase, quase, quase a assinar pelo Real Madrid) é um Ricardo Gomes, aqui tem a prova que também há bastante sucesso escolar ali para os lados do Seixal.
O Romeu, entrou aos 70m e, em 20m, fez mais do que o Paredes fez em toda a época transacta. O que na realidade, talvez até eu fizesse.
A 2ª questão a comentar, é sem dúvida alguma a frase de Camacho durante a conferência de imprensa do final de jogo: “Tengo mucho trabajo a hacer”- de forma a ajudar todos os sportinguistas a compreenderem esta frase, faço a tradução: “Tenho muito trabalho a fazer”.
Olha José António, tens tu e tenho eu que, infelizmente, não vivo disto.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O "Cebola"

Será por ter mau hálito?
Será por ter mau odor corporal?
Ou será que é tão mau que dá vontade de chorar?
Dispensado pelo PSG, Cristian “Cebola” Rodriguez está alegadamente a caminho Benfica.
A ele e à família, desejos de boas férias.

ps: diz que tb vem outro uruguaio, Maximiliano Pereira. Ao contrário do que é normal na América do Sul, este jogador não tem alcunha. Assim sendo, aqui o camarada 7 Maldito toma a liberdade de o baptizar.
A partir de agora ficará nos nossos corações como Maxi "El Nabo" Pereira.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O “puto maravilha” ou o Síndrome de Rui Nereu

Não sou o professor Bambo nem a Alexandra Solnado, mas consigo adivinhar os títulos da imprensa desportiva na próxima semana.
Passo a explicar: se o Benfica é sempre o tema preferido da comunicação social da especialidade, essa preferência é exponenciada ao máximo numa semana de grande agitação como esta que agora acaba. E se estão para aí a pensar com alguma razão “este gajo é um lagarto doente e faccioso”, atentem na capa do Record do dia seguinte ao miserável Arménia vs Portugal: uma foto do David Luiz agarrado ao “quinto metatarso do pé direito”, vulgo dedo do pé, acompanhada do elaborado título “Vão mas é à bruxa”. Selecção? Está lá, no rodapé da página, ocupando o mesmo espaço que um anúncio a pneus. Se estivessemos em Espanha ou na Argentina as parangonas pediriam a cabeça do Scolari, do Jorge “pão de quilo” Andrade, do preguiçoso Deco e restante grupo excursionista. Mas não, estamos em Portugal e está tudo dito. Adiante.
Para acicatar ainda mais as hordas benfiquistas, uma conjugação de azares aliada a uma planificação de época com o profissionalismo do Alfazeirão FC faz com que em vésperas do jogo com o Vitória de Guimarães a equipa não tenha defesas centrais. Talvez o Luisão recupere, mas mesmo assim falta um. Confesso que ainda pensei em dar uma apitadela para a SAD encarnada a candidatar-me para a vaga. Acho que tenho tudo o que procuram: Mais de 1,90 m e nenhum jeito para a bola.
Mas vamos ao que interessa. Esta ausência de centrais traz à baila e possivelmente à titularidade um nome: Miguel Vítor de sua graça, 18 anos e defesa central júnior do Benfica. Ao contrário do que acontece noutros clubes, a entrada deste jovem na equipa não é fruto de uma política de formação consistente, mas sim do acaso. A direcção aproveitará a ocasião para justificar os muitos euros enterrados e as muitas contratações feitas (a última foi o pobre “Luvas Pretas”) num sector de formação que não coloca um jogador num clube de topo mundial desde…desde…, ok, posto de outra forma: que não coloca um jogador num clube europeu mediano (tipo Fiorentina) desde o tempo do senhor Rui Costa.
Os jornais, galvanizados e galvanizantes, depois de verem “o miúdo” – que se calhar até tem potencial - a fazer um corte aceitável, uns passes acertados e “um ou outro deslize menor fruto do nervosismo e inexperiência” vão anunciar em letras garrafais “O puto maravilha”. De terça a 6ª vão dizer que está aí o “novo Humberto Coelho”. Vão pedir a opinião do Mozer. Vão escrever que “tal como Álvaro, também Miguel Vítor se estreou numa tarde ensolarada”. Vão entrevistar os pais e o seu treinador nos infantis, vão rebuscar fotos de miúdo e com as declarações da professora primária vão fazer as páginas centrais. Passada esta onda de euforia (ou seja, quando terminar a onda de lesões), regressam os habituais titulares e o “puto maravilha” volta aos júniores. Como tantos outros onde se incluem Pepa, Rui Baião e mais recentemente Rui Nereu, rapidamente cairá no esquecimento. Para o ano será emprestado ao Camacha porque entretanto chegaram alguns brasileiros “seguidos pelo Inter, Real Madrid e Chelsea” e outros tantos sérvios “promissores”. E daqui a três ou quatro anos está a assinar o contrato da sua vida pela Teixeira Duarte ou Somague.
Se não acreditam, perguntem ao António Veloso se o Benfica é um bom lugar para um filho crescer e se fazer futebolista.

