quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Venha o Diabo e escolha!

No derby da capital, é comum dizer-se que a equipa que está pior é a que vence. Os resultados finais aprovam esta teoria em pleno, excepto nestes últimos anos em que Paulo Bento estacionou o autocarro em frente à baliza e saiu em ombros por ter almejado um fantástico empate. Porém este ano, para além do autocarro que já foi parqueado para o jogo com o Estrela, eu não consigo de facto dizer qual das duas equipas está pior. É como perguntarem-me o que cheira pior, uma Etar ou a Assembleia da República? Todos sabemos que “ambas as duas” não cheiram mal, tresandam. É exactamente o que se passa com as nossa equipas, se uma é uma miséria, a outra é miserável. Por isso decidi fazer um exercício, tipo um Totobola entre os jogadores de cada equipa que ocupam a mesma posição (creio que em relação aos treinadores nem vale a pena ver qual é o melhor, seria voltar à questão da Etar e da A.R.). Talvez assim se consiga descobrir qual é a pior das duas equipas: Rui Patrício vs Quim: 2 - Quim é indiscutivelmente o melhor guarda-redes português e só há duas pessoas que não vêm isso, o frouxo do Scolari e o José Cid quando lhe tapam o olho esquerdo. Abel vs Nélson: 1- Sem qualquer tipo de dúvidas, Abel é um jogador com tanta qualidade que está indiscutivelmente a mais no plantel do SCP. Se nos estás a ler Abel, na Luz saberíamos aplaudir o teu valor, pensa nisso pá. Tonel vs Luisão: 2 - Tonel é um Ed Carlos à portuguesa, Luisão é titular da selecção do Brasil e um dos dois melhores centrais a jogar em Portugal. Polga vs Katsouranis: 1 - Polga é o outro melhor central a jogar em Portugal. Grimmi vs Léo: 2 - Grimmi é indiscutivelmente melhor que Ronny mas Léo é na minha opinião o melhor defesa esquerdo do campeonato. Claro que quando no final desta época ele assinar pelo FCP, a minha opinião irá mudar radicalmente, mas isso é outra conversa. Veloso vs Binya: 2- Miguel Veloso é como Rui Patrício, uma enorme e inusitada histeria leonina à volta de nada. Veloso tem bons pés, sem dúvida, mas é tão bom trinco como Luís Filipe seria um bom nº 10 (afinal nas Escolas do Benfica até sabem umas coisinhas...) Izmailov vs Maxi Pereira: 1- O russo foi uma boa contratação e é bom jogador, Maxi foi uma má contratação e Camacho insiste em não colocá-lo na única posição que poderia ser útil ao Glorioso: defesa direito. Romagnoli vs Rodriguez: 2- Romagnoli seria um excelente jogador de futebol de praia, sobretudo em areia molhada já que sua condição física é gerontófila para um profissional. Em vez de ter os pais tatuados no peito, deveria ter tatuado um 3º e 4º pulmões. Moutinho vs Rui Costa: 1X2- Apesar da idade, Rui Costa continua a ser um dos 3 melhores nº 10 do mundo e o melhor jogador do Benfica, João Moutinho é também o mais sério e constante jogador do SCP. Para além disso já assumiu o seu benfiquismo, o que aumentou a minha consideração por ele. Se Rui Costa tivesse a idade do Moutinho, acreditem que apostava no Maestro, o meu jogador preferido da actualidade. Vuckcevic vs Makukula: 1- Apesar de pouco inteligente (aquela lesão parecia tirada de um filme do Jackie Chan) o incrível Vuck é um excelente jogador com uma mobilidade e técnica muito superior ao Aziza. Porém, tenho confiança que em campo o Makukula ainda me possa dar uma alegria quando colocar o Tonel no bolso, ou na rua. Liedson vs Cardozo: 1- Liedson é o 2º melhor avançado do campeonato, logo após Lisandro, apesar de este ano ter poucos golos e fracas exibições. Cardozo, é muito bom de bola mas creio que ainda só demonstrou capacidade para marcar em lances de bolas parada, o que é muito pouco. Fazendo a contagem final, há 5 posições em que o SCP é superior, 5 em que o Benfica é superior e uma onde são equivalentes. Ou seja, se isto fosse boxe seria a 1ª vez da história em que ambos perderiam por K.O. técnico, tombando em uníssono no tapete. Por isso, se querem que vos diga quem vai ganhar, não sei. A única resposta que me ocorre é que venha o Diabo e escolha. Já agora se o Diabo puder ser vermelho, a família benfiquista agradece.

