quinta-feira, 29 de maio de 2008

Olheiro

Nunca vimos este verdadeiro Ultra do Impróprio mais gordo, mas a verdade é que sabe muito bem o que diz. Foi descoberto no blogue de apoio à Selecção.
Já que garante que vem cá todos os dias, da próxima pode passar na secretaria, falar com a menina Josileine e levantar o cheque-brinde de 30€ em fruta para dormir.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Big Brother

A novela do novo treinador do Benfica alimentou durante várias semanas os meios de comunicação social. Segundo algumas contas foram apontados cerca de 22 nomes para futuro treinador do Glorioso. Este número só é ultrapassado pelos nomes que habitualmente os jogadores do Porto lançam aos árbitros, na tentativa de adivinharem a profissão das senhoras suas mães. Porém, aqui o resultado foi diferente. O metralhar de nomes não teve o efeito de pressão que se pretendia e, Rui Costa decidiu com a altivez de sempre mais um lance de elevada execução técnica. Fácil para uns, difícil para outros, exactamente o mesmo do que marcar penaltis. Mais do que uns sabem e outros não, a verdadeira questão é: Uns aprendem, e os outros não.

Fernando Martins baptizou há uns anos um treinador de “Mister Erickss”. Luís Filipe Vieira baptizou o actual treinador do SLB de “Kiki Flores”. É certo que há aqui uma clara falta de pronúncia, mas quem sabe se não haverá também a presença de um bom pronuncio?
À parte das piadas que nem um árbitro valem, desmarco-me em direcção ao verdadeiro assunto deste post. Nem só da contratação de treinadores vive o futebol. Como sabem o futebol também vive da contratação de treinadores adjuntos (Lembro-me com saudade do Eduardinho- adjunto do Peseiro!). Para minha grande alegria o Benfica acaba de garantir os préstimos do grande Diamantino, outrora conhecido no Tribunal do 3º Anel por “Diamante”. O Diamantino foi obviamente um dos meus heróis de infância. Um jogador que ponha a bola onde queria e que me deu tardes de Domingo de imensa alegria. Era um nº10 à Benfica, com classe, técnica e boa visão de jogo. E é precisamente aqui que reside outro dos grandes talentos de Diamantino. O novo treinador-adjunto do Benfica é, como se sabe, estrábico. Ou seja, tem a habilidade de (também)fintar com os olhos. Lembro-me dele a correr com a bola controlada em direcção aos adversários e quando não os fintava com os pés, esperava apenas pelo contacto visual. Assim que o estabelecia, fintava-os com o olhar e seguia para golo. Lembro-me inclusive desta finta ter deixado alguns jogadores com longas tonturas e enjoos. Desde que ele deixou de envergar a Gloriosa, nunca mais se voltou a ver outro jogador almejar tal impacto nos adversários. Não pense o leitor que sou homem de gozar com as deficiências físicas dos outros. Sempre me ensinaram para tratar as pessoas com inferioridades de igual maneira a todas as outras. É graças a esse sábio valor que ainda hoje tenho guardo grandes amizades com alguns sportinguistas.


Ironicamente, para abraçar o projecto da família Benfiquista o Diamantino Miranda abandonou o cargo de treinador da equipa de Olhão, o mítico Olhanense, onde aliás fez um excelente trabalho. Sei que o fará também no nosso Benfica. Sei que será um Homem fundamental para que na nova época não hajam jogadores em tão má forma como no ano passado. Foi tão mau que cheguei a ver jogadores correrem menos do que o Rochemback na sua última passagem no SCP. Inaceitável!

Pois é, mas agora vai acabar. Com o Diamantino, a preguiça não vai ter descanso (rendilhado semântico da Cantera Gabriel Alves). Na altura de fazer flexões, vão-se acabar os truques de ficar de no ar. Quando tocar a hora de fazer abdominais, vão ter mesmo de se esforçar. A partir de agora, acabou o “ 'pera aí que o Mister não está a olhar.” Com o Diamantino como treinador vai ser “Fogo, como é que o Mister viu que eu estava na ronha?! Ele estava a olhar para o lado contrário!?"

Confesso que gostava ainda mais do regresso de Álvaro Magalhães (contam-se pelos dedos das suas mãos as vezes que rezo por dia para que tal aconteça), mas o regresso de Diamantino também deixa qualquer benfiquista feliz. É um Doutorado em Mística e vai dar muita alma e pulmão à equipa na próxima época.
Aviso todos os jogadores do Benfica a aproveitarem bem as férias para descansarem. Assim que começarem os treinos, o Diamantino... is watching you.