Um referendo à Benfica

O número de participantes do 1º referendo do Impróprio para Cardíacos diz tudo: 40, quase tantos quanto o número de sócios que participaram nas últimas eleições do Sporting.
Chegou agora a oportunidade, de fazer o mesmo que a off-shore britânica de José Veiga fez aquando da transferência de João Vieira para Alvalade, anunciada como a custo zero mas que afinal tirou 5 milhões de euros dos cofres de Alvalade: pôr a mão na massa!

Não se esqueça, um voto é um voto, e vice-versa.

ps- por razões técnicas a que somos totalmente alheios (frase que a RTP notabilizou nas suas transmissões em directo dos anos 80) o sistema impediu-me de publicar o inquérito na cor mais bonita do mundo, depois do rosa.
Agradecemos a vossa compreensão.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Filipa, a injustiçada

Terminou há algumas horas o referendo promovido por esta casa perguntando qual o melhor sucessor para o Engº Santos no comando técnico da equipa de futebol sénior do SLB. Em primeiro lugar tenho de me congratular com o nível de participação: para um blogue que tem pouco mais que uma semana de existência, 40 votantes equivale certamente a um nível de abstenção a roçar o zero. Pelo andar da carruagem, mais um ano e estamos a fazer um almoço em Fátima ou Coimbra para centenas de amigos de Norte a Sul do país (e comunidades lusófonas), com anúncio em rodapé na Praça da Alegria do Goucha.
Quanto aos resultados, os conhecimentos adquiridos nas quatro aulas de Estatística a que compareci durante o curso (carta de marinheiro), permitem-me tirar as seguintes conclusões:

- A filha do Néné (37%) é na opinião dos eleitores a melhor escolha para o cargo. A nível de motivação no balneário possui argumentos imbatíveis e o feed-back positivo de Mantorras decerto ajudou muito. O facto de já ter jogado a central nos júniores do clube (com o nome Paulo Filipe estampado na camisola) também lhe granjeia alguma simpatia entre os adeptos.
- O bigode do Artur Jorge (derrotado por apenas 5%, mas na minha opinião com o perfil mais indicado para o cargo) pode ainda sonhar com o lugar, mas só na próxima chicotada psicológica, ou seja, lá para Janeiro
- O Barbas (17%), coadjuvado pela taínha (verdadeiro cérebro da dupla), continua a ser o favorito do Benfica profundo
- Joe “Benfghmummfca fuck Rui Costa” Berardo (7%) e Mário Wilson (2%), à imagem de Nuno Gomes, não tocam na “chincha”
- Camacho (apenas 2%) é obviamente uma escolha pessoal do presidente Vieira, que de maneira alguma entusiasma a nação benfiquista, pelo que se conclui facilmente que os 4 mil adeptos presentes no treino de ontem eram, obviamente, figurantes contratados para a ocasião.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Benfica também contrata um "clone"

O Glorioso fez esta manhã a apresentação oficial do seu novo treinador, José António Camacho. Esta contratação tem a raríssima particularidade de unir sportinguistas e benfiquistas na maneira como tratam o treinador espanhol: “Padre Frederico”. As razões que levam os adeptos leoninos a fazê-lo são as incríveis semelhanças físicas entre ambos. Por outro lado, a massa associativa do Benfica gosta de tratar o treinador desta forma, graças à enorme capacidade que o Mister sempre demonstrou em comer as jovens equipas provenientes da escola de Alcochete.

