Caros Amigos,
Conforme combinado, aqui vai a 2ª parte da minha viagem
Genebra, cidade capital do cantão suiço com o mesmo nome, fica situada no extremo sudoeste do lago Lèman, à saída do rio Ródano que corta a cidade em duas partes. Tem uma situação magnífica com vista para os Alpes e o Jura. Há numerosas praças, parques e jardins, a maioria dos quais na parte velha da cidade, situada na margem esquerda do rio, sendo este atravessado por mais de uma dezena de formosas pontes. Logo ao lado da primeira ponte, avista-se a ilha de Rousseau.
Foi à entrada dessa ponte que eu e o Paulo Chaves nos reencontrámos com o pessoal da Hyundai, já passava da meia noite. Até aí a ordem de recolher obrigatório das autoridades suiças tinha sido ampla e saudavelmente desrespeitada pelos adeptos portugueses.
A desagradável situação descrita na primeira parte da minha crónica deixara-me marcas profundas. Tinha pelo Santos uma amizade quase fraternal. O seu comportamento durante a viagem, culminado com o lamentável "sorteio condicionado" dos bilhetes no qual me recusei a participar, ainda não tinha por mim sido digerido.
Só durante a viagem me apercebi que o genro do Santos não era sócio do Hermínio como aquele me sugerira. É patrão, e toda a família do Santos depende dele. Mas, com a breca, isto não justifica a sabujice demonstrada naquele triste episódio.
Lembrei-me com nostalgia do dia da inauguração do novo estádio da Luz, perante o Nacional de Montevideo, em que demos um forte e prolongado abraço enquanto o Santos, em lágrimas, dizia "eu não te disse que o homem conseguia?" Refia-se a outro Santos - o Mário - construtor civil seu conhecido por quem tem grande admiração.
Fui para Bellegarde, tal como na viagem que nos trouxera à Suiça, no banco de trás com o Paulinho que entretanto adormeceu. O Paulo e a Silvina estavam amuados. Os restantes aparentavam estar obliterados de tanta Super Bock bebida. "Ganda joga do Petit"; "Os lagartos podem despedir-se do Moutinho"; "Com sorte vais ver que ainda vendemos o Nuno Gomes ao Barcelona"; "e o Ronaldo ainda nem apareceu" foram algumas frases que ouvi mas não comentei.
À chegada a casa do José Almeida, a sua esposa, Josselinne, recebeu-nos com alegria, acenando uma bandeira de Portugal. Achei simpático vindo duma francesa.
Quando ajeitávamos as almofadas e mantas na sala de estar para passar a noite, o Santos perguntou-me com ar de gozo se eu ainda estava amuado. - Não te preocupes comigo -, respondi-lhe secamente.
8.6.2008 Domingo
11.00h tinhamos tudo pronto para iniciar a viagem de regresso a Portugal. Despedi-me no meu rústico francês da Josseline que tão amavelmente nos acolhera. O Hermínio mandou então a boca: - Mais bem dispostinho? - Nem respondi. Ao passarmos pelo centro de Bellegarde-sur-Valserine pedi-lhe para parar a carrinha. O Nuno Veloso lá saiu a custo (são 130kg) do seu lugar para que eu pudesse passar. Já cá fora, cumprimentei todos e entreguei 100 Euros ao Hermínio. - Toma, é para o Gasóleo e portagens. Vão com cautela e façam boa viagem. Eu fico bem.
Só o Paulo Chaves não manifestou muita surpresa perante a minha atitude. Ele vira-me entrar no Polo preto na noite anterior.
13.00h Estou já há uma hora junto ao Credit Agricole da praça principal da pequena cidade francesa.
Subitamente, um braço envolve-me o pescoço por detras e uma voz grave e ofegante sussurra ao meu ouvido: - El dinero, todo tu dinero.
Sinto um objecto duro encostado às minhas costas.
14.00h Sou transportado no banco de trás de um BMW prateado, firmemente preso ao assento pelo cinto de segurança.
- Então, já refeito do susto? - pergunta-me o pendura.
- Epá, não me voltes a fazer uma coisa destas; tenho 66 anos e já me basta o que passei nestes últimos dias - respondi-lhe.