À Benfica

Jogar mal (muito mal), perante bancadas vazias e ganhar já nos descontos com um golo ridículo, fruto do acaso e marcado em fora-de-jogo por um jogador inapto para a prática do futebol, afinal não acontece só aos outros...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Comunicado Oficial

A Administração do Impróprio para Cardíacos vem por este meio desmentir todos os boatos que, muito elogiosamente, visam envolver-nos na tentativa de agressão ao comentador Rui Santos, ontem à noite à saída dos estúdios da SIC.
Se contactarem os nossos advogados, estes poderão confirmar-vos que a essa hora o Homem da Luz festejava a independência do Kosovo com adidas culturais dessa nação balcânica, num bar dançante na periferia de Ciudad Rodrigo. Já O 7 Maldito estava em Famalicão a ultimar o carregamento de um camião com uma remessa de camisas Ralph Lauren contrafeitas, com destino à Feira de Vigo. No regresso, o camião vazio aproveitaria para dar boleia a mais umas quantas adidas culturais kosovares.
Resta-nos acrescentar que repudiamos de forma clara e inequívoca esta tentativa de agressão. Quem nos conhece sabe que não pactuamos com tentativas. Se é para agredir, agride-se mesmo. Aqui trabalha-se à Sá Pinto. Nunca à Scolari.

Os Óscares da 2ª Circular

Ontem à noite realizou-se mais uma edição da entrega dos Óscares onde o grande vencedor foi... o Futebol Clube do Porto que arrecadou mais um título de campeão nacional.
Para além do tri-campeão, a noite foi de festa para os restantes galardoados nas diferentes categorias:

Melhor Fotografia: “O Plantel do Sporting 2007/08”, fotografia com todos os jogadores e equipa técnica, também galardoada com o 1º lugar na exposição World Depress Photo.

Melhor Música: “A culpa é do árbitro” um clássico dos Leões remixed by Toda Santa Jornada.

Melhor Argumento Original: “A partir das 20h, ele não sabe o que diz” por Carlos Queiróz, baseado na história verídica de Filipe Soares Franco.

Melhor Filme de Animação: “A contratação de Rata Tiuí”, a história de um rato brasileiro que embarcou numa caravela rumo a Portugal, onde pegou na receita do “custo-zero” e transformou-a em “não valho um chavo”.

Melhor Filme Estrangeiro: “O Drácula desdentado”, comédia passada numa casa de frangos e assinada por Vladimir Stojkovic.

Melhor Documentário: “Um dia vamos saber marcar penáltis”, o drama da turma de finalistas da Escola C+S de Alcochete.

Melhor Realizador: Rui Costa em “No team for the old man”.

Melhor Filme: “A Lista de Bufos” de Paulo Bento

Melhor Actor Secundário- Yannick Djaló em “A Muleta de Purovic”

Melhor Actor Principal- Miguel Veloso em “Óbélix e a Fúria dos Javalis Assados no Espeto”

Prémio Carreira- “O 33”- Autocarro que levou Derlei da Luz para Alvalade.

E para o ano há mais...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Toda a verdade

Ontem viveu-se uma das noites mais memoráveis do futebol nacional, algo que deixou todos os europeus de boca aberta, um autêntico milagre que seguramente nenhum de nós voltará a esquecer tão cedo: o Sporting marcou 3 golos numa noite europeia! Com este resultado surpreendente os leões seguem em frente na Taça Uefa e Liedson igualou a mítica marca de 18 golos nas competições uefeiras, igualando Manuel Fernandes. São de facto números expressivos e reveladores da dimensão europeia da equipa leonina, já que por exemplo Nuno Gomes só pelo Benfica contabiliza 21 golos nestas provas. Provavelmente os leitores leoninos conhecem melhor o filho, mas até Néné conseguiu marcar 28 golos nas competições europeias pelo Benfica e sem se esforçar muito nem sujar os calções.