Consciência Social

Não pensem que este blogue vive apenas de arruaças, de vis ataques entre comentadores ou de piadas fáceis acerca das opções sexuais do plantel do Benfica. Não! Há coisas na vida muito mais importantes que o futebol (não, não é o futsal). O Impróprio Para Cardíacos, enquanto blogue disponível para todo o mundo lusófono e também para a bancada Coca-Cola da Luz, sabe quando deve parar e chamar a atenção de todos os seus três leitores para os maravilhosos actos de Humanidade que ainda acontecem neste planeta. Casos que nos deviam fazer pensar e reflectir sobre o nosso papel no mundo. É o pouco que podemos fazer, mas se todos fizessem como nós este seria um lugar melhor para viver.
É na sequência deste necessário enquadramento, que gostaria de deixar aqui uma palavra de apreço muito especial para com a direcção do SLB. Sem ironias ou malícia, volto a frisar.
Como devem saber, o desemprego prolongado é nos dias que correm um verdadeiro flagelo social, conforme tem sido apontado – e bem – pelas várias centrais sindicais e partidos com assento parlamentar. Mais do que um nobilíssimo acto de humanidade e um exemplo para a sociedade, a contratação de Camacho, desempregado há praticamente 5 anos (excepção feita a uma passagem triunfal de 22 dias pelo Real Madrid), revela uma profunda consciência social. É para além disso uma medida de gestão exemplar, reveladora de toda a argúcia do presidente Luís Filipe Vieira, pois permite que o Benfica usufrua de deduções no IRC e até de comparticipações no salário do trabalhador, conforme portaria recentemente publicada pelo Ministério do Trabalho.
Esta não é a primeira medida deste género por parte da direcção encarnada. Ao abrigo desta política ainda há poucas semanas foi contratado Luís Filipe, jogador com necessidades especiais e uma incapacidade comprovada para a prática do futebol de cerca de 85%. Para este caso estão igualmente garantidos generosos benefícios fiscais. Também o apoio aos idosos tem sido apanágio do clube, mas disso falaremos em melhor ocasião: se e quando o Pauleta vier, por exemplo.
Para a Instituição SLB e para os homens que a dirigem, o nosso bem-haja.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Santos cremado no Inferno da Luz e cinzas espalhadas no cemitério de Benfica.

A festa terá início às 11h de amanhã e são esperados cerca de 6 milhões de ruidosos adeptos. Após o espectáculo de som e luz da cremação, o eufórico cortejo seguirá em cânticos de alegria até ao cemitério de Benfica. Aí será servido um dionísico beberete que irá contar com as actuações das bandas Santos e Pecadores, UHF, os Anjos e da artista brasileira - e benfiquista desde os tempos em que o seu peito era pequeno - Fáfa de Belém. No final, haverá um sensacional fogo de artifício com raios laser.

Entradas: 5 chicotadas para não-sócios e 45 chicotadas para sócios.

Não faltes!

Damos 2 de avanço

Ao contrário do que o Benfica fez na 1ª jornada, este post vai tocar em 3 pontos:

1º Da última época que fomos campeões, ficou célebre um jogo com o Estoril no Estádio do Algarve. Nessa altura, os nossos rivais alegaram que fomos beneficiados por jogarmos num campo com dimensões superiores ao da Amoreira. Pois bem, agora chegou a nossa vez de protestar. Uma equipa que joga com um trinco a central, com o Luís Filipe e Nuno Assis como extremos e o Nuno Gomes lá à frente, é inaceitável porem-nos a jogar num campo maior que o Estádio do Mar. Isto prejudica o nosso jogo e, obviamente, só veio beneficiar o Leixões, equipa que conquistou um título na época passada e que está recheada de estrelas como Élvis e Joel na defesa, Bruno China, Malafaia e Cícero no meio-campo e Nwoko e Leandro Tatu lá à frente.
Para além disso, puseram-nos a jogar no Estádio do Bessa, onde o Xô Engenheiro nunca conseguiu vencer como treinador, apesar dos 127 jogos que já lá disputou. Com este tipo de manobras, é a verdade desportiva que sai lesada.