sábado, 24 de maio de 2008

Rui, o conquistador

E finalmente, o Benfica conseguiu contratar um treinador. Não foi fácil, mas lá convenceram um tal de Quique Flores a sentar-se na verdadeira “cadeira-eléctrica” que se tornou o banco Recaro destinado aos “misters” encarnados.
Este processo de selecção do novo treinador obedeceu exactamente ao mesmo critério com que um jovem adolescente tenta “sacar” uma miúda num Sábado à noite: nenhum.
Rui Costa encarnou (o mais benfiquista de todos os verbos) o tal adolescente em busca de companhia. Despiu o fato de treino e abotoou-se no seu melhor fatinho italiano. Fez a barba, perfumou-se e aí foi ele para a discoteca. Encostou-se ao balcão, pediu uma tacinha de Magos e começou a perscutar a pista de dança, qual águia em busca da presa (põe os olhos nestas benfiquistas figuras de estilo, Vítor Serpa).
Não teve que olhar muito até encontrar a primeira potencial candidata, uma morena lusitana emigrada há alguns anos em Manchester depois de ter brilhado em Portugal em concursos de misses teenagers. O jovem Rui deu o seu melhor. Interpretou as melhores canções do bandido. Mas a música soava desafinada e antiga aos ouvidos da portuguesa, que rapidamente se pôs a andar.
Rui sofreu o seu primeiro desgosto de amor. Afinal, não pensava que houvesse alguém capaz de lhe resistir. Mas como qualquer jovem na sua primeira saída nocturna, Rui é persistente. Voltou ao bar, pediu mais uma tacinha de Magos e olhou à sua volta à procura da candidata seguinte. E foi na zona VIP que a encontrou: uma veterana sueca, verdadeira bomba sexual dos anos 80, já muito caída mas ainda bem capaz de despertar a líbido do sequioso Rui. O adolescente deu o seu melhor: falou-lhe de aviões particulares e hoteis luxuosos. Chamou as televisões para aparecerem de “surpresa” e mostrarem ao mundo a sua mais recente conquista. Mas o ego deste jovem garanhão sofreu mais um rude golpe: a veterana não estava para aí virada. Já viu o mundo, dormiu nos melhores hoteis e comeu nos melhores restaurantes, por isso não se deixou impressionar pelas vãs promessas daquele jovem impetuoso. “Portugal, darling, só para jogar golfe”. E lá teve Rui que meter a viola no saco.
De volta ao balcão e às tacinhas de espumante, Rui prepara nova investida. Tinha prometido aos seus amigos que não voltaria para casa de mãos a abanar, por isso não havia tempo a perder. Olha, olha, olha, e o seu olhar cruza-se com o de uma sexy dinamarquesa com quem já tinha travado conhecimento há escassos meses. Mais uma vez o nosso Rui desfia todo um rol de promessas megalómanas. A escandinava ouve atentamente, mas sem nunca alimentar grandes esperanças ao damaiense. Afinal, pretendentes é o que não lhe falta, e por muito que puxe pela loira cabeça, não consegue encontrar uma boa razão para se amancebar com aquele rapazola. Diz para Rui esperar enquanto vai à casa de banho e pira-se no primeiro táxi que lhe aparece. Rui espera, espera, espera e muito tempo depois lá percebe que acaba de levar mais uma tampa. Afinal as coisas são mais difíceis do que lhe prometido o seu amigo negociante de pneus...
É aqui que o miúdo dá uma espreitadela ao seu Franck Muller Cintrée Curvex e percebe que daí a minutos a discoteca fecha. Por esta altura já são poucas as serigaitas que dançam na pista. Poucas e feias, porque as que valiam verdadeiramente a pena foram-se “orientando” e desaparecendo. Desesperado, Rui pede mais uma taça de espumante. Os efeitos do álcool já se fazem sentir, toldando-lhe os sentidos. É nestes perigosos momentos que a explosiva mistura de testosterona e etanol fazem com que a Leonor Pinhão se pareça com a Giselle Bundchen. Desesperado, Rui lança-se sobre a última moça que resta na pista, dançando sozinha de olhos fechados ao som de um velho tema de Tony de Matos. É uma jovem espanhola. Feiosa, ninguém lhe pega há oito meses. Mas disfarça como a maioria das espanholas, à custa de 10 centímetros de saltos e outros tantos de maquilhagem. Rui ensaia um pezinho de dança e com a voz entremelada segreda-lhe ao ouvido promessas maravilhosas, de um futuro recheado de conquistas, de multidões a glorificarem o fruto da sua união e de uma águia a sobrevoá-los para depois aterrar num montinho de carne picada. A espanhola, jovem e inocente, acredita em tudo menos naquele absurdo da águia. E diz a Rui que sim, que vai com ele. Afinal já é tarde, há quase um ano que não vê o padeiro, e olha, bem vistas as coisas mais vale uma águia na mão do que duas a voar.
O que a jovem espanhola não sabe, é que amanhã quando acordar vai estar com uma valente dor de cabeça.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Liga Record Impróprio para Cardíacos: balanço final