Num encontro mais tranquilo e com um resultado final pelo qual já todos esperavam, o Benfica empatou, dominou e controlou o jogo com o Nuremberga. Ao entrar com atletas como Luís Filipe, Ed Carlos, Maxi Pereira e Nuno Assis, Camacho garantia a entrega do jogo aos alemães, tentando poupar ao máximo o físico dos jogadores para a importante partida de domingo, contra o único Sporting que sabe dar uns toques na bola, o de Braga. Mas não foi esta a única jogada brilhante do espanhol Camacho. O treinador escalou um esquema táctico que camuflava o Maior Clube do Mundo, disfarçando-o de mero SCP e o seu nervosismo além-fronteiras. Mais, sabendo que o jogo do Benfica tinha começado 5 minutos mais tarde que o do Sporting, o técnico espanhol certifica-se que os poucos adeptos leoninos que preferem ver um jogo do seu clube em vez dos Benfica, mudassem de canal e tivessem uma alegria 15 vezes superior que acabavam de ter com a sua histórica vitória. Como são verdinhos nestas andanças europeias, Camacho fazia-os acreditar que o Benfica perderia a eliminatória para nos últimos 3 minutos lhes despejar um enorme balde de água fria. Estava assim adiada a peregrinação de cerca de 50 mil sportinguistas em direcção ao Marquês, mais uma vez.

Nesta notável jogada estratégica, Camacho teve cerca de 6 milhões de cúmplices que durante 89m fingiam ter arritmias cardíacas, em interpretações que colocam a de Ralph Fiennes em “O Paciente Inglês” ao nível do plantel do Basileia. Nós benfiquistas, que ainda há dois anos limpámos em Anfield Road o então Campeão Europeu Liverpool por 0-2, sabíamos que eram precisos poucos minutos para pormos os gigantes bárbaros de joelhos a pedir clemência, com um timbre de voz ligeiramente mais grave que o do Ricardo. Camacho guardava no coldre as duas armas secretas que em breves minutos acabariam com os sonhos cor-de-rosa dos adeptos do Nuremberga e dos seus aliados do Sporting. Sádico, ardiloso, maquiavélico, genial, chamem-lhe o que quiserem. Pessoalmente prefiro chamar-lhe simplesmente: “Para pardalitos como vocês, chegam 5m à Benfica”

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Uma noite quase perfeita

O Sporting ganhou.
Melhor: o Sporting ganhou fora!
O Liedson marcou.
Melhor: o Liedson bisou!
O Pereirinha marcou.
O Farnerud não foi assobiado.
O Gladstone não enterrou.
O Ronny quase não jogou.
Foi uma boa quinta-feira europeia.
Mas não foi perfeita.
À conta do Bolton (?), amanhã de manhã mal chegar à firma vou ter que ligar à dona Alda da gráfica para cancelar a impressão da faixa que tinha encomendado para a próxima eliminatória, e que ia dizer em letras garrafais:

"Simão, dá-me o teu soutien"

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Castigo máximo - o inquérito

Convidamos agora o assinante amigo do Impróprio para Cardíacos a contribuír com o seu voto (aqui à direita) para a selecção do próximo marcador de grandes penalidades do Sporting.
No seio do plantel leonino, ser escolhido para apontar um penalty é neste momento um verdadeiro castigo máximo: a probabilidade de errar ronda os 132%, o coro de assobios é um dado adquirido e a humilhação pública na hora de deixar os filhos na escola mais que certa.
Urge encontrar alguém que não trema na hora da verdade.
Ajude o Paulo Bento, exercendo o seu dever cívico. E não se esqueça: o voto é secreto.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Darwin explica