2º Este ano começámos bem o campeonato. Ao contrário do ano passado, onde no mesmo Estádio do Bessa fomos goleados por 3-0 com o Boavista. Este ano arrecadámos um pontinho e o Petit não foi expulso – situação que poderia empurrar Marco Ferreira para a titularidade.

3º Tenho de falar do Derlei. O Ninja veio mostrar como é fácil qualquer jogador chegar a Alvalade e marcar um golo. Nalitzis, Koke, Motta, Sá Pinto, Alecs, Bueno e até o Djaló, já o fizeram, e todos sabemos que a sua aptidão para jogar futebol é tanta, quanta a de Carmona Rodrigues para andar de bicicleta.
Mas há mais, creio que na época passada o 1º jogador a marcar um foi Mário Jardel. Em Dezembro, o Jardel seguiu para o Anarthosis Famagusta FC do Chipre e agora assinou pelo Newcastle United Jets da Austrália. Tendo em conta a queda meteórica que a carreira do Derlei sofreu após a saída do Glorioso, caso o Ninja conseguisse fazer o mesmo percurso que o Super Mário, seria uma notável revitalização e relançamento como jogador de futebol

PS- Não foi preciso mais do que uma jornada para sabermos que continua a haver jogadores mais levezinhos que outros. Uns já não precisam sequer de se lançarem para a piscina em estilo “Platoon” para o árbitro marcar penalty. Agora, só precisam de parar de correr. Outros levam pontapés e cotoveladas e nicles. Mesmo que num passado recente tenham tido problemas com drogas que os fizeram perder vários quilos e os tivessem impedido de jogar durante uns saudosos meses. Presumo que por estas e outras, esta época o 2º equipamento do Sportén seja todo preto. É uma clara homenagem à colaboração que os árbitros têm prestado ao longo do seu historial, em particular na última década.

domingo, 19 de agosto de 2007

1ª Jornada - O Rescaldo

Nada de novo na 1ª jornada da Liga: dos três crónicos candidatos ao título, só o Braga não venceu.

Entretanto, para os benfiquistas em geral e para o meu sócio de blogue Homem da Luz em particular, deixo aqui uma receita muito a propósito. Faz-se com rã. Mas se não tiverem rã podem utilizar outro anfíbio, como o sapo. Um sapo chamado Derlei, por exemplo. Daqueles grandes e que custam a engolir.
Bom apetite e não abusem, pois podem ficar com azia.

Sopa de Sapo

Ingredientes:
- 100 gr de sapo
- 1/2 unidade(s) de cebola picada(s)
- 1 dente(s) de alho amassado(s)
- 1/2 caixinha(s) de molho de tomate
- quanto baste de sal
- quanto baste de margarina
- quanto baste de água

Preparação:
Refogue na margarina, a cebola e o alho amassado com sal. Acrescente o molho de tomate com cebola, o sapo e a água fervente. Depois de tudo bem cozido, passe o caldo por uma peneira.
Se preferir engrosse o caldo com amido de milho ou farinha de trigo.

Sirva a frio

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Pisar o relvado e fazer a benção