É assim, o Mário - um inveterado brincalhão. Revi-o no interior daquele Polo na noite do jogo contra a Turquia. Veio com o filho Pedro buscar um carro à Alemanha, o BMW onde agora seguimos em direcção a Neuchatel. Conheci-o no Funchal há já 25 anos quando ele desempenhava importantes funções numa agência de viagens. Depois, regressou a Lisboa, sua terra Natal, e fui perdendo o contacto. Não o via há mais de 8 anos. Reformado que está, aceitou o desafio do filho, piloto de linha aérea, para acompanhar os dois primeiros jogos do Euro, enquanto um transformador de automóveis português, radicado perto de Genebra, introduzia algumas alterações no motor e suspensão do BMW.
Quando resumidamente lhes contei o que estava a acontecer na minha atribulada viagem até Genebra, o convite, em forma de ordem, veio logo: - Ficas connosco para o Portugal - Rep. Checa. Arranjamos-te um bilhete e pomos mais uma cama no quarto do Hotel que é espaçoso. Foi do HiFone do Pedro que mandei então um comentário aqui para o Impróprios a dizer que ficava para o próximo jogo.
Tinha as minhas bagagens em Bellegard e, assim, combinámos encontrar-nos no dia seguinte aí mesmo, na praceta pincipal.
Quando o João Moutinho fez o passe para o Deco a rasgar a defesa checa e este num golpe mágico tirou o aversário do caminho endossando a bola para o centro onde surgiu como um relâmpago o Cristiano Ronaldo a fulminar o enorme Cesc, com o 2º golo, disse para mim mesmo: "Seremos campeões da Europa". Estava eu, é certo, um pouco entusiasmado pelo ambiente eufórico do estádio, mas mantenho a convicção.
Só a Holanda, pelo que tenho visto, nos poderá fazer alguma frente.
Os dias que antecederam o jogo foram, diagamos, vividos em grande. Destaque para um divertidissimo jantar em Genebra, no Lipp (salvo erro é assim que se escreve) que é o único restaurante que serve até mais tarde nesta disciplinada cidade Suiça e ainda um magnífico almoço na terça-feira em Lion num restaurante muito original chamado Paul Bocuse. Disseram-me que tem 3 estrelas Michellin, facto que ainda não pude confirmar. Não resisto a reproduzir da ementa o que comi:
- Escargots de Bourgogne en coquilles au beurre persillé.
- Rouelles de rognon de veau à la dijonnaise.
- OEufs à la neige Grand-Mère Bocuse
É comida francesa mas muito boa!
Houve tempo ainda para visitar alguns museus de relógios suiços, assunto em que o Mário é especialista, com destaque para o da Patek Philipe onde há um relógio avaliado em 18 milhões de Euros!!!
Enfim, foram 4 dias em grande. À noite, pude constatar que o Pedro segue as passadas do pai no que se refere ao sucesso com o sexo fraco. E eram lindas e de diversas nacionalidades as que conhecemos na Suiça. Nota também muito positiva para o Hotel -Manotel - simples mas limpo e funcional e com um pequeno-almoço variado e rico.
Terça feira ao fim da manhã, quando íamos para o almoço em Lion, recebi no telemóvel um chamada de Portugal. Era a mulher do Santos: "És tu, Barbosa? Onde é que vocês estão?" Expliquei-lhe que não seguira com eles e que ainda estava na Suiça. Ela então disse-me que a última vez que conseguiu falar com o marido fora na madrugada de Domingo para Segunda, estavam eles com dificuldades em passar a fronteira para Espanha, por causa de um bloqueio de camionistas. Durante o Almoço, recebi uma tranquilizadora mensagem: tinham acabado de chegar, extenuados mas vivos.
O nosso regresso a Portugal decorreu sem grande história. Arrancámos logo a seguir ao jogo. O Pedro e o Mário revesaram-se na condução e viemos sempre por auto-estrada. Chegámos às 17.00h de Quinta-Feira.
Mais uma nota positiva: Não tivemos uma única discussão sobre futebol. O Mário (e o Pedro também) é lagarto doente, seu único defeito, como eu costumo dizer. Ficaram célebres as nossas discussões no Funchal onde amiúde quase (este quase é um bocado exagerado) chegávamos a vias de facto. Agora já não temos idade para isso e, sobretudo, estivemos juntos na Suiça para dar todo o apoio ao nosso Portugal!
PORTUGAL4EVER! A caminho da final !!!
Oscar Barbosa
Um Panegírico da Argentina
Há um ano
29 comentários:
Este Óscar se não existesse tinha que ser inventado.