Não há melhor programa para uma solarenga tarde de Sábado do que ficar em casa a ver um jogo da Taça de Inglaterra. Esta afirmação pode soar algo chocante aos ouvidos de algumas meninas que inadvertidamente visitam esta casa (sim, eu sei que elas vêm cá), mas é uma verdade apodítica para todos os machos que como eu têm uma percentagem de testosterona igual à Dina. E se um qualquer Barnsley x Watford consegue ser mais interessante que um Sporting x Benfica, o que dizer de um Manchester United x Arsenal?
Dor de cabeça simulada, barba por fazer, pantufas calçadas, minis e cajús no braço do sofá e já está. Mesmo sem Cristiano Ronaldo, a coisa prometia.
Meia hora de jogo depois, já não restavam dúvidas: grande espectáculo de bola e, na ausência do madeirense, era Nani quem encantava. No final da partida, um golo marcado, duas assistências para golo e participação directa noutro. Até parecia fácil.
A actuação do rapaz foi impressionante. Tão impressionante que me obrigou a procurar uma explicação. Não sendo dado a grandes crendices ou religiosidades, procurei respostas na ciência. E foi um naturalista britânico nascido em 1809 de nome Charles Robert Darwin quem veio em meu auxílio. Darwin, que de futebol percebia tanto como o Camacho, mas que de bicharada sabia a potes, desenvolveu uma teoria que na época foi verdadeiramente revolucionária: A Teoria da Evolução através da selecção natural, publicada no mítico livro A Origem das Espécies. Não quero agora maçar-vos com explicações pormenorizadas acerca desta teoria (que provavelmente todos conhecem, a menos que andassem a jogar ao bate-pé durante as aulas de Ciências da Natureza). Interessa apenas saber que defendia a ideia de que os seres vivos se adaptam ao logo de sucessivas gerações ao meio ambiente, desenvolvendo e aperfeiçoando características que os tornam cada vez mais aptos à sobrevivência. Esta teoria dá origem à frase “Só os mais fortes sobrevivem”, originalmente aplicada por Herbert Spencer nos seus Princípios de Biologia de 1864 e levada muito a peito pelo Petit, apesar de sabermos que este assina de cruz e dos jornais só vê “os bonecos”.
Se esta teoria é verdade na Natureza e até na Economia, não o é menos numa escola de formação de futebolistas. Também uma Academia é um habitat onde as espécies (os jogadores) têm de lutar diariamente pela sobrevivência (sucesso desportivo).
Tomando como exemplo a melhor escola de formação de Portugal e uma das melhores do mundo, a Academia Sporting sita em Alcochete, vemos como a Selecção Natural separa paulatinamente os mais aptos dos mais débeis. A Mãe Natureza é sábia e raramente se equivoca. Com o passar dos anos, vemos jogadores como Luís Figo, Cristiano Ronaldo e agora Nani a ganhar o estatuto de Macho Alfa, líderes entre os seus, autoridades incontestadas e machos reprodutores por excelência. Saem do habitat que os viu nascer e triunfam em qualquer savana. São a referência à escala planetária e todos querem seguir os seus passos. Abatem a zebra, banqueteiam-se e deixam os restos para os outros.
Depois há os medianos, aqueles que desenvolvem condições para sobreviver em segurança, mas que nunca, mas nunca chegarão a líderes de alcateia. Normalmente, deambulam de habitat em habitat sem brilhar. Cumprem. Mas jamais serão os primeiros a abocanhar a coxa da zebra. São os Boa-Mortes, os Hugos Vianas, os Peixes e os Carlos Martins da vida.
Por fim, há a base da pirâmide natural. Os coitadinhos. Os enjeitados. Os que ficam para trás quando é preciso fugir da chita caçadora. Os primeiros a ser sacrificados quando as coisas apertam. Os que só tocam nos ossos da zebra depois dos corvos, das moscas e da águia Vitória terem comido. Nunca hão-de chegar a lado nenhum. Desde o dia em que nascem que a sua vida se torna uma insuportável sequência de tormentas e azares. Até caírem num poço lamacento e sulfuroso ou serem devorados por formigas brancas é apenas uma questão de tempo.
Quando virem uma hiena a rir é porque anda um destes miseráveis por perto. E muito provavelmente é o drogado do Nuno Assis num poço lamacento e sulfuroso ali para as bandas de Benfica.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Acabámos