Com a última jornada do campeonato nacional, chegou também ao fim a Liga Record Impróprio para Cardíacos, uma competição em que se viu quem foram os Mourinhos e os professores Necas dos comentadores e amigos deste blog.
O troféu vai direitinho para Fredos, timoneiro do United Charneca da Caparica. Pode passar aqui no edifício-sede do Impróprio, entre as 9h00 e as 18h00 e pedir o prémio à menina São (oh menina São duas grades de minis, sff!).
Em segundo lugar, com acesso directo a qualquer coisa que ninguém sabe bem o que é, ficou o sócio-gerente dos 50% verdes deste blogue, O 7 Maldito. Totalmente solidário com o seu Sporting, portanto.
Grande destaque para o comentador-fetiche deste blogue, Dr. Oscar Barbosa, que conseguiu qualificar a sua La Portuguesa FC para as provas uefeiras, à imagem e semelhança do Benfica que tanto ama. Para a ilha da Madeira segue desde já o nosso fortíssimo e emocionado aplauso.
Boa performance também a do Dragão de Lisboa, conquistando um honroso 8º lugar, fruto ("fruto"/"Dragão", hum? tão a topar?) de uma segunda metade de campeonato verdadeiramente fulgurante.
Xinfrim e Van Costa demonstraram que são muito melhores a comentar do que a treinar.
No último e desonroso 29º lugar, quedou-se o Sporting Clube de Londres, orientado por Reximperator, que assim será despromovido, jogando a próxima época no blogue do João Baião.
Por fim, uma palavra para o titular indiscutível dos 50% vermelhos desta casa, Homem da Luz, que garantiu a manutenção apenas na última jornada, escapando por pouco da descida vertiginosa até ao blogue da Juve Leo.
Um grande obrigado a todos os que participaram. Prometemos retomar esta iniciativa assim que a nova época dê o pontapé de saída.

terça-feira, 20 de maio de 2008

A nova mascote

Tal como milhões de portugueses também eu me juntei com uns amigos para, infelizmente, vermos o jogo da final da Taça. Digo infelizmente porque depois de 2h de jogo continua a parecer-me que só vi o SCP a jogar e apenas durante os 15m iniciais. Também o que é que se poderia esperar de um jogo entre duas equipas que juntas, apenas têm mais 4 Taças do que o Glorioso SLB? Pois é, apenas aquela grande seca de jogo. Mais valia terem dado o jogo entre o Benfica e a Selecção de Cabo Verde, algo que até culturalmente é mais grandioso que uma Taça de Portugal, ou não fosse a Taça da Lusofonia. Depois da vitória por 2-0, aviso que também já vamos à frente em números de vitórias nesta competição. Invejável não é?
Pois, eu sei que não, mas depois do jogo da Taça estava só a ver se também passava...
Não o querendo ofender – apesar de infelizmente ser possível que o faça – mas imagine que o caro leitor era o Olegário Benquerença, eu teria tido muitas possibilidades que tivesse passado. Muitas não, todas. Depois do que vi no domingo posso garantir que Olegário Benquerença não é um ladrão. É sim um grandessíssimo cleptomaníaco. Quando ele apitou o Benfica vs. Porto - que nos poderia ter tornado Bi-Campeões - roubou um golo limpo a Petit e um Campeonato ao Benfica. Mas no Domingo foi bem pior. Roubou um golo limpo ao SCP, roubou uma expulsão a Grimmi e Abel, roubou dois penaltis ao Porto, roubou 47 expulsões ao Bruno Alves e ainda queria roubar 10m da 1ª parte do prolongamento, mas por acaso nessa foi apanhado. Os brasileiros têm uma palavra que define a exibição do árbitro: arrastão.
Para além do jogo pobre das duas equipas - de tal forma que foi Tiuí o homem do jogo - o pior foi claramente a exibição do trio de arbitragem. Não se pode dizer que houve uma equipa prejudicada, mas sim todas as equipas. Aquele homem já palmou mais jogos de futebol que os Superdragões “limparam” Estações de Serviço na A1 (Será que é daí que vem o Elefante Azul???). Continua a haver apenas um homem que já fez disparar mais detectores de furto à saída dos Estádios do que ele: Pinto da Costa, quem mais?
E isso foi a única coisa boa da tarde Domingo. Eu vi pela primeira vez na vida o Porto ser claramente prejudicado pela arbitragem num jogo de futebol. Garanto-vos que isto é ainda mais improvável de acontecer do que o Tiuí marcar um golo de pontapé de bicicleta, ou o SCP vencer duas Taças seguidas. Não desejo mal a ninguém, mas ver os portistas a sofrerem do mal que semearam no futebol português nos últimos quase 20 anos, é no mínimo merecido. E ainda por cima, traídos por um velho amigo.
Talvez seja demasiado cedo para dizer, mas parece que a suspensão do Pinto da Costa começa a ter influência no desempenho dos árbitros. Parece que agora eles não roubam só para o Porto, roubam para os dois lados. Ao menos, parece-me mais justo e equilibrado. A exibição de Olegário é até um verdadeiro hino à justiça. Se nos nossos tribunais a Justiça é simbolizada por uma mulher com os olhos vendados, o homem apenas seguiu o exemplo. Depois da exibição de Olegário Benquerença neste domingo, proponho que a Comissão de Árbitros siga o exemplo dos tribunais e crie a sua “mascote”. Para tal parece-me que o mais acertado seria obviamente uma imagem do Olegário a arbitrar um jogo. Ou seja, equipado de preto, com um apito dourado (maciço) ao pescoço e com os olhos vendados.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ave rara

Spehar
Kutuzov
Kirovski
Koke
Nalitzis
Motta
Silva
Pinilla
Alecsandro
Bueno
Purovic

Uma longa linhagem de "mais-valias" do ataque sportinguista dos últimos anos (mais-valia terem ficado em casa...). E agora Rodrigo Bonifácio da Rocha, conhecido nas lides futebolísticas como "Tiuí", nome de pássaro amazónico.
Quando aos 103 minutos Paulo Bento achou por bem trocar Abel por este senhor, a metade do Estádio Nacional que vestia de verde deitou as mãos à cabeça, desesperada. A outra metade riu à gargalhada.