Para loucura das bancadas, faz-se luz neste blog. Desportivamente, peço desculpa ao verdinho do 7 Maldito pelo meu atraso e, a partir deste momento, começo a espalhar o perfume do meu futebol!
Entro em campo no dia de arranque do Campeonato, que começa com um Sportén - Académica, onde os estudantes partem como favoritos devido à diferença de palmarés entre as 2 equipas. Para trás, ficam um defeso e uma pré-época que não me deixam boas memórias. Resumidamente, perdemos muitos e bons jogadores. Começamos efectivamente a temporada com o pé esquerdo. Só espero que com desenrolar do campeonato, o referido membro se venha a revelar como sendo o canhoto do Cardozo. E por falar nisso, falemos das coisas boas deste defeso: as 3 excelentes contratações que fizemos. Tacuara é uma certeza, tenho muita esperança no Di Maria, mas há uma que me encheu de alegria, me vez vibrar como se um golo fosse, me encheu de orgulho como se tivesse recebido a Águia de Ouro. O seu nome é…Derlei. Não tenho dúvidas em arriscar dizer que a saída dele para o rival, foi a melhor contratação encarnada da época. O Wanderlei é como o Cardozo, se bem que em sentidos opostos, ambos não enganam como jogadores.
Há também a realçar a péssima campanha que fizemos na pré-época. Empatámos os jogos com AEK, o Cluj, o Bétis do Ricardo Voz de Leão e perdemos como Al- Ahly. A única vitória que obtemos foi com a equipa mais fraquinha que encontrámos pela frente e que nos deu um título que quase tanto significado como o da Supertaça. Esse foi um jogo fácil, com uma equipa que nos habituou a jogar para o empate sempre que nos encontra pela frente. São tão fraquinhos que o 1º, e único, remate que fizeram à baliza foi aos 57m, pelo homem-bomba (nome que Ronny adquiriu na 1ª página do Record por ter marcado um golo nos treinos). Mas claro, como perderam a culpa foi do árbitro. Este foi mesmo a 1ª vez que vi um presidente de um clube protestar uma arbitragem de um jogo de pré-época. Sinal agudo de esquizofrenia compulsiva, merecedora de sedativos paquidérmicos e permanente acompanhamento psiquiátrico? Não!!! O senhor é apenas uma mistura perigosamente católica entre o Dias da Cunha e o Kumba Ialá
Para terminar, vou obviamente falar do jogo com o Copenhaga. Sinceramente, o jogo nem foi muito mau. Foi péssimo. Mas o que para mim fica do jogo é o enorme – talvez habitual – histerismo leonino em relação à partida. Famílias com exageradas consoantes nos apelidos andaram aos pulos, vibraram dentro das suas camisas com o Príncipe Carlos a jogar pólo bordado na lapela, enviaram sms em barda aos primos, tentaram desesperadamente dizer piadas no clube de tiro, combinaram um buzinão no Marquês, estrearam botões de punho novos e engraxaram os mocassins com o mesmo empenho com que engraxam os chefes no trabalho. Com tamanho alarido, os mais desatentos poderão pensar que o Benfica terá perdido com um daqueles resultados avultados com que as equipas russas nos habituaram brindar o Estádio WC XXI. Mas não, o Benfica ganhou com dois golaços do Rui Cota, perdão, do Rui Costa e partimos em vantagem para a 2ª mão. Agora pergunto eu, conhecem algum outro clube que jogando tão mal e sendo tão achincalhado pelos rivais no final, acaba por afinal ter ganho o jogo? Não conhecem porque só há um, é o meu Benfica.

PS- O campeonato começa dentro de 3 horas. Estou em contagem decrescente para deixar de me sentir vazio intelectualmente.