Não sei bem como começar. Tenho que te dizer isto mas falta-me a coragem. São quase 34 anos juntos, inseparáveis com muito amor, paixão e alegria. Mas estas coisas parece que acontecem cada vez mais, até dizem que é raro ter alguém fixo. Mas contigo nunca tinha sido. Como sabes, eu estive sempre contigo, cativo, fizesse chuva ou sol. Agora, desculpa dizer-te mas já não tenho nenhum interesse por ti. Tenho de admitir que penso noutras equipas, que quando estás em campo já não olho para ti, e quando olho vejo-te muito feiinha. Nunca pensei que o nosso amor pudesse acabar no Dia dos Namorados, mas depois do jogo de ontem não há mais nada a fazer, mais nada a dizer. Tu também deves ter sentido que já não existe química entre nós. Enquanto jogavas para mim, eu olhava para a bancada dos bárbaros alemães a levarem porrada dos bárbaros polícias de choque , distraía-me a olhar para os ecrãs gigantes que passavam imagens da populaça a sorrir e acenar, tapava os olhos com as figuras que fazias e me envergonhavam, bocejava de tédio e fumava cigarro atrás de cigarro para disfarçar a carga de nervos que me estavas a dar. Vou ser sincero, como sempre te fui, já não te podia ver à frente. Foi o Dia dos Namorados menos sexy que vivi, fizeste-me sentir tão só quanto uma taça de uma competição importante na sala de troféus do SCP. Por falar neles, das poucas vezes que sorri ontem foi ao lembrar-me daqueles tontinhos que dizem que o Sporting é a melhor escola de futebol do mundo. É que eu olhava para o campo e perguntava com os dentes serrados de raiva... “onde é que este miserável do Nuno Assis aprendeu a jogar à bola????” É pena que não tenha sido no Conservatório onde estudou o Maestro, aquilo sim é jogar futebol. Mas não, não é suficiente. Nem o Maestro, nem aquele golo obra e graça de S. Valentim, e de um guarda-redes que me fez lembrar o titular da baliza da nossa selecção. Ontem só ganhávamos a duas equipas do mundo: ao Nuremberga e ao Basileia. Foi tão mau, tão mau, tão mau que até éramos capazes de perder com o Sporting. Bem, se calhar já estou a exagerar...

Querido Benfica, antes eras diferente, tinhas classe, vida, alegria e muita mística. Agora deixas-me esverdeado de raiva e só me dás vontade de te dar pontapés, com tanta força como os que dão origem a todas as nossas jogadas de ataque. Porque é que te converteste ao pontapé para a frente e fé em Deus? Não foi essa a Catedral que construímos juntos...
Assim não, não quero estar mais contigo. Já não me interessas, tu não és o meu Benfica. Esse eu vou sempre amar, aconteça o que acontecer. Mas a ti não, quero acabar contigo. A sério, é melhor darmos um tempo...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Errei


(imagem do jornal O Jogo, 08/02/2008)


Quando há uns dias atrás me atirei com unhas e dentes ao jornalismo desportivo nacional, errei. E numa atitude reveladora de toda a minha seriedade (extensível também ao meu arqui-rival Homem da Luz), estou aqui agora para me penitenciar e retractar.
Chamar "três embrulhos de castanhas" aos três jornais desportivos foi obviamente um exagero: são só dois.
Felizmente existe O Jogo, um jornal isento, idóneo, credível, responsável, que não cede a populismos nem sensacionalismos. Ler O Jogo é uma verdadeira lufada de ar fresco para quem gosta de desporto em geral e de futebol em particular. O Jogo recorre apenas às melhores fontes e jamais dá ouvidos a bufos. O Jogo devia ser considerado uma Instituição de Utilidade Pública, tal o seu papel no desenvolvimento cultural deste país. O alcance e a profundidade das suas matérias jornalísticas deveriam ser objecto de "case study" em Oxford, Harvard e Princeton. Os seus proprietários e corpo editorial merecem ser glorificados numa monumental marcha triunfal ao melhor estilo da Roma Antiga. O dia de aniversário de Nosso Senhor Joaquim Oliveira tem que ser elevado a feriado em toda a União Europeia. E em toda e qualquer capela ou catedral deste nosso Portugal, a Bíblia Sagrada devia obviamente ser substituída por...O Jogo.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Gordos, Toscos e Bufos

“Não me ria tanto desde a Final da Taça Uefa em Alvalade!”, “Só espero que ele tenha um programa de humor no Canal Benfica!”, “Não troco umas declarações do homem nem por um jogo do Sporting!”, “É o Badaró do futebol!”, foram as únicas frases que se conseguiam arrancar à longa noite de riso que ontem que se viveu nas Casas do Benfica, de norte a sul a do país.