Meia-hora depois...


Vá-se lá explicar. O que interessa é que o "caneco" já cá canta. Como o pássaro...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Alguém vai ter que pagar

O final da época é para o universo futebolístico a altura de fazer contas. Pinto da Costa estará a fazer contas aos anos que vai passar atrás das grades. Soares Franco está a fazer contas ao aumento do litro de Cutty Sark 12 anos. Luís Filipe Vieira… Luís Filipe Vieira não sabe fazer contas.
Se esta malta toda faz contas, então O 7 Maldito, adepto praticante, também se sente legitimado para fazer as suas. Só para ter a noção de quanto é que esta brincadeira de “gostar de bola” me sai. E para no final concluír se valeu a pena ou não. Façamos então como tão bem nos recomendou o ex-primeiro ministro António Guterres. Vamos incluír o preço dos bilhetes, das eventuais deslocações, dos come e dos bebes.

Supertaça:
- Bilhete: 20€
- Quilómetros e portagens: 20€
- Refeições e cervejas: 15€

Superliga:
- Gamebox: 410€
- Minis e bifanas x 15 jornadas em casa: 150€
- Jantares pós-jogos: 75€ (não foram mais de 5)
- Deslocações a jogos fora: este ano não caí nessa armadilha

Champions League:
- Bilhetes: incluídos na Gamebox
- Minis e bifanas: 30€
- Jantares pós-jogos: 30€ (2 parcos jantarinhos)

Taça UEFA
- Bilhetes: 40€
- Minis e bifanas: 20€

Taça da Liga
- Bilhete (só fui à Final): 10€
- Deslocação ao Algarve: 30€
- Almoço no Algarve (o maldito Ninho): 45€
- O cabeção com que voltei: grátis

Taça de Portugal (ainda sem contabilizar a ida ao Jamor)
- Bilhetes: 20€
- Minis e bifanas: 20€
- Despesas diversas após sova ao Benfica: 100€


Total: 1035€

Mil e trinta e cinco euros, meus amigos! Este foi o preço a pagar por ser adepto do Sporting. E não estou a incluír nem a assinatura da SportTV nem as quotas mensais (sim, porque eu - tal como o portista Vieira - tenho as quotas em dia).
Com esta quantia podia ter mudado os caixilhos da marquise tal como a patroa vem reclamando. Podia ter oferecido o implante de silicone que a Nela do cabeleireiro tanto quer (com esta quantia oferecia-lhe o seio direito este ano e o seio esquerdo ficava para a próxima época). Segundo o site das Viagens Abreu podia ir para o México nove dias (se fosse árbitro ia de borla, mas como não sou…). E até podia ter investido em acções da Galp, vendido um mês depois ao dobro do preço, e com esse dinheiro…oferecer à Nela do cabeleireiro uma maminha direita duas vezes maior!
Mas não. Estoirei a pasta em “bola”.
E que é que o meu clube me dá em troca além da Supertaça? Purovic’s, Ronny’s, Farnerud’s, uma Final da Taça da Liga perdida e um segundo lugar no campeonato que faria qualquer benfiquista dar vinte voltas ao Marquês, mas que a mim não me consola por aí além.
Não sou advogado, mas honestamente acho que tenho aqui matéria para processar o meu clube.
Paulo Bento, ou ganhas a Taça ou encontramo-nos em tribunal!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Reforço de peso

Por esta altura, cumpre testes médicos numa unidade hospitalar de Lisboa o médio Fábio Rochemback, preparando-se assim para assinar pelo Sporting por três temporadas. Com esta aquisição, abrem-se as portas de saída de Alvalade para outro peso-pesado do meio-campo leonino: Miguel Veloso.
É de saudar o regresso deste talentoso futebolista brasileiro, um dos melhores da sua geração a bater livres directos, comer churrascos e beber cerveja.

O Impróprio para Cardíacos está em condições de avançar que, depois de durante a manhã ter feito análises ao sangue, provas de esforço e electrocardiogramas, Rochemback verá ser-lhe colocada uma banda gástrica da parte da tarde.