Portugalfourever
Esta viagem serviu entre outras coisas para introduzir Óscar Barbosa ao fantástico mundo das novas tecnologias, pois ainda mal tinha descoberto os telemóveis com internet e já está o homem a mandar comentários para o blogue via Iphone.
Força, Óscar! E esperemos que a sua convicção de um Portugal campeão europeu esteja certa.
Almoço no Bocuse, Dr Barbosa? É o q? O Barbas lá do sítio?
Grande Óscar, realmente é grande demais para estes putos imbecis que povoam os seus excelentes textos.
É pena que realmente os verdinhos continuem a dar mostras da sua grande falta de humildade. Comentários como o sr. indegesto e o JLboi, a juntar a muitos outros, só provam a enorme diferença de carácter que nos distingue desses seres raros.
Mais um motivo para nos sentirmos orgulhos de não sermos um deles.
Quanto à sua aventura caro Óscar, fico sinceramente feliz que tenha acabado da melhor forma. Quanto ao que aconteceu com os seus companheiros de viagem - incluíndo o irmão gémeo do Miguel Veloso -, são águas passadas, tomou a atitude certa, com carácter e independência. E foi recompensado por tal!
Parabéns pelo excelente texto, e um grande abraço até à final, quem sabe.. ;)
JR.
Confirma-se o suspeitado: o Barbosa é o Chalana. Só mesmo um “grunho” vai almoçar ao restaurante de um dos melhores chefes do mundo e nem sabe reconhecer bem onde esteve (nem como se chama o restaurante). Mais ou menos como ir almoçar ao Porto de Santa Maria e achar que se esteve no McDonnalds do Guincho.
Está bem que o Barbosa é lampião, isso explica muito. Também ajuda o facto de ser madeirense. Mas tanto…. Continua lá a mandar mensagens pelo “hifone”, sempre vêm mais curtas e não dão qualquer possibilidade para que estes bloguistas preguiçosos se furtem à obrigação de escrever textos sobre futebol e a selecção.
Vai também um grande abraço para o JR, que deve ter um carácter “a la Vale e Azevedo ou Vieira”, claramente melhor do que o desses “seres raros” e “verdinhos”.
Este jlboy e mto estupido!!
Dr., obrigado pela prosa! Parece-me que o Dr. Barbosa e grande demais para a caixa dos comentarios e que se deveria tornar um bloguista de referencia (sobretudo dada a constante ausencia do HdL).
sem dúvida. deixemos os putos estúpidos a falarem sozinhos.
o problema destes palhaços não é o clube, é mesmo a educação.
parabéns Dr. e um abraço!
Caros Amigos
Só agora, já na minha ilha da Madeira, arranjei tempo para vir aqui ao Impróprios reler com tempo as últimas entradas e respectivos comentários.
Agradeço as palavras amigas da maioria dos bloguistas.
E aos que não gostaram, agradeço as críticas que encaro com naturalidade e desportivismo.
Sempre desconfiei daqueles que, associando-se (ou associando o seu nome) a um clube (ou claque) disparam em todas as direcções sem grande critério, mas sempre com o cuidado de gerar muita antipatia. Dá ideia que o alvo a atingir é o próprio clube a que dizem pertencer.
Mas adiante, que a mim não me ofende quem quer.
Imbuído que estou no "espírito" da Selecção Nacional, as tricas clubísticas agora não me interessam. E mal estava eu, especialmente na sequência da minha viagem à Suiça, se fosse analisar o caracter das pessoas em função do clube a que pertencem.
PORTUGAL 4 EVER!!!
Oscar Barbosa.
Os cães ladram, Óscar Barbosa passa!
Oscar Barbosa 4Ever!
Barbosa, tenho a dizer-lhe que não disparei para todas as direcções, apenas na sua porque o seu relato me pareceu ridículo e na do JR (que nem merece mais palavras que estas).
Sim, sou jovem (tenho 19 anos) mas não sou estúpido (ao contrário do que escreveu aquele que não sabe como pôr acentos no computador, só para dar o ar que está no estrangeiro – ou então também nos escreve do seu “hifone”). Juventude está longe de ser sinónimo de ignorância e menos de falta de destreza intelectual. Há muito benfiquista por aqui, certamente com o dobro da minha idade, que, pela fluência e correcção literária, o demonstra sem qualquer dúvida.