“Para mim, isso não é uma fonte. É um bufo” disse Paulo Bento em mais uma hilariante conferência de imprensa na Academia Jamé. Não satisfeito, ainda acrescentou mais uma belíssima metáfora em relação às constantes fugas de informação dentro do plantel leonino: “Fonte só conheço aquela... a Fonte Luminosa, mas isto é um bufo. Se o apanho, não fica cá nem mais um minuto.”

Desde Santana Lopes (homem que em Alvalade acumulou o cargo de Presidente da Direcção e de “Tio Pedro” na bancada dos cativos) que ninguém conseguia fazer rir tanto o país. É com um rasgado sorriso na cara que agradeço à instituição o enorme contributo que tem dado ao desenvolvimento do humor nacional durante as últimas décadas. Apesar de benfiquista, não me custa nada afirmar que o Sporting é sem dúvida alguma o “Clube mais Engraçado do Mundo e até de Portugal”, título que já peca por tardio desde a passagem do saudoso Presidente Sousa Cintra (clique para rir:
http://www.youtube.com/watch?v=yz4hQYFEBFA).

Um clube a quem o seleccinador nacional dá potapés no “bundão” (expressão brasileira que significa rabo extremamente grande, gordo e pesado), que tem jogadores como Stojkovic, Tiago, Rui Franguício, Ronny, Had, Gladstone, Tonel, Miguel Vaidoso, Pipi Cromagnoli, Farnerud, Djaló, Purovic e Kiwi, e tem um treinador a queixar-se que o seu balneário se bufa por todos os lados, só pode ser considerado o clube com mais piada do planeta. Acreditem que não digo isto para gozar com o Sporting, desta vez não. Creio mesmo que, a par da Taça da Liga, este seria um título que assentaria muito bem ao Sporting. A sério rapaziada, como diz Sousa Cintra no vídeo: “É limpííííssimo!”

No meio disto tudo, a única coisa que me preocupa é que perante a ameaça de expulsar o bufo, se descubra que o bufo é o próprio Paulo Bento. Desta forma, o clube leonino ficaria afastado de mais um título e a nação benfiquista perderia a sua maior fonte de alegria esta época. Por acaso, agora que escrevo isto questiono-me se lhe deva chamar fonte ou se lhe deva chamar bufo???