Machadadas

Facto: o mundo do futebol maltrata a língua portuguesa. Jogadores, dirigentes, árbitros, adeptos e jornalistas arrastam pela lama a Língua de Camões. Em cada conferência de imprensa assistimos a pontapés na gramática de calibre apenas comparável ao pontapé de bicicleta do Freddy Adu. Começando pelos jogadores, há uns anos atrás apareceu a moda de falarem na 3ª pessoa. Quais imperadores romanos, era ouvi-los com tiradas do tipo “o Jardel vai lutar para ser o melhor marcador”. Mas entre eles, João Pinto (aka “bidon”), antigo capitão do FCP continua a ser o verdadeiro guru. Alguns exemplos de frases suas:
“O meu coração só tem uma cor: azul e branco”
“Comigo ou sem-migo o Porto vai ser campeão”
“Estamos felizes porque estamos contentes”
“Chutei com o pé que tinha mais à mão” ou o clássico
“Prognósticos só no fim do jogo”
Os dirigentes, apesar de dirigirem, não são exemplo para ninguém: sem mergulhar na 1ª Liga profunda (excluindo assim Ruis Alves, Aprígios Santos e Josés Veigas), relembro apenas Sousa Cintra quando os Dire Straits foram tocar a Alvalade e lhe perguntaram o que achava do Mark Knopfler. Resposta: “não duvido que seja bom jogador, mas o plantel já está fechado”. Hoje em dia para nossa alegria, temos o presidente do Benfica. Orgulhoso da sua boçalidade tem quase tantas dificuldades a conjugar verbos como o Nélson a fazer um centro. No campeonato dos dirigentes, honra seja feita ao presidente do FCP, que com o seu humor de algibeira e constantes fugas para a frente continua a fazer gato-sapato de jornalistas e sobretudo, dos sócios do seu clube.
Depois há aqueles que deveriam dar o exemplo: os jornalistas. Quem ler um de ambos os três jornais desportivos nacionais fica com a certeza que nenhum dos autores das peças completou o secundário. De facto, como é que se há-de falar e escrever melhor neste país quando a grande maioria das reportagens parece uma redacção da 4ª classe? Um destes domingos experimentem comprar o Sunday Times, abram o caderno desportivo e vejam as ligeiras diferenças no estilo e na qualidade do jornalismo desportivo…
No que diz respeito a tiradas de jornalistas ninguém chega aos calcanhares do mítico, inigualável, adorado e aclamado Gabriel Alves e suas pérolas:
“remate rasteiro a meia altura”
“a chegar atrasado, o suficiente para não chegar a tempo”
“os jogadores movimentam-se desenhando figuras geométricas…o futebol é uma arte plástica”
“Juskowiak, a vantagem de ter duas pernas!" ou
“não jogaram bem nem mal, antes pelo contrário”
Mas na minha modesta opinião o prémio maior – embora não tenha qualquer erro de português – vai para o José Carlos Castro, nos tempos em que comentava os jogos da liga espanhola na TVI, enquanto ouvíamos as pedras de gelo no seu copo de uísque: “Roberto Carlos, que ao nível do balneário é conhecido como o homem-banana”. Seguiram-se alguns (muitos) segundos de silêncio…
Tudo isto para chegar onde finalmente queria: os treinadores. Há os simplórios onde se incluem o monocórdico Paulo “tranquilidade” Bento e o Engº Fernando “na realidade” Santos, os básicos, regra geral ex-.jogadores de futebol (que a partir do momento em que passam a treinadores ganham logo um apelido) e o Manuel Machado. O treinador da Académica tem uma missão: provar ao país que nem toda a tribo do futebol maltrata o português. Mas para isso exagera. Passa a semana a decorar as palavras mais complicadas do dicionário da Porto Editora para depois as aplicar sem misericórdia na primeira flash-interview ou conferência de imprensa que lhe aparecer pela frente. Por isso, hoje à noite lá estarei à espera de ouvi-lo, vesgo como nunca, escondido atrás das suas 14 dioptrias:
“Os jogadores cumpriram o desiderato de tentar manter a uma distância conveniente os atacantes da agremiação leonina, mormente tenham cometido erros que não são coadunam com o nosso estatuto, e que conduziram a que o Liedson tivesse apontado três fenomenais tentos”.

ps: o Homem da Luz - qual Fernando Santos - alega problemas e mais problemas para justificar a sua péssima (nula) performance. Começo a sentir-me o Liedson isolado frente ao Luisão: está a deixar de ter piada. Será que deu uma de Manuel Fernandes e foi para outro blogue?

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

"À Petit"

O Homem da Luz manda dizer que está em trânsito pelo Sul do país. E que 5ª feira regressa e promete entrar "à Petit". Mais que uma promessa isto é obviamente uma ameaça. Por isso, até lá vou ficar caladinho. Até mesmo se amanhã.......na Luz........eheheheh.....

Fair-play

Não vou falar sobre a Supertaça.
Não quero ser acusado de falta de desportivismo, falando de um tema que não diz nada ao meu amigo Homem da Luz. Além disso, ele por vingança poderia responder na mesma moeda e atirar-me à cara classificações da última contagem de montanha de 3ª categoria da Volta a Portugal. Ou mesmo (num golpe muito baixo) o número de luso-canadianos previstos na Luz para a pré-eliminatória da Champions. E aí era eu que não tinha assunto.

ps: Homem da Luz, com tanto tempo para ensaiares o lance, a reacção do público à tua estreia terá de ser no mínimo equivalente à de um 3º Anel quando o Mantorras se levanta para aquecer.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O Defeso