Mês Sabático

Custou mas foi, a época 07/08 finalmente chegou ao fim. Com o resultado que o Benfica alcançou deixei o Champanhe no frigorífico e optei por um deprimente pacote de Camillo Alves que, como sabem, é o melhor acompanhamento para os pratos vazios.
Gostava de dar os parabéns ao FCP pelo campeonato alcançado fruto (vai buscar!) de jogadores como Bosingwa, Paulo Assunção, Lucho, Tarik, Quaresma e Lisandro. Mas gostava sobretudo de felicitar os dirigentes portistas por não terem pedido recurso da pena que o clube foi alvo por tentativa de suborno a árbitros. Pinto da Costa disse que não recorria “por razões óbvias”. De facto, só apanhar seis pontos de castigo, só ser julgado por tentativa de corrupção e só em dois jogos, são mais do que razões para nem falar mais no assunto, é óbvio.
Gostava de dar os parabéns ao SCP pelo 2º lugar, alcançando a meta estabelecida no início de cada época e que levou a uma completa euforia dos jornalistas do Record. Enquanto a capa do jornal de ontem falava em “Tri-Champions” a 1ª página da net falava em “Champions Nacionais” e não meus amigos, eu não trabalho no Record. Estas ideias são originais do Record, tal como no dia de despedida de Rui Costa ter ocupado toda a 1ª página com Miguel Veloso a jogar xadrez...sozinho. Para a despedida do Maestro apenas o comentário de Figo: “Rui Costa é maior que o Benfica”. Mais uma vez Figo demonstra a sua enorme falta de classe. É caso para dizer que Figo é ainda menor que o Sporting.
Gostaria ainda de mencionar que, ao contrário do que muitos analistas afirmaram, o SCP teve este época um belíssimo e vasto plantel. Jogadores como Abel, João Moutinho, Vuck, Izmailov, Lucílio Baptista, Bruno Paixão, Jorge Sousa e Duarte Gomes foram absolutamente decisivos na fase final do campeonato. Parabéns por tão bem terem defendido as suas cores.
Parabéns também ao Vitória pelo fantástico regresso à 1ª divisão. Mereceu ficar à nossa frente, até para criar um espaço entre nós e o SCP que com o aproximar do final da época começa a tresandar um pouquinho a Tutti-Fruti.

E agora o Euro. Durante um mês o Euro vai ser o paraíso dos benfiquistas. Durante um mês, estaremos todos mais interessados com a Selecção do que com o estado da nação encarnada. Durante um mês, o Euro será aquele lugar mágico que só existe no maravilhoso mundo das crianças. Aquele lugar onde nenhum mal nos pode tocar, onde estamos em total segurança e paz. Durante um mês, o Euro será o nosso “Coito”. Penso mesmo em comprar um bocadinho de terreno e fundar a “República Democrática do Coito”, mesmo para adultos soa bem, não soa?
Em relação aos nossos 23, onde estão dois possíveis titulares como Caneira e Maniche, e o que fazem lá Rui Patrício e Miguel Veloso? A única razão que vejo é o Rui Patrício ir mostrar ao Ricardo que afinal ainda há guardiões muito pior que ele e o Miguel Veloso ir para mostrar a Miguel, Petit, Deco e Postiga que, mesmo em baixo de forma, são jogadores rápidos e ágeis. Mestre na motivação este Sargentão, hein!
Assim, resta-me dar o único 11 nacional que poderá conquistar o Europeu:

- Quim
- Bosingwa
- Ricardo Carvalho
- Pepe
- Paulo Ferreira (preferia Caneira)
- João Moutinho
- Deco (preferia o Maniche)
- Cristiano Ronaldo
- Simão
- Quaresma
- Nossa Sra do Caravaggio (semelhante fisicamente a Nuno Gomes mas muito mais forte tecnicamente)

Se assim for, tenho a certeza que Portugal vai fazer muito melhor figura da que o meu Benfica fez este ano.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Tens p'ra troca?

(suspiro de alívio)
Terminou a época futebolística 2007/2008. Uma época que fica para a História por ter assinalado o surgimento do Impróprio para Cardíacos, um blogue que é hoje uma referência incontornavel entre os blogues com as palavras Impróprio e Cardíacos no nome. Porque de resto, foi tudo normal e perfeitamente previsível: o Futebol Clube do Porto sagrou-se campeão, o Sporting ficou em segundo lugar e o recém promovido Vitória de Guimarães segurou o terceiro lugar, corolário lógico do bom futebol com que foi brindando os seus apaniguados, conquistando por mérito próprio o direito a estar presente na pré-eliminatória de acesso à Champions. De resto, assim que eu esteja a ver…nada a assinalar. Académica, Leixões, Naval, Benfica, Nacional e Estrela da Amadora limitaram-se a cumprir. Uma palavrinha apenas para a desilusão que foi o Braga.

Posto este miserável parágrafo, cheio de clichés dignos de uma crónica do Rui Santos, passemos ao que interessa! Em linguagem técnica, dir-se-ia que entrámos oficialmente no “defeso”, essa horrível época do ano em que o Benfica compra os 43 melhores jogadores do mundo e em que somos privados de futebol enquanto os milionários futebolistas vão a banhos para Quarteira. Mas não. Felizmente, estamos em ano de Euro, o que nos garante bola por mais umas semanas.
Momento de grande emoção que antecede a competição propriamente dita, são as convocatórias anunciadas pelos seleccionadores portugueses. Os seleccionadores? Sim, “os”, porque Portugal tem dois: Mister Scolari e Mister Panini. Mister Scolari “o Sargentão”, Mister Panini “o dos cromos”.
Mister Scolari anunciou a sua convocatória há escassos minutos em Viseu. Mister Panini publicou a sua convocatória há uma semana atrás na já tradicional caderneta de cromos Euro2008, que eu consegui adquirir a custo, depois de agredir selvaticamente três miúdos de sete anos (mas com cabedal de oito) que se queriam afiambrar às últimas disponíveis.
Entre as duas convocatórias não se notam grandes diferenças, o que se explica facilmente: Scolari mora perto de um quiosque e comprou a caderneta há uns dias atrás. Assim é fácil: passou os nomes para um papel, riscou Tiago e Maniche, e os que faltavam tirou do bigode do Murtosa, onde estavam escondidos papelinhos com os nomes de mais de 200 jogadores potencialmente seleccionáveis.
Estou totalmente de acordo com as opções do seleccionador Scolari, à excepção de Petit, que não fez um único bom jogo durante o ano e Nuno Gomes, que não fez um bom jogo durante toda a carreira. Acho que foram estes que saíram do bigode.
Se fosse com o seleccionador Panini era fácil: trocava. Como não é, resta-me trancar em casa com cerveja suficiente para um mini Oktoberfest e cruzar os dedos para que dê tudo certo.

