quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ode a Paulo Bento

Amigo Paulo Bento, este texto serve para o incentivar e dar ânimo a continuar o excelente trabalho que tem desenvolvido à frente de uma das instituições mais difíceis de gerir no país, a par do BCP, da Câmara de Lisboa e do próprio país.
Soube através dos jornais que ontem voltou a ser assobiado e insultado pela massa associativa leonina e, como seu admirador, fiquei desiludido.Queria pedir-lhe para manter a dranguilidade e não se demitir do seu cargo, nem agora nem no final da época. É verdade que foi mais uma situação muito desagradável, mas já se sabe que no Museu de Azulejos para Daltónicos XXI as pessoas são mais educadas que as restantes e, por isso, agem assim. Veja por exemplo o caso das bancadas da nossa digníssima Assembleia da República, também composta por gente educada e bem formada, onde o chavascal é bem pior. Ou veja por exemplo o caso deste humilde blog, onde os adeptos leoninos fazem comentários com recurso constante às técnicas literárias do Bairro do Fim do Mundo, de Chelas e de Carolina Salgado. Tal como os deputados, os adeptos leoninos só utilizam este tipo de palavreado e atitudes para se aproximarem de nós, o povo, os pobres, as gentes de pouca educação mas de muito calo na mão. Acredite Mister que eles não o fazem por mal, aliás o mal é coisa que estas criaturas são incapazes de produzir, como também poderá ver nos comentários deixados nos últimos textos.
Pensando friamente nos motivos que motivaram os insultos que o aborreceram, eles não fazem nenhum sentido e só provam que os adeptos leoninos não percebem nada de futebol. Substituir o Ronny pelo Farnerud é uma substituição de uma coerência táctica extraordinária. Refresca a equipa e faz com que ela continue a jogar com a mesma disposição em campo, ou seja, como se tivesse um jogador a menos. É brilhante!
Mister, eu lembro-me perfeitamente que quando estava no Guimarães e soube que ia assinar pelo Benfica, ligou ao seu pai comovido e chorou ao telefone de emoção. Mister, eu sei que é tão benfiquista como eu e, por isso, tem emoções maduras, profundas e doces, ao contrário das pessoas que são verdes, duras e amargas. É também por isso que os adeptos o insultam e vaiam constantemente, eles fazem isso com todos os benfiquistas, acredite que não é só consigo. Lembre-se que na grande maioria eles nem sequer se assumem como sportinguistas, mas sim como anti-benfiquistas.
Mister, eu sofro de bronquite asmática desde pequenino e por isso tolero mal cheiros fortes e intensos. Apesar disso, não vai ser o desagradável bafo a Whisky velho que me vai tirar do lado do Presidente Soares Franco no apoio que este lhe dá. Sei que por esses lados o apoio já não é muito, mas acredite que para além do seu Presidente e do seu admirador Homem da Luz, há pelo menos mais 6 milhões de portugueses que estão consigo. Força Mister e continue o bom trabalho!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Toma que é Cardozo

Os dois grandes de Lisboa tiveram sortes diferentes esta jornada: O Benfica venceu em Guimarães e o Belenenses empatou em Braga. A vitória do Glorioso tem um sabor especial pela excelente exibição da equipa vimaranense, em especial o homem que comandou a defesa do Vitória anulando praticamente todas as jogadas de ataque do Benfica. Ficam aqui os meus parabéns a mais uma excelente exibição do Sr. João Ferreira que, mais uma vez, tudo fez para que o Benfica não ganhasse. Em profundos delírios à laia do Ministro da Saúde, o árbitro deu um amarelo para Rui Costa após ter sido barbaramente agredido por Flávio Meireles numa entrada já baptizada por “entrada à Liedson” (mais uma vez agradeço a exclusividade dos processos sumaríssimos a atletas do Benfica, parece-me equilibrado); Cardozo seguia isolado para a baliza e árbitro marca fora-de-jogo que o fiscal não assinalou; uma jogada à Stojkovic no Dragão mas desta vez o árbitro fingiu que não viu; marcou falta atacante em quase todas as jogadas do Benfica, excepto em duas que resultaram em belíssimos golos, etc., etc, etc
No jogo que opôs o1º e 4º classificados houve duas enormes surpresas, o FCP não goleou a equipa da casa por 2-8 e eu tive uma emoção raríssima num benfiquista do meu calibre. A tareia, baile e banho de bola foi tão grande e esmagador, tão violento e avassalador, que eu pela primeira vez senti, algo que até me envergonha um pouco... (desculpem lá familiares benfiquistas)....mas eu tive muita pena do Sporting. Têm de compreender que aquilo era uma luta desigual, aquilo não foi um jogo de futebol, foi um massacre e, pronto, deu-me muita pena ver aquilo. Só para terem uma ideia do desequilíbrio entre as duas equipas, o Sporting na 2ª parte só fez 1(!!!!!) remate à baliza do FCP e foi já nos descontos! Para aumentar a tristeza ainda vi um golo em fora-de-jogo e duas agressões violentas não serem punidas com expulsão. Ter árbitros ao nível da equipa do Sporting também dá pena, não dá? Tal como no jogo em Guimarães, o campo de Alvalade também parecia estar inclinado. Porém penso que neste caso se deva mais à presença de um atleta leonino a quem o seleccionador nacional se referiu como “O bunda grande, está gordo que nem um Tatu!”. De facto, no final do jogo quando Miguel Vaidoso trocou de camisola com um atleta do FCP e ficou de tronco nú e com a camisola portista à cintura, parecia mesmo o Obélix (e não, não é só pelas suas belíssimas tranças). Acho que a megalomania crónica leonina irá acrescentar ao auto-proclamado título de “melhor escola de futebol do mundo” os títulos de “melhor escola do mundo em lançamento de menir” e “melhor escola do mundo a assar javalis no espeto.”