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

SG Benfica

Um destes dias, e a propósito de um post acerca da Lei do Tabaco que descobri num blogue que costumo frequentar, recebi um mail de uma amiga que dizia curto e grosso: “só há esta polémica toda à volta da Lei do Tabaco porque a maioria dos jornalistas são fumadores inveterados”.
De facto, cliché ou não, quando imaginamos um jornalista, vemos imediatamente um tipo de óculos na ponta do nariz, curvo sobre a sua máquina de escrever Remington e – lá está – um cigarrinho fumegante no canto da boca. No caso da Leonor Pinhão ou Miguel Sousa Tavares, passa a três cigarrinhos.
Os tempos mudaram. As velhas Remington deram lugar aos i-Books, os óculos até se podem trocar por lentes de contacto, mas o cigarro continua lá.
São os jornalistas quem tem o poder (o 5º Poder, dizem alguns) de nos formar a opinião, por via da informação que publicam. Se "por acaso" há interesses à mistura, então corremos o risco de sermos manipulados. Mas já aqui voltamos.
Desde que esta nova lei entrou em vigor que tenho falado com os proprietários de cafés e restaurantes onde vou (e não são poucos, porque isto de pedir um Martini às 8h30 da manhã, todos os dias no mesmo sítio, parece mal). Todos, mas todos eles se mostram bastante satisfeitos com as mudanças. O ar mais limpo e a maior rotatividade nas mesas (o meio uísque acompanha de duas pedras de gelo, mas não de um cigarrinho) são apenas alguns dos benefícios apontados.
Mas não. Quem ler os jornais e vir os noticiários pode acreditar (o lusitano emprenha de ouvido com muita facilidade) que o país está prestes a assistir a um levantamento das massas nicotinómanas oprimidas. Na hora da montagem da reportagem, dos vinte depoimentos recolhidos, o jornalista escolhe aqueles dois indignados cidadãos que apontam o dedo a uma lei totalitária (do “antigamente”), opressora e desrespeitadora dos direitos e liberdades dos fumadores, sem perceberem que onde começam os direitos e liberdades tabágicas acabam os mesmos direitos e liberdades dos não fumadores. Mas nem quero ir por aí...
E assim se forma a opinião pública, que com o passar do tempo começa a ter força de lei. Ou, como querem, a força de mandar abaixo esta lei.
“Eh pá, ó 7 Maldito, mas isto é um blogue de bola, ou o blogue do Dr. Fernando Pádua!? O que é que o cú tem a ver com as calças!?”, perguntam-me os mais ultras de vós. Nada mais simples, leitor atento. Guarde lá esse very-light, que eu explico.
Vejamos: por uma questão de mera proporcionalidade demográfica aplicada à respectiva guilda profissional, deduzimos facilmente que se dos nove milhões de portugueses seis são do SLB (um censo feito no Barbas a um Domingo ao almoço e que não se reflecte em presenças nas bancadas da Luz), então 66,66% dos jornalistas desportivos nacionais são sofredores do Benfica (sim, sofre-se do Benfica como se sofre do joanete ou do bico-de-papagaio). E só este facto explica as verdadeiras aleivosias que diariamente são impressas nos três embrulhos de castanhas que versam sobre futebol. E nos outros também. E nas TV’s. E nas rádios.
Estes doentes têm uma missão: fazer-nos acreditar que o “Glorioso”, apesar de moribundo desde que o Eusébio foi jogar para o União de Tomar (falem-me do Iordanov...), continua Glorioso. Que o “Maior Clube do Mundo”, apesar de ter menos 40 ou 50 milhões de adeptos que os egípcios do Al-Ahly, é o Maior Clube do Mundo. Que o Nuno Gomes, apesar de nem a mulher dar nada por ele, é um ponta-de-lança inegociável, essencial para o Benfica. Que o Cárdozo (sim, dizem sempre com acento no “a”), vale muito mais que os absurdos nove milhões que custou e que todos os clubes ingleses o querem comprar. Que o Luís Filipe Vieira, apesar de não ganhar mais que umas taças no deserto é o melhor presidente da história do clube. E que “O Rui”, para além de ser o melhor jogador português desde Cristiano Ronaldo, será o único digno sucessor de Vieira no trono presidencial desse castelo de cartas chamado Sport Lisboa e Benfica. E que as acções da SAD, com mais ou menos manobras orquestradas com o Comendador Berardo, valem mais que petróleo. Eles fazem-nos acreditar que quando o Benfica perde, foram os adversários que fizeram uma exibição transcendental. Porque o Benfica (como temos visto) nunca joga mal. E eles rebolam de prazer quando, durante a transmissão do Portugal – Itália, repetem cinco vezes o comentário “Cassetti, que marcou um grande golo em Alvalade a contar para a Champions”.
O pior é que, tal como vos disse, o povo emprenha facilmente de ouvido. Só assim se explica o fenómeno entroncamental de haver tanta gente a acreditar nestas patranhas. Gente que a cada jornada começa a suspeitar que algo não bate certo. Mas que na manhã seguinte compra o desportivo, folheia e constata que afinal está tudo bem, rapidamente voltando ao seu transe induzido.
Permitam-me a pergunta: o que é que esta malta anda a fumar?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Procuram-se Estofadores

Nesta jornada os grandes de Lisboa inverteram os papéis, o Benfica empatou em casa e o Belenenses ganhou naturalmente um dos jogos mais fáceis do campeonato.
Com este empate o Benfica bateu no fundo, uma queda que é quase tão desprestigiante como um 4º lugar e que põe o Glorioso numa das situações mais vergonhosas do seu historial: somos neste momento uma réplica à escala de 1-1000 do SCP. Senão vejam, nesta jornada Camacho revelou que só há um aspecto onde é ligeiramente melhor que Paulinho Bento: o penteado; a equipa demonstrou que soluça tanto como Soares Franco; Luís Filipe mostrou porque é que foi o 1º jogador a marcar no WC XXI, é porque é oficialmente o pior jogador da história do futebol português; Nélson mostrou que vai à mesma cabelereira que os jogadores do Sporting; Petit está tão lento como o Bundão Veloso; Di Maria é tão pipi como o Romagnoli; insistir em colocar o Maxi-Pereira a médio direito faz tão pouco sentido como dizer que o Ronny e o Farnerud são jogadores de futebol; as bancadas da Luz estão tão vazias como os cofres de Alvalade; etc.