sábado, 10 de maio de 2008

Rock in Rui

É já amanhã que terá lugar a grande festa de homenagem ao maior Maestro de sempre dos relvados nacionais. No palco principal da Luz poderemos assistir à última sinfonia de Rui Costa de águia ao peito, num jogo que não terá a Glória que todos os benfiquistas desejariam mas que se torna imperdível pela dimensão do homenageado. “O Rui” é ainda um dos melhores números 10 do mundo e, não menos importante, um dos maiores benfiquistas do mundo. Nem todos os clubes se podem orgulhar de ter um jogador que ama e sente o seu clube da mesma forma que o sócio nº1 ou do líder da claque. Para além disso, é um génio com a bola nos pés e um Homem (sim com H Glorioso).
Não interessa minamamente o resultado da partida de amanhã, muito menos se ficamos em 2º, 3º ou 4º porque para os benfiquistas, só há dois lugares possíveis num campeonato:

- O lugar de Campeão
e
- O lugar do Sporting

O que realmente importa é o Glorioso aplauso que o Rui Costa vai receber. Será do fundo do coração que todos nós nos vamos despedir de um grande símbolo, herói e Homem do Benfica. Um Homem que foi formado no nosso Benfica, que se tornou jogador no nosso Benfica e que por todo o lado onde passou deixou arte, alegria e respeito. De Batistuta a Káká, de Maldini a Cafú, de Figo a Cristiano Ronaldo, os elogios surgem exactamente como o seu talento: de toda a parte.
O que vale é que não é bem uma despedida, é mais uma substituição. Sai o nosso eterno nº10, entra o nossa esperança como Director Desportivo. Espero que partir daí a música seja outra. E vai ser.

Chamam-lhe o “O Último Jogo”, “O Requiem do Maestro” e “ A Última Sinfonia de Rui Costa”. Eu prefiro o “Rock in Rui”. Uma coisa é certa, posso garantir que já vesti a minha camisola do Benfica, com o nº10 e Rui Costa atrás. Por uma questão de respeito pela minha privacidade, é possível que não queiram saber porque estarei eu envergando a Gloriosa, nos tempos que correm. De qualquer maneira, eu digo-vos. É porque sou um benfiquista tão grande como o Rui Costa mas, sobretudo, é porque... EU VOU!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O Apito Pífio

Um dia contaram-me esta divertida história. Não sei se é verídica ou se é um mito urbano, mas aqui fica.
Certa madrugada, ali para os lados de Santos (zona de diversão nocturna muito afamada), um boémio artista da nossa praça (cuja identidade será aqui cuidadosamente preservada em bagaço) discutia acaloradamente com uma "indivídua", dentro da sua viatura. Tão acaloradamente que começou a preocupar os transeuntes que ali arribavam. Nisto, um agente da PSP decide intervir, avançando para a viatura e interpelando o casal desavindo. Deu-se então início ao diálogo, mais ou menos nestes termos:

Polícia: Boa noite, passa-se alguma coisa?
Boémio artista: O que é que você tem a ver com isso!?
Polícia: Os senhores estão na via pública e o tom da vossa discussão...
Boémio artista: Meta-se na sua vida, seu *#@*±"%*!!!
Polícia: Respeitinho, sim? Olhe que você está a falar com um agente da autoridade!!!
Boémio artista: Pfff...estudasse!

Isto a propósito do Apito Final e dos castigos desportivos hoje impostos aos clubes envolvidos no Processo Apito Dourado.
Vejamos: há uns meses, fora deste processo, o Belenenses utiliza incorrectamente o jogador Meyong durante um jogo e é penalizado com a subtracção de 6 pontos.
O Boavista é acusado de coacção sobre a equipa de arbitragem de três jogos disputados e é despromovido à Liga de Honra.
Já o Futebol Clube do Porto é acusado de tentativa de corrupção ao árbitro dos jogos com Beira-Mar e Estrela da Amadora. Resultado? O presidente Pinto da Costa é suspenso dois anos (igual ao litro) e ao clube são retirados 6 pontecos numa época em que leva 20 de avanço.

Não perceberam, pois não? Estudassem!