Mas no grande jogo da jornada, talvez o melhor do campeonato até ao momento, o Benfica ganhou com 3 limpos e lindos golos. O 1º deveria até se ter tornado tema de debate nacional porque nos remete para um perigo iminente: uma invasão norte-americana. É que aquele pontapé de Cardozo se chega ao conhecimento do Bush, vai ser considerado uma arma de destruição massiva. Lembrem-se que exército americano destruiu um país, matou milhares de homens, mulheres e crianças inocentes, por armas bem menos potentes e de muito menor alcance que o remate do Tacuara (para ser mais preciso as armas apreendidas no Iraque pelos americanos foram 3 fisgas, 327 corta unhas, 34 fundas à David, 27 bisnagas e um número incalculável de poços de petróleo).

Se o Benfica continua a jogar com a alma com que jogou no Sábado, se continuar a defender com tanta garra e a ser tão letal a atacar (sempre que os Srs. árbitros o permitirem, é claro) pode vir o exército americano, os Talibans do FCP ou o Rancho Folclórico de Alcochete mais a sua vaca sagrada da sorte que nós, benfiquistas, vamos continuar a ganhar e a nos despedirmos sempre da mesma maneira: Adeusinho e toma que é Cardozo.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

No papo

A verdade verdadinha, meus caros amigos, é que na última jornada do campeonato, quando estivermos lá em cima em igualdade pontual com o FCP, o Sporting terá vantagem no confronto directo. Mai'nada.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O aborígene