Há o defeso da apanha da amêijoa na Ria Formosa, o defeso dos percebes nas Berlengas e o defeso da caça aos tordos. Mas entre todos os defesos não há pior que o defeso futebolístico. O defeso é aquela maldita altura do ano em que o futebol pára: de um dia para o outro vai-se o campeonato nacional, a Liga espanhola, a Liga italiana e a Premiership. Fica o vazio. Chegamos a casa depois de mais um dia de trabalho, vamos ao frigorífico, abrimos uma cerveja, sentamo-nos no sofá, fazemos um zapping e…nada. Em qualquer outro mês do ano teríamos pelo menos um jogo garantido. Ou uma reposição do mítico Campomaiorense x Sp. Espinho de 1987 na RTP Memória. Em Julho e Agosto, nem um resumo do campeonato de Andorra. Pior: nem o prazer de ver o Rui Santos a debitar alarvidades na SIC Notícias! Este tormento só é minorado de quatro em quatro anos quando há Europeu ou Mundial. Aí o defeso passa de uns insuportáveis dois meses para umas difíceis 3 semaninhas.
No defeso, os milionários jogadores de futebol vão maioritariamente a banhos para o Algarve, à excepção do Petit que vai para o Colombo. Este é um fenómeno sociológico ainda por explicar: porque é que jogadores que ganham milhares de contos por mês vão passar férias para o Algarve? Será que têm medo de estranhar “o comer”?
Só não há defeso – infelizmente – para os jornais desportivos. E como se acabam os jogos e as polémicas inerentes à competição futebolística, há que arranjar assunto. E aqui os directores dos pasquins pensam para os seus botões “se em Portugal há 10 milhões de almas, e se desses 10 milhões 11 são do Benfica, então só pode haver um assunto”. E aí começa. Segunda-feira vem o Roque Santa Cruz a caminho da Luz, terça-feira é o Beletti, quarta é o Robert Pires, quinta é o Kazmierckzak (ups), sexta é o Edgar (ups), sábado o Saviola, domingo o Dudek e assim sucessivamente, durante semanas e semanas. Mas enquanto o leitor mais sensato sabe que todos estes nomes sonantes não passam de invenções dos jornais e/ou alucinações do José Veiga e do Charlot dos pneus, o benfiquista acredita. Piamente. E manda sms’s e mails aos amigos a falar da “equipa maravilha” e que este ano “deixamo-vos a 10 pontos” e outras piadas afins. No final acabam por aterrar na Portela uns ilustres desconhecidos, benfiquistas desde pequeninos mesmo tendo nascido no Maranhão, e que apesar de terem propostas do Milan e Real Madrid, preferiram o Benfica. São e serão os eternos Campeões do Defeso (este ano festejam o Bi-tri-hepta-penta-deca-octo-campeonato do Defeso). E este circo repete-se ano após ano. E eles não aprendem, os coitados…
Mas pior que não haver futebol no defeso, é haver mau futebol. E aqui estou a falar dos jogos de preparação. Os do Sporting, verdade seja dita, foram miseráveis. Confesso que cheguei a pensar em leiloar o meu lugar anual no ebay, com o ridículo preço base de 1 Nuno Gomes.
Os únicos motivos de alegria foram os jogos do Benfica. Gostei muito de os ver jogar contra os luso-romenos do Cluj (uma espécie de Naval 1º de Maio da Transilvânia), como também gostei de ver o “maior clube do mundo”, que diz ter 8 ou 10 milhões de adeptos, ir jogar e perder com um clubezeco egípcio que segundo os jornalistas tem cerca de 40 milhões de adeptos. Depois, claro, houve o torneio do Guadiana e o primeiro derby da temporada. Confesso que sofri. Irritei-me. Vi as coisas muito mal paradas. Mas aos 69 minutos o David Luiz lá marcou, pondo fim ao meu sofrimento: temos Engenheiro para mais uns meses!
Felizmente, amanhã termina este suplício. Em Leiria, as duas melhores equipas da época passada vão discutir a Supertaça. Eu vou lá estar, enquanto os meus amigos benfiquistas vão estar em frente à TV a dizer para quem os quiser ouvir “este ano com o Stretenovic e o Manu, deixamo-los a 10 pontos!”.


ps: depois de dar o pontapé de saída deste blogue, fico agora a aguardar ansiosamente que o meu companheiro e arqui-rival mostre o seu futebol.