segunda-feira, 1 de junho de 2009

O chiqueiro

Era uma vez uma senhora já muito velhinha que, coitadinha, não teve educação quando era pequena. Vivia fechada no seu mundinho, rodeada dos seus vizinhos e dos seus animais lá na remota aldeia de Onde Judas Perdeu as Botas. Levava uma vida simples e os seus modos eram reflexo disso mesmo.
Nunca viu uns talheres, por isso sorvia ruidosamente as sopas e desmanchava com as mãos os nacos de carne que cozinhava no fogo. O espectáculo não era bonito de se ver, especialmente quando a idosa cuspia os ossinhos (dos animais) e um ou outro dente (dela) para o chão, ou quando limpava as beiças ao braço peludo e encardido.
Um dia, as assistentes sociais levaram juntamente com alguns medicamentos uma colher, um garfo e uma faca à geronte, tentando assim diferenciar o comportamento à mesa da boa mulher do dos suídeos que esta criava. Debalde. A amostra de faqueiro rapidamente foi parar acima da lareira, funcionando como novíssimo bibelot, ao lado de uma ferradura, de uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios (genéricos?) e de um retrato amarelecido do seu marido, falecido ao ser engolido por uma ceifeira-debulhadora.
Depois de 70 anos a comer com as mãos, a cuspir as sebências para o chão e a arrotar ruidosamente no final, aqueles talheres não passavam de uma curiosidade, uma modernice trazida pelas gaiatas da Junta de Freguesia.
Este drama sociológico faz-me lembrar o Benfica. Que óbviamente se comporta como a nossa velhota, sendo o conjunto de talheres a sua cotação na Bolsa de Valores.
Já por várias vezes tentaram explicar aquela rapaziada que ao passarem a SAD teriam que adoptar novos comportamentos perante a entidade reguladora. Teriam que acabar com as informações contraditórias, com os boatos meramente especulatórios e com as fugas estratégicas de informação.
Mas foram demasiados anos a comer com as mãos. Por isso, depois da OPA dos chineses, da OPA do Berardo e das 136 contratações que nunca chegaram a acontecer, agora é a rábula dos treinadores. Um dia o Quique vai para o olho da rua e na mesma tarde afinal não. Na manhã seguinte o Jorge “xóriço” Jesus já assinou e na mesma tarde afinal não. E os comunicados sucedem-se para ainda maior descrédito do clube e gáudio de quem está de fora.
Um conselho aos senhores da CMVM: se não os conseguem ensinar a comer com talheres, dêem-lhes um guardanapo. Não resolve nada, mas pelo menos ajuda a disfarçar.

5 comentários:

Anônimo disse...

Perdoa-os 7, que eles não sabem o que fazem.

herlander disse...

Estou tão fartinho do Vieira e do seu escudeiro Rui Costa...

Homem da Luz disse...

O Orelhas é tão boçal que de facto só poderia ser sócio do FCP.
Mas ao que parece também dá de comer à restante matilha.
http://abola.pt/nnh/ver.aspx?id=166098

VOTA QUALQUER COISA MENOS VIEIRA

Anônimo disse...

Adorei este teu comentário:belo.....
O orelhas anda todo cagadinho de medo do ex amigo Veiga,tão amigos que eles eram e agora apróxima-se o Duelo,ainda vamos RIR de muinta aldrabiçe,que por aí se praticou:como diz o ditado (o tempo é Juiz)

Visigordo disse...

7, não concordo nada com isso de um guardanapo não resolver nada.
Um guardanapo na glote de um lamp é sempre solução para alguma coisa.