Não conheço nem conheci na minha família ninguém que goste de futebol. Este dado, para além de ser ilucidativo acerca do superior nível de inteligência que aduba a minha árvore genealógica, explica o porquê de eu só ter começado a “ir à bola” lá para os 14 ou 15 anos de idade.
Talvez por morar perto do Estádio da Luz - com quinzenal convívio forçado com as hordas benfiquistas – fiz-me Sportinguista. Depois, uns amigos que moravam à distância de um very-light do velho Alvalade, na Rua Cipriano Dourado (a Faixa de Gaza dos jogos clássicos) convenceram-me a sentar pela primeira vez no cimento duro e frio da escaldante Superior Sul da vetusta arena leonina. E foi aí que tudo começou, sendo que hoje, vinte anos mais tarde, já me sento na central num lugar almofadado.
Lembro com emoção a hora em que desemboquei na bancada. Lembro-me que naquela altura ainda se levavam bandeiras, “claxons” e rolos de papel higiénico. Lembro-me com saudade dos reclames às baterias Tudor, Mako Jeans, Fnac (os ares condicionados do lince, não a loja de cultura a granel), Mabor General, Capri-Sonne e Lubrificantes Castrol. Lembro-me das Queijadas de Sintra que substituiam facilmente betão de secagem rápida. Lembro-me também dos altifalantes anunciarem estridente e solenemente que “o restaurante Curral dos Caprinos oferece um almoço para duas pessoas ao primeiro jogador do Sporting que marcar um golo. Restaurante Curral dos Caprinos: à segunda…chanfana, à terça…leitão de Negrais, à quarta o famoso cozido…”. Depois era esperar para ver se o feliz contemplado com o repasto era o Jorge Plácido ou o Forbs, até porque naquela altura ordenados em atraso estavam tão na moda como cabelos “com roulotte atrás”, pelo que uma chanfanazinha grátis caía sempre bem.
Lembro-me também que foi nesse tempo que comecei a cultivar os meus ódios de estimação. Tenho para mim que este é um tipo de sentimento que só se desenvolve quando amamos muito uma coisa. Por exemplo: por mais perdidamente que eu ame a minha mulher, hei-de odiar sempre aquela mania que ela tem de me pôr as cervejas na prateleira de baixo do frigorifico, substituindo-as pelos supérfluos lacticínios. Como todos sabemos, o lugar da cerveja é lá em cima. Por uma questão de simbolismo hierárquico e porque é lá que está mais frio.
O ódio de estimação acaba por ser um pouco o bode espiatório de todo e qualquer desaire. É aquela almofadinha de conforto que está sempre lá quando é preciso culpar alguém, quando é preciso soltar a tensão sob a forma de um insulto.
O meu primeiro ódio de estimação dava pelo nome de Lima. O jovem era ruivinho e tinha uma técnica individual acima da média. Mas bem feitas as contas era uma perfeita nulidade, confirmada num jogo contra o FCP em que conseguiu falhar dois golos de baliza aberta. Entretanto desapareceu sem deixar saudade, reaparecendo recentemente sob a forma de treinador das camadas jovens, onde, como qualquer treinador, ganhou um segundo nome. Hoje ele é Lima, José Lima.
Depois do Lima, veio o inenarrável Cadete. Não vale a pena estar aqui a submeter-vos ao exasperante exercício de recordar os históricos falhanços de Jorge. No entanto, lá longe no norte das Ilhas Britânicas, uma tribo remota não concordava comigo e tomou-se de amores pelos seus longos cabelos e curtos neurónios. Cantaram-lhe hossanas e ainda hoje o recordam como um herói, um facto apenas explicável pelas invejáveis quantidades de uísque que ingerem antes de entrar no estádio.
Seguiram-se, contra a opinião da maioria dos meus consócios, os capitães Beto e Sá Pinto. O primeiro nunca me enganou. Como diz um amigo meu, um tipo que se chama Roberto Severo tem tudo para triunfar no Calcio (… de um a onze: Paolo Maldini, Alessandro Costacurta, Roberto Severo…). Ao optar por um irrelevante Beto, condenou-se a não passar de um Huelva, apesar de - tal como Luisão - todos os verões o Real Madrid o querer contratar. Quanto ao idolatrado Sá, sempre tive para mim que “voluntarioso”, regra geral é um jogador que corre muito e atrapalha ainda mais. Se ama assim tanto o Sporting como dizem, que se venha sentar ao meu lado na bancada, onde aliás também se senta desde a inauguração do estádio o ex-capitão benfiquista Veloso (a quantidade de cervejas que já lhe paguei à pala daquele penalty, eheheh…g’anda Veloso!). Mais recentemente foram Custódio e Rodrigo Tello a ocupar este desonroso pódio. Ao trinco chamei rapidamente “jogador caranguejo”, pois só jogava para o lado. Era um a menos. Quanto ao chileno…nem encontro as palavras certas para o descrever. Custou uma fortuna e veio rotulado de melhor ala sul-americano. Acabou como sofrível defesa-esquerdo, horrível a defender e péssimo a atacar. Hoje anda a enganar turcos, mas pelo menos foi para lá de borla, o que minimiza o dano.
Chegados à temporada 2007/2008, o lugar ainda está em aberto. Candidatos não faltam: Purovic, Stojkovic e Farnerud travam uma guerra sem quartel para garantir a posição. Mas lá à frente bem destacado corre Ronny, “o aborígene”. A sua capacidade técnica mede-se a cada vez que toca na bola. O seu QI mede-se num simples olhar. Aquele olhar vazio, perdido. O vácuo cerebral. Em que é que ele estará a pensar quando estende o tapete vermelho aos Sougous, Matheus e Wenders da vida, quando abate dois pombos-correio na cobrança de um pontapé de canto ou quando induz em coma profundo um pastor alemão da PSP ao tentar converter um livre directo? Em que pensas tu Ronny?
Domingo a partir das 20 horas, Ronny vai encontrar pela frente um jogador hiper-talentoso, acossado pelos assobios dos seus, galvanizado pelos nossos e ainda mais motivado por novo aumento salarial (consta que passará a auferir 8 Renaults Traffic brancas/mês). Irá "o aborígene" garantir desde já um lugar nesta minha odiosa galeria, ou vai apenas adiar a decisão por mais umas jornadas?
Estarei lá para ver.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Desconto de tempo