Finalmente, já que dá ares de ser um tipo tão (pretensamente) inteligente e culto (como se o facto de se ter 66 anos e um canudo em medicina fosse uma “garantia de qualidade cultural”), diga lá porque é que nomeou a sua crónica de epopeia? Uma epopeia não deveria ser em verso? Acho que está na hora de voltar à escolinha (aquela antes da medicina, lembra-se?).
foda-se mata-te
alguem tem a morada de casa do sr rui santos? é que depois do serão de ontem o gajjo deixou-me com um nervoso que quase dei parte de doente hoje de manha. é que não basta a depressao do domingo à noite vem aquele ser com ares de politico ultrapassado em eleições antecipadas que tem como ideia megalomana a mesma que já teve o Nuno Rogeiro ha uns anos: sou tão bom que toda a humanidade poderia depender unicamente de mim. É por ser tão perfeito que foi afastado da Bola e ninguem podia com ele, pelo profissional de caca que sempre foi.
uuff..pronto, ja estou mais aliviada
"uma epopeia não deveria ser em verso?" JLboy
Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!
Quanta ignorância, meu Deus!
Deve-lhe ter saído o 9º Ano na Farinha Amparo.
O blogger apita, chama os capitães à parte e esclarece. Consultando aqui o Dicionário Porto Editora de 2004, assim se classifica Epopeia:
1)
Poema narrativo de grande dimensão em que se celebra geralmente uma acção grandiosa e heroica protagonizada por um herói com qualidades excepcionais.
2)
Série de grandes acontecimentos.
Em primeiro lugar, convém esclarecer que o título do post foi da exclusiva responsabilidade dos accionistas deste blogue (Oscar Barbosa limitou-se a enviar-nos o texto sem qualquer título).
Baptizámos o post de "Epopeia" não por se tratar de um poema de grande dimensão, mas por se tratar decididamente de uma série de grandes acontecimentos protagonizados pelo nosso herói, Dr. Óscar Barbosa, que por aquilo que tem vindo a revelar, é senhor de qualidades excepcionais.
"Sim, sou jovem (tenho 19 anos) mas não sou estúpido"
JLBoy, tens toda a razão. Ser jovem não é sinónimo de estupidez.
Há indivíduos como tu que serão parvos a vida toda.
Ò JuveLeoBoy; Tu não és Burro... Tu és uma carroça!!!!
És ridiculo!!!
Vai fazer ó ó, que amanhã tens escólinha cedo. Os teus pais sabem que andas na net, a agredir verbalmente a dignidade das pessoas!?
Caros,
o problema deste jovem e de outros que tais, será preciso mencionar quem?, é que se continua a dar atenção. É tipo o Pintinho, que por mais alarvidades que diga, as TV's continuam a dar-lhe todo o tempo de antena, a ele e à sua já famosa "ironia". Com este romagnoli é a mesma coisa.
Só acho fantástico que em todo este tempo que venho ao blog, ainda não encontrei UM benfiquista que desca tão baixo, ou que mostre tanta estupidez, como os 'jovens' aqui do burgo.
Abraços,
JR
JLBOY TENHO VERGONHA QUE SEJAS DO MESMO CLUBE QUE EU!!
Essa é que essa amigo JR!
A,
- Bond: nem o Petit conseguiria agredir tanto o pobre do Camões…
- JR: ao contrário do que afirmas, de certeza que não vem cá há muito tempo. Vai lá uns posts atrás e encontrarás o “alias” do Barbosa, o tal do Chalana. Lê com atenção e depois falamos.
Tanto é você como é tu.
O Camões havia de gostar também.
Palhacito. Não enganas ninguém.
Agora não posso. Estou com cólicas...
JuveleoBoy;
"mata a tua mãe e faz arroz de puta"
ó JR, vai lêr A Bola e o jornal do Benfica, faz-te melhor. volta a ler as crónicas do HdL e os comentários da horda de lampiões que o adoram. E depois mete a tua prosa rasca no saco juntamente com a tua viola desafinada porque quem não engana ninguém és tu ó pacóvio de lugares como a Linha de Sintra ou o Colombo.
Mas porque é que sou para aqui chamado? "(...)Com este romagnoli é a mesma coisa(...)"
Epá, o "dragão de lisboa" conseguiste descer mais baixo que o puto
Esta frase do Dragão de Lisboa foi ouvida na Superior Norte do Estádio José de Alvalade, proferida por uma ferrenha adepta do FCP e dirigida a Mário Jardel: "ó Jardel, mata a tua mãe....".
Virou mito.
Eu vi logo...
lagarto indegesto
juveleoboy
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patricio!
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