É verdade, o Benfica precisa de um treinador, de defesas laterais, de um trinco, de um extremo direito e de um avançado que facture. É que se o Benfica queria ser campeão, no sábado a equipa demonstrou que para alcançar esse objectivo ainda lhe falta muito estofo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

A angústia do blogger no momento do post

Até à data da fundação deste blogue, eu era apenas mais um pacato cidadão amante de futebol, que aguardava com a serenidade possível o desfecho de cada jornada. O pior que me podia acontecer era aturar um ou outro "brumelho" no local de trabalho na segunda de manhã. Mas desde que me meti nesta empreitada com o meu camarada Homem da Luz que tudo isso mudou. Agora tenho responsabilidades acrescidas. Todas as manhãs tenho unidades e unidades de leitores fieis à espera de um post. À espera de uma graçola, de uma bicada no vizinho ou apenas de uma saída em falso que lhes permita o contra-ataque letal. Em suma, à espera que eu escreva qualquer coisa.
Daí que os meus fins-de-semana futebolísticos já não sejam o que eram. Em vez de me limitar a ver os jogos e fazer as respectivas contas no fim, passo Sábado e Domingo a pensar naquilo que vou escrever. E como as coisas andam, meus amigos, acreditem que em 24 horas penso em muita coisa.
O Benfica joga miseravelmente, empata e sai debaixo da ventania causada pelos lenços brancos e logo me assomam várias hipóteses de post à cabeça. Começo a rabiscar. Corrijo. Troco. Acrescento. Concluo. Sorrio.
Debalde. Porque ainda falta o mais difícil, o jogo do meu Sporting. Nesta época já percebemos que as partidas do meu clube são como os Insólitos Yorn: "tudo pode acontecer!". A cada minuto de jogo que passa a angústia aumenta. É tudo tão mau que até gozar com o rival deixa de fazer sentido. Como o Sporting, não tenho ideias. Arrasto-me para o teclado qual Romagnoli e nada me sai bem, qual Veloso. As piadas saem-me ao lado como remates do Liedson e sinto-me desorientado como um Tiuí (quem!?).
Prosseguir com este blogue numa época como esta começa a tornar-se um exercício de puro masoquismo. Começo a apresentar sintomas de depressão. Por isso, se um destes dias lerem no Correio da Manhã que apareceu em Alcochete um homem enforcado num sobreiro, não é o Paulo Bento. É O 7 Maldito.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

22 de Março - Programa

Sportinguistas:

9h30: Alvorada

10h00: Higiene matinal seguida de pequeno almoço

11h00: Consulta online dos jornais desportivos e do Impróprio Para Cardíacos

12h00: Abastecimento da viatura. Partida na direcção Sul, podendo optar pela Ponte 25 de Abril ou Vasco da Gama. Passagem de cassetes com os mais recentes êxitos de Maria José Valério (edição Polygram de 1978)

13h30: Paragem para almoço em Alcácer do Sal ou outra opção mais do agrado de cada um (evitando Setúbal)

15h00: Continuação da jornada via A2

16h30: Saír da A2 na direcção Faro e daí para São João da Venda

17h00: Chegada ao Estádio do Algarve. Estacionamento

17h15: Tempo livre até ao início da Final da Carlsberg Cup, entre Sporting Clube de Portugal e Vitória Futebol Clube. Comes e bebes. Oportunidade para salutar convívio com adeptos leoninos de outras proveniências.

19h00: Início da partida

22h00: Regresso a Lisboa (ou outros destinos) em caravana, seguindo o autocarro leonino que transporta equipa, corpo técnico e Troféu recentemente conquistado.

01h00: Encontro com a população lisboeta no Marquês de Pombal

02h00: Madrugada de festejos de acordo com a vontade de cada um

07h00: Final do programa proposto



Benfiquistas:

Dia livre.