Há semanas em que nem o futebol nos consegue fazer rir. Para os autores deste blogue, esta é uma delas. Por isso, pedimos a vossa compreensão se nos próximos dias andarmos um pouco mais arredados dos relvados. Prometemos voltar assim que possível.
Obrigado a todos.

Homem da Luz e O 7 Maldito

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Orgulhosamente sós

Antes de mais, gostaria de repudiar severamente a atitude dos nossos comentadores que substituíram a habitual virilidade nos comentários por frases humorísticas de classe mundial e metáforas tecnicistas que me relegaram para o banco de suplentes. A isto chama-se invasão de campo, exactamente o mesmo que Meyong fez na última jornada no Estádio do Restelo. Mas infelizmente o nosso mercado de Inverno não é só feito de jogadores sem licença para jogar. Digo infelizmente porque se assim fosse, as nossas equipas perderiam apenas 6 pontos mas creio que estes atletas nos irão fazer perder muitos mais.
Uma jovem estrela de um clube argelino (!!!), um desempregado brasileiro que sonha ser repositor de supermercado, uma esperança romena proveniente do Torpedo da Transilvânia e, parece que mais um brazuca a cantar de galo. Antes disso, chineses que nos deixam de olhos em bico, suecos com uma mobilidade idêntica a um divã do Ikea, sérvios desdentados que mentem com todos os dentes que têm, avançados argentinos demasiados tenrinhos para os defesas, guarda-redes alemães com tiques de superioridade, eslovacos que não são esquerdinos mas sim um zero à esquerda, clones do Ronaldinho que se acabam por se revelar clones do Djaló, avançados do Montenegro que fazem dupla com os centrais adversários, costa-marfinenses com nome de herói mas com exibições de vilão, etc, etc, etc.

Srs. dirigentes, presidentes, chefes de departamento de futebol e olheiros, o pais é pequeno mas de certeza que andam para aí coxos (sem ser o Mantorras) que também precisam de trabalhar e que não devem ser tão maus quantos todos estes reforços. Querem nomes?
Jorge Ribeiro, Zé Pedro, Makukula, Fajardo, Rodrigo Alvim, Rolando, Silas, etc, etc, etc. A quantidade de jogadores nacionais com valor indiscutível para os 3 grandes dão quase para construir um plantel. No entanto, os srs que gerem o dinheiro das nossas cotas e dos bilhetes que pagamos preferem ir ao estrangeiro comprar imitações de jogadores, em vez de investirem na indústria e desenvolvimento do futebol nacional. Por mim, escusam de se incomodar em fazer tantos quilómetros. Aconselho-os a seguirem para a Ilha da Culatra no Algarve e acamparem na praia. Aguardem pelas balsas e contratem todos os estrangeiros que ali ancorarem. Terão tanto ou mais jeito para jogar futebol, são gente que precisa de ajuda, com coragem, que sonham com vitórias, que merecem a nossa compaixão e que farão com que tudo isto tenho um propósito válido. Ao contrário destes que todos os anos aterram de pára-quedas no nosso campeonato, a esses estarei de braços abertos. Já agora aproveitava o regresso das embarcações às suas origens e enfiava lá para dentro os Veigas, Freitas e Janelas que ganham tanto como os reforços que trazem mas que conseguem gerir ainda pior do que eles jogam. Vão e assinem um contrato vitalício. Só vos peço uma coisa, é que o contrato vitalício não seja como aquele que o JVP um dia assinou pelo Benfica.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Nada de novo