Igreja Evangelista

Ao contrário da maioria das crianças não fui baptizado à nascença. Os meus pais aperceberam-se que a minha religião era inata e seria um eterno devoto ao benfiquismo, arte a que dedico a minha vida. Porém, quando tinha 8 anos a minha querida avó adoptou uma estratégia de empresária dos Atletas de Cristo e aliciou-me a baptizar-me. Em troca receberia o meu maior sonho: o equipamento completo do Benfica, incluindo chuteiras e bola de Cautchú, com o dorsal 8 nas costas que nessa altura pertencia ao meu jogador favorito - Zoran Filipovic. Naquela altura olhei para aquela proposta com o mesmo fascínio como olho hoje para os contratos publicitários do Beckham: absolutamente irrecusável. E assim foi, lá me baptizei e assim que cheguei a casa, subi as escadas a correr, enverguei a Gloriosa e só a voltei a tirar 3 dias depois e porque os meus pais me obrigaram.
Mais tarde, rendi-me a outro tipo de fé. Vi Deus e rendi-me a seus pés. Estávamos no Verão de 86 e pela primeira vez vi Diego Armando Maradona em directo na Tv. A cada finta, ámen, a cada passe, louvado sejas e a cada remate, a glória nos céus. Nesse Verão, para grande desgosto da minha avó, rendi-me ao Maradonismo.
E assim foi, até ontem. Ontem voltei a mudar de fé. Têm de compreender que já não tenho idade para ir para o trabalho vestido com o equipamento do Benfica (como ia para a escola) e já não vejo o Maradona há uns anitos. Ontem, vi um sr. a defender os direitos dos trabalhadores deste pais, coisa que não se via na nação desde um tal de Viriato. Não defendeu todos os trabalhadores, mas defendeu com unhas e dentes os “seus” trabalhadores. Não cedeu aos interesses económicos, nem ao poder dos mais fortes que como sabem são os valores da actual pseudo-democracia. O que nós vivemos não é uma democracia é uma demoeconomia. É tipo “Pessoas- 0 ; Empresas -5”. E por isso, chamou-me a atenção. E por ter enfrentado o poder desta forma humana, ganhou o meu respeito. Tenho fé que um dia, todos os Sindicatos tenham um homem que defenda os seus trabalhadores como vi Joaquim Evangelista a defender os jogadores de futebol. Quem me dera ter um homem que acabasse com a vergonha dos recibos verdes, que lutasse para que todos tivéssemos contratos de trabalho com direito a subsídios de férias e de Natal, a receber horas extraordinárias e quando trabalhamos ao fim-de-semana, com direito a seguro de saúde e, um dia, com direito a uma reformazita que dê para viver. No tempo da minha avó, eram estas as condições de trabalho mas não se vivia numa democracia, vivia-se na ditadura de Salazar. O que isto precisava era de outro Maio de 68, outro 25 de Abril, outro Maradona e um Mourinho a comandar a nação.
Para grande desgosto da minha Santa avó, ontem rendi-me à Igreja Evangelista. Abençoados sejam os livres de espírito. Ámen.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O Bi-Tri

Quem passeia pela blogosfera nacional terá observado o nascimento de um fenómeno bizarro em todo o mundo do futebol. Não, não falo do travesti amigo do Ronaldo. É parecido mas não é bem. Falo do fenómeno do Bi-Tri que foi inventado no nosso país, mais concretamente no campeonato nacional.
Todos sabemos que o FCP festeja a conquista do Tri campeonato com direito a faixas de aroma a Tutti-frutti. Mas o que ninguém sabia é que nem só o FCP festeja o Tri. Há outro clube que, inexplicavelmente, também o festeja. O seu pequenino tri. Nada mais nada menos que o SCP, claro! É verdade meus amigos, já no ano passado estranhei muito quando vi os sportinguistas a festejarem um empate na Luz que caso ganhassem os tornaria campeões nacionais. Achei estranho tantos festejos no dia em que garantiam que já não chegariam ao título, fruto de um feliz empate. Convenhamos que não é normal. Mas agora, voltam os adeptos leoninos a surpreender-me. Ontem ouvi com os ouvidos que os relvados hão-de comer, um grupo de adeptos do Sporting a festejarem entusiasmados a conquista do, segundo eles próprios, “Tri-Vice Campeonato”. Fiquei boquiaberto, pensei “não, isto não pode ser verdade!” Mas infelizmente é. Caso não acredite - o que é totalmente legítimo para quem gosta de desporto ou de bola - basta ver os comentários aqui deixados no Impróprio. A romaria e a alegria estão no ar, a razão é um inglório e pobre 2º lugar. Imagine os adeptos do Barcelona, do Chelsea (esperemos), da Roma e do Werder Bremen a saírem às ruas comemorando a conquista do 2º lugar...
Sinceramente, nunca pensei que pudessem existir adeptos assim. Mas afinal há e, como se não bastasse, são verdes.

terça-feira, 6 de maio de 2008

O bom gigante e o pequeno genial

Declarou o ex-goleador maritimista e actual jogador benfiquista Ariza Makukula, a propósito dos acontecimentos que tiveram lugar no balneário do José Gomes da Reboleira (e não estou a falar do Binya a dar banhinho ao Luisão) após o jogo com o Estrela da Amadora:

"Não houve nenhuma tensão no balneário. Não questionei o Chalana. Gostamos todos muito do Chalana."

