Azeite Gallo

Neste momento, só existem duas razões que me fazem não emigrar imediatamente: 1) Fezada que o meu Benfica se vai sagrar campeão nacional esta época; 2) Fezada em ser accionista de um Banco, fazer umas falcatruas valentes, ser nacionalizado pelo Estado e partir então para um exílio dourado.

Lembrando o jogo de Portugal, é difícil não fazer a analogia com a partida que tornou o Professor Queiroz célebre em todo o mundo. Ainda se recordam como Queiroz passou repentinamente a ser uma das pessoas mais bem amadas em Portugal? Não foram as finais de Riad e Lisboa que nos sagraram campeões do mundo de sub-20, mas sim o famoso e brilhante 6-3 em Alvalade. Pois então reparem como as semelhanças entre os dois jogos, são muito mais do que meras coinicidências:
• Tal como em 94, Queiroz entra em campo com uma equipa recheada de neo-estrelas (ou talvez estrelas de néon);
• Poucos minutos depois do jogo começar, a equipa orientada pelo Professor adianta-se no marcador. Começa-se a pensar que pode haver um milagre ao nível de Nª Sra de Fátima ou Iemanjá;
• Depois da tempestade da 1ª parte, segue-se o cataclismo da 2ª.
• A equipa adversária joga a seu belo prazer. Dá show de bola, marca golaços e, tudo isto, apenas com uma táctica tão simples que até o Paulo Bento conseguiria implementar no SCP: aproveitar os erros do Professor na escolha do defesa esquerdo. Ontem Paulo Ferreira e César Peixoto, outrora Capucho e Paulo Sousa.
• Quanto mais o Professor mexe na equipa, mais a equipa se afunda no relvado.
• Queiroz usa dois jogadores no seu 11 que foram roubados à equipa adversária. Ontem Pepe e Deco, outrora Paulo Sousa e Pacheco.
Curioso não é?

Apesar da péssima exibição, há um jogador que não deixou de brilhar e mostrar toda a sua classe. Refiro-me obviamente ao garoto que recentemente veio a público autoproclamar-se, note-se bem, o 1º, o 2º e o 3º melhor jogador do mundo. Depois destas declarações, enquanto estava a ver o jogo pensei: “Esperem aí brazucas que os 3 melhores jogadores do mundo ainda estão a aquecer”. Mas o tempo a passar e nada. O cenário cada vez pior e zero. Entretetanto ia vendo o Maicon, o Elano, o Luís Fabiano, o Adriano, o Robinho e o Káká, e pensava “Bem, se estes jogam assim imagino um tipo que seja o 3 em 1 do Melhor Jogador do Mundo. Tchiiiiii!”. No fim dos 90m, ninguém viu o CR7 fazer um passe, um centro, uma arrancada, uma finta ou um só remate à baliza! Uma exibição só ao alcance dos melhores do mundo, certo? Mas se tivermos o mínimo de memória, isto nem é novidade! No último jogo, o CR7 teve uma exibição semelhante, com a mais valia de ainda ter uma birra pelos assobios do público. E tudo isto com braçadeira de Capitão da Selecção no braço, que outrora pertenceu a Coluna. .

É por estas e por outras que digo há muito tempo que o CR7 não faz sequer parte dos 10 melhores jogadores do mundo. Para mim ele só merece um prémio. Enfiá-lo num Lagar, bezuntá-lo todo com Azeite e mandá-lo para o Real Madrid - via Chueca - com um enorme cartaz espetado no crânio. O conteúdo do cartaz é a frase que melhor o define como futebolista:
“Cristiano Ronaldo, a cantar de Galo desde 1919.”