Os futebolistas são, regra geral, pouco inteligentes. Quer dizer, têm aquela “inteligência futebolística” que lhes permite escapar à marcação do central, rasgar a defesa com um passe bem medido ou pisar a genitália do adversário quando o árbitro não está a olhar. Mas quando toca a falar nas tv’s ou a dar uma entrevista à imprensa, é certo e sabido que lá vem mais um chorrilho de calinadas e banalidades, para minha delícia e acredito que de muitos vós. Por isso é que cada vez que um novo jogador assina por um clube, aqui o escriba fica especialmente atento. É nestas ocasiões, com a emoção à flor da pele e os media a pressionarem, que os artistas mais facilmente se espalham ao comprido. E a mesma lógica é integralmente aplicavel aos dirigentes, ávidos de impressionar jornalistas, sócios e accionistas com a nova contratação.
Uma das mais clássicas argoladas do mundo da bola (e que revela menor inteligência por quem a profere) é a comparação com grandes nomes do futebol. Quem não se lembra de Sousa Cintra (volta, estás perdoado!) dizendo que Careca (não voltes, não estás perdoado!) era uma mistura de Eusébio e Pelé? Como se veio rapidamente a provar, o rapaz era na verdade uma mistura de calceteiro com estucador. O mesmo Cintra teve o desplante de afirmar que Douglas era o novo Sócrates (o do escrete, não o de São Bento). Ainda no universo sportinguista, Litos era o novo Futre, Dani o novo Figo e Simão idem. Paíto estava rotulado de novo Roberto Carlos, e quase posso garantir que um desportivo espetou a mesma etiqueta no incapaz do Ronny.
Mas alto aí, benfiquistas! Não se fiquem a rir. Primeiro porque não é bonito rir quando vos faltam três incisivos e dois caninos, depois porque também ali para as bandas de Carnide estas comparações são useiras e vezeiras. O pobre Eusébio deve dar voltas na garrafa de Chivas a cada vez que é comparado a mais um recém-chegado. Assim sem rebuscar muito no arquivo, lembro-me logo de Akwá, o novo Eusébio, Mantorras o novo Eusébio, e mais recentemente, Adu o novo Eusébio (perdoa-os Pantera, que não sabem o que dizem…). Novos Ruis Costas também já lá devem ter passado muitos. David Luiz é o novo Humberto Coelho, Nuno “Gomes” adoptou o apelido por se comparar ao “bibota”, e até Di Maria foi considerado o novo Simão, tendo o orelhudo argentino processado imediatamente o jornal responsável por tão desbragado insulto.
A moda também já pegou nos treinadores. Hoje em dia, qualquer “mister” com menos de 40 anos e que consiga duas vitórias seguidas no campeonato é automaticamente um novo Mourinho. Neste lote incluem-se Vítor Pontes, Luís Campos, Jorge Costa, entre outros. Paulo Bento está excluído pelo simples facto de jamais conseguir duas vitórias seguidas.
Como denominador comum de todas estas comparações temos o facto dos comparados serem (ou terem sido) praticamente todos umas verdadeiras nulidades.
O tempo já devia ter ensinado aos recém-chegados que compararem-se a um craque é meio caminho andado para caírem no esquecimento. É o princípio do fim das suas imberbes carreiras. Por isso, digam-me lá: quando um tal de Laszlo Sepsi chega ao Benfica e diz que é o novo Maldini, é ou não é de lhe chamar...pouco inteligente?


Ps: eh pá, agora que releio este post…bolas, está mesmo bom…acho que sou o novo Nuno Rogeiro!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

10.000

Dr. Óscar Barbosa, Reximperator, Bond, Desanónimo, Consul, Xinfrim, Coach, Maria, Visigordo, Capicua101, Lagarto Indegesto, Sway, NandsSCP, Jimbras, 27, JR, Dragão de Lisboa, Van Costa, Grandemestre, Green Habits, Bardo, Red Ninos, Irmão Lúcio, Anónimo, Anónimo, Anónimo, Anónimo, Anónimo, Anónimo, Anónimo, restantes Anónimos e todos os nossos outros 9975 visitantes: a todos vós um grande agradecimento desde o camarote presidencial do Impróprio Para Cardíacos.
Dez mil visitantes nestes escassos meses de existência é um número que nos deixa deveras orgulhoso. Um número de fazer inveja a muito boa gente e em especial à União de Leiria. Aliás, podemos desde já adiantar que temos neste momento em mãos uma proposta do presidente João Bartolomeu, no sentido de realizar o I Encontro Anual do Impróprio Para Cardíacos no Municipal de Leiria, numa qualquer jornada a combinar. Seria uma forma do clube sentir pela primeira vez o que são mais de 187 adeptos nas bancadas, e por outro lado uma simpática forma de proporcionar uma belíssima sesta pós-almoço (muito bem regado) a todos nós.
Nestes 104 posts recebemos visitantes dos quatro cantos do Mundo. A nossa tentativa de dignificar e credibilizar o futebol nacional chegou a Macau, Hong-Kong, EUA, Venezuela, Angola, Inglaterra, Moçambique, Costa Rica, Brasil, Argentina, Chile, Suiça, Turquia, Itália, Croácia, Austrália e até a locais tão remotos e culturalmente diferentes como a Espanha.
Portanto, é com a voz embargada pela emoção e três “spotters” da PSP no nosso encalço que vos oferecemos a nossa camisola. Livrem-se de a atirar para o fosso.