É verdade, Ariza. Gostamos todos muito do Chalana. Eu pessoalmente, adoro-o.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Só mais um, só mais um!

No momento em que vos escrevo estou muito feliz. Talvez o meu estado emocional seja superior a feliz, talvez esteja eufórico, encantado, deleitado e em pura exaltação. Amigos e familiares benfiquistas, partilho convosco a razão desta minha imensurável alegria para que a sintam comigo: já só falta uma jornada para esta época acabar. Só uma! São apenas mais 90m de tortura e a seguir escutaremos o apito final do árbitro para nos sentirmos livres desta miserável equipa. Bem sei que para os jogadores deste plantel 90m ainda dá para fazer muito disparate e para envergonhar muitos benfiquistas, mas a seguir teremos umas merecidas férias e, melhor, um mês de Euro e de bom futebol.
Depois do que vi no jogo com o Estrela esta é a melhor notícia do mundo benfiquista desde a contratação de Rui Costa. E coitado do Maestro, dá muita pena ver o desespero de um verdadeiro benfiquista que tem o azar e o infortúnio de pertencer àquela equipa. Merecia um final de carreira mais digno, mais bonito e muito mais Glorioso.
Como não o teve, sugiro uma festa de despedida à altura da carreira e da grandeza desportiva e moral do Maestro e do Benfica também. Este domingo ficou provado que a grande parte dos toscos que enverga a Gloriosa não são Homens à séria, requisito básico para ser jogador do Benfica. Jogam sem honra, sem brio, sem garra, sem concentração, sem seriedade e sem concentração, enfim jogam à SCP, o que compreenderão ser inaceitável para um clube com a dimensão e grandeza do meu Benfica.
Assim proponho que este domingo, se celebre o último jogo oficial de Rui Costa com a camisola do Benfica de uma forma diferente e coerente com o plantel que o sr. LFV nos deixou em testamento (porquê, alguém tem dúvidas que o homem no Benfica já morreu?):
Quim jogará com o seu equipamento habitual enquanto que Rui Costa envergará a Gloriosa encarnada e a braçadeira de capitão (ser capitão do Benfica não é uma questão de tempo na Luz mas sim de amor e empenho pelo clube, ouviste Luisão?). Quanto aos restantes marmanjos, se não puderem ser miúdos dos juniores, juvenis ou infantis A e B, então que vistam a camisola rosa que condiz em absoluto com a ideia do tipo de homens que tenho deles.
Por mim, é a única maneira da 2ª pior época de sempre do Benfica ter um final feliz.

O Patrãozinho

Deixem-me falar um pouco da minha carreira: comecei a trabalhar ainda jovem numa empresa mais pequena do Norte. Três anos depois fui contratado por uma grande firma do ramo e mudei-me para Lisboa. Após três anos na metrópole sem grande sucesso, resolvi tentar uma experiência no estrangeiro. Não sei se é pelo meu aspecto ou não, mas a verdade é que sempre fui olhado com uma certa desconfiança….partir pareceu-me uma boa solução.
Aí pude ver como é verdade aquilo que dizem. Lá fora são de facto mais exigentes e não toleram a falta de produtividade dos portugueses. Por isso dois anos mais tarde fui recambiado no primeiro voo da TAP. Para os que estranharam disse logo que estava com saudades da família, das sardinhas assadas e aquelas coisas tipicamente “tugas”.
Felizmente, a malta da empresa de Lisboa onde eu trabalhava antes de emigrar é porreira, não liga muito a essas tretas da produtividade e recebeu-me de braços abertos. É que eles são um bocado provincianos e acham que por “vir de fora” é-se logo muito bom, eheheh! Anunciaram-me como uma grande contratação para a empresa (que está numa crise maior que os têxteis do Vale do Ave) e garantiram que eu ia ser responsável por enormes sucessos. Melhor que tudo, pagam-me uma pipa de massa todos os meses!
Mas desde que cheguei que as coisas não têm corrido lá muito bem. Não me entendo com as minhas funções, cometo erros dignos de um estagiário, ando desmotivado, arrasto-me no serviço e fico sistematicamente abaixo dos objectivos propostos. Às vezes chego a pensar se não estou na profissão errada… Pior de tudo, cheira-me que alguns me querem pôr no olho da rua.
Estou preocupado, até porque o meu contrato termina para o ano, não falta muito para me reformar, e ir parar ao desemprego com esta idade e este fraco curriculum ia ser uma desgraça.
Mas felizmente parece que a minha sorte está a mudar. Não é que promoveram para meu Director um colega com quem sempre me dei bem e com quem cheguei a trabalhar quando estive emigrado? Até cheguei a pensar naquele velho ditado que diz “amigos, amigos, negócios à parte”. Mas não. O tipo é um compincha daqueles e uma das suas primeiras medidas de gestão vai ser prolongar o meu contrato até ao dia da minha reforma. Afinal, e lembrando outro ditado, “os amigos são para as ocasiões”.
Chamo-me Nuno Gomes, o meu novo patrão chama-se Rui Costa e é um gajo cinco estrelas. Um dia destes ainda lhe pago um almoço.