sábado, 12 de janeiro de 2008

TRATA

SLB 07/08 IMPECÁVEL
2 DONOS
11 CAVALOS TURBO LENTO
REVISÕES NO DEP. MÉDICO DA MARCA

Preço: 1 CARDOZO (muito negociável)

sem garantia

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O Cacilheiro de Pedra

Depois das exibições do passado fim-de-semana só me restavam duas opções: fazer como o Paredes e o Carlos Freitas e fugir antes que o barco afunde ou instigar um motim nacional, contando para isso com o precioso apoio de Luisão e Katsouranis.

Todos sabemos que o Sporting é um clube fraco, mau e, na maioria das vezes, ridículo. O que nós não sabíamos é que o Benfica quer agora seguir essas pegadas. E se querem que vos diga, muito pior do que a discussão entre dois atletas (bem resolvida pelo Mister Zé António) é ver um camelo bípede a envergar a gloriosa. Falo obviamente de Luís Filipe, um tipo que tem tanto jeito para jogar futebol como o Paulo Bento tem para falar ou para se pentear. Até desconfio que a discussão entre o grego e o brasileiro terá sido motivada para ver quem seria o primeiro a dar porrada no Luís Filipe. Se assim for, que se levantem os sumaríssimos (já repararam que só existem para os jogadores do Benfica???), as multas e os processos internos. É um facto que “limpar o sebo” àquele pateta é um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer, e por favor façam-no!
Como se tudo isto não bastasse, lá vai o FCP ganhando jogo atrás de jogo, e verdade seja dita, também sem jogar absolutamente nada. A diferença está na atitude dos jogadores em campo (reconheço que sou a favor da clonagem humana só para arranjar outro Pinto da Costa para o Benfica).

Vai daí arranjei uma solução. Inspirada numa verdadeira mente iluminada, o meu consócio camarada encarnado José Saramago e a sua obra “Jangada de Pedra”. Para os Paulinhos que me lêem, neste livro Saramago recorre a uma série de acontecimentos sobrenaturais que provocam a separação da Península Ibérica do resto da Europa e que vai flutuando à deriva pelo Atlântico até aos Açores. Ora a minha ideia é fazer precisamente o mesmo mas apenas com a zona da grande Lisboa, separando-a do resto do país e com o mesmo rumo que a Península no livro de Saramago. Já que tanto benfiquistas como sportinguistas se encontram actualmente no mesmo barco, perdão jangada, que o aproveitemos em nosso favor. Lá iríamos nós benfiquistas embarcados na nossa Catedral e os lagartos naquele Museu do Azulejo para Daltónicos, por esse Oceano fora em busca de paz, alegrias e glória. Mas não iríamos sós nesta viagem. Levávamos connosco o ilustre clube O Belenenses (esse sim o único clube elitista da capital), o Estrela e o Atlético por serviços prestados à nação benfiquista na última edição da Taça de Portugal.
Já nos estou a imaginar a partir, dizendo adeus ao Bruno Pidá, aos manos Oliveira, ao Olegário Benquerença e seu gang, ao circo da família Loureiro e principalmente ao Quaresma, Lucho, Lisandro e Tarik. Adeus e até sempre!

A minha ideia era que a nossa embarcação, chamemos-lhe o Cacilheiro de Pedra, rumasse até se posicionar exactamente entre os arquipélagos da Madeira e dos Açores. Aí chegando, era largar a âncora até ao fundo do mar, outra belíssima maneira de despachar-mos o Luís Filipe. Ao atingir esta nova e privilegiada posição geográfica, cumpriríamos o nosso primeiro objectivo. A partir daqui, passaríamos à verdadeira razão que nos fez atravessar o Atlântico. Remodelar o campeonato nacional que, para além das 5 equipas lisboetas, passaria a contar também com o Marítimo, o Nacional, o Santa Clara e o Grupo Desportivo do Corvo, clube da ilha que tem 450 habitantes e que seria o substituto perfeito para o Leiria.
Desta forma, poderíamos voltar a vencer jogos com assiduidade, sentir o que é estar em 1º lugar do campeonato, qualificarmos os dois clubes para a Liga de Campeões e, quem sabe, até ganhar um campeonato! Este passaria a ser o novo campeonato nacional e deixávamos o resto da Península para a liga espanhola. Também gosto muito desta ideia porque poderíamos ver o FCP a fazer de Sporting, ou seja, a perder jogos, a perder taças, a perder os melhores jogadores e a perder campeonatos consecutivamente, uns atrás de outros.

Quer melhor do que isto? Então toca a por as mãos à obra que ainda há muito para dar ao serrote e a viagem é longa. Força rapaziada!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Justiceiro

Carta aberta a Sua Excelência,
o Presidente da República Dr. Aníbal Cavaco Silva:


Tomo a liberdade de lhe redigir esta missiva, plenamente seguro de que a irá ler, pois não acredito que não consulte pelo menos uma vez ao dia a única fonte de informação futebolística com o mínimo de credibilidade do país do qual V. Exa. enverga a braçadeira de capitão.
Como saberá, aproxima-se célere o dia 10 de Junho, em que tradicionalmente o Chefe de Estado condecora as personalidades lusitanas que mais se destacaram no ano transacto. Estando correntemente no mês de Janeiro, não estarei longe da verdade se disser que por esta altura já o seu vasto séquito de assessores e demais pagens trabalha numa lista preliminar de individualidades a consagrar na tradicional cerimónia dos Jerónimos.
Ora bem, sem mais delongas vou directo ao assunto que me traz ao teclado: gostaria de solicitar a V. Exa. que colocasse à cabeça dos condecoráveis o cidadão Anderson Luís da Silva, conhecido pela população em geral como Luisão, e conhecido pelo Liedson como Tenrinho. Na minha opinião, e estou certo que milhares de portugueses estão comigo, o atleta do Benfica - que muitos garantem ser irmão da fadista Mariza – tem prestado à Nação serviços da maior relevância. A saber:

- Em Setembro de 2006, durante o encontro com o Manchester United para a Liga dos Campeões, envolveu-se com o colega de equipa Karagounis numa acesa discussão, chegando mesmo a agredi-lo

- No sábado passado, durante o encontro com o Vitória de Setúbal para a Bwin Liga, envolveu-se com o colega de equipa Katsouranis numa acessa discussão, chegando mesmo a agredi-lo

Se V.Exa. é o Presidente de todos os portugueses, então pelo menos um ou dois já lhe disseram que a malta (perdoe-me o termo, mas é mesmo assim) tem os gregos atravessados. No Verão de 2004, os sujeitos tiveram o desplante de vir aqui roubar-nos o caneco e nós, em nome da tradicional hospitalidade e dos brandos costumes, ainda tivemos que fazer um sorriso amarelo.
Eles mereciam um correctivo, e não houve um único descendente da padeira de Aljubarrota que se chegasse à frente. Para vergonha de todos nós, teve que ser uma criatura arraçada de ET nascida em Amparo, São Paulo - Brasil, a fazer justiça pelas mãos de dez milhões de portugueses.
Se tivermos em linha de conta que até o Luís Represas e a Catarina Furtado foram condecorados em anos anteriores, não será demais pedir que no próximo dia 10 de Junho se condecore Luisão com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo a que se poderá muito bem juntar o título de Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada, um galhardete da Câmara Municipal de Ponte de Lima, uma caixa de D. Rodrigos, um naperon em renda de bilros e uma loiça típica das Caldas.

Cordialmente,

O 7 Maldito

domingo, 6 de janeiro de 2008

Rebenta a bolha!

Depois de quase 30 anos de existência, aconteceu o impensável: o rally Lisboa – Dakar foi cancelado na véspera da sua partida por alegados motivos de segurança (ou falta dela). Por água abaixo foram milhões e milhões de euros investidos pelas marcas participantes, pelos próprios pilotos e pelas marcas patrocinadoras. Nas 48 horas que se seguiram houve um certo burburinho, um ou outro tipo mais inconformado, mas o que é facto é que amanhã ou depois a coisa já não vai ser notícia e os milhares de papalvos que durante uma semana acamparam nos jardins do CCB já vão estar confortavelmente instalados nos sofás das suas casas a pensar que amanhã têm que ir trabalhar, em vez de estarem a passar as passinhas do Algarve nas areias da Mauritânia.
Se eles virem a coisa pelo lado positivo, rapidamente vão perceber que pelo menos assim se estão a poupar aos tradicionais acidentes, assaltos de tribos berberes, raptos da Frente Polizario e declarações sempre com um ar muito blasé do João Lagos.

Depois de mais uma jornada da Liga Portuguesa, com as já habituais e miseráveis prestações de Sporting e Benfica, com mau futebol, bancadas vazias e – cereja no topo do bolo – dois jogadores da mesma equipa a agredirem-se e insultarem-se em pleno relvado, será que não dá para convocar uma conferência de imprensa e pura e simplesmente cancelar o campeonato deste ano? Nos dias seguintes poderia haver um ou outro protesto, o Jorge Máximo até podia voltar a cortar a 2ª Circular e o Juan Barnabé alegar que isso seria matar à fome a águia Vitória. Mas se virmos as coisas pelo lado positivo, acho que temos todos a ganhar. Poupamos a mensalidade da SportTV, poupamo-nos às baboseiras dos jornais desportivos e poupamos os nossos familiares, amigos e colegas de trabalho ao nosso mau humor.
É que termos que ver jogos como os que ocorreram (como os crimes) no Sábado à noite, convenhamos que é mau demais.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Lagarto, lagarto, lagarto.

O facto de entrar sempre no Estádio de Alvalade pelo torniquete mais à direita, de me recusar obstinadamente a sentar noutro lugar que não o meu, de ter que ver sempre o pontapé de saída e de levar sempre o pin do Sporting que me foi dado por um velhote na manhã em que quebrámos o jejum de 18 anos, leva-me a pensar que talvez seja um tipo supersticioso. Só por uma vez fui contra estas minhas crendices. Foi na génese deste blog, ao escolher o nome de O 7 Maldito. Na altura não tive qualquer receio em eleger para mim o número da camisola esconjurada nos planteis leoninos desde a saída de Luís Figo, o algarismo capaz de por si só atraír roturas de ligamentos, escleroses múltiplas e até – dizem – pé-de-atleta. Se não acreditam, perguntem a Sá Pinto, Delfim, Iordanov e Niculae. Quanto ao russo Izmailov, que este ano teve a ousadia de escolher o jersey da desgraça, aguardo a qualquer momento que o azar caia sobre ele sob a forma de um elogio do Miguel Sousa Tavares nas páginas d’A Bola.
Se há época do ano dada a superstições, então essa época é o Fim-de-Ano. Desde tempos imemoriais que o Homem (o ser humano, não o "Da Luz") atribui à passagem de ano propriedades de renovação, manifestando essa crença em ritos que chegaram até hoje, como tomar um banho purificador num rio ou no mar no primeiro dia do ano, fazer barulho com tachos e panelas para afugentar os maus espíritos e lançar fogo de artifício para dar conta dos espíritos que resistiram aos tachos e panelas. Seja qual for a raça ou credo, ninguém foge à regra. Os cristãos passam o ano sobre o pé direito, pois segundo a Bíblia tudo o que está à direita é bom (a Bíblia fala em três excepções: Judas, Luís Filipe e Nélson). Os orientais dizem que a energia entra no nosso corpo pelos pés (o meu primo Telmo, que é electricista, jura que é pelas mãos), vai daí toca de pôr uma nota dentro do sapato. Usar roupa interior nova e azul, subir a uma cadeira e comer doze passas são apenas mais algumas das centenas de superstições de Ano Novo que há por esse mundo fora. Uma delas é particularmente interessante: consta que as escocesas têm por hábito beijar na boca desconhecidos. E se for um homem moreno, melhor ainda. Some-se a paixão pelo whisky e acredito que deve ser um revelhão deveras animado.
Se tudo isto dá resultado, ninguém sabe. O que a malta quer mesmo é que o Ano Novo seja melhor que o anterior. Eu, enquanto sportinguista praticante, desejo do fundo do meu coração que 2008 seja melhor que este final de 2007. Até porque pior é difícil (que me lembre, pior só mesmo o Benfica de Artur “fizemos coisas bonitas” Jorge). Por isso, nestes dias que passaram estive especialmente atento aos sinais. Prestei a mais aturada atenção a todo e qualquer fenómeno metereológico. Segui interessado a rota das aves migratórias. Ouvi a mensagem de Ano Novo do Presidente da República. E finalmente, cheguei a conclusões.
Os sinais, caros leitores, jogam todos a favor do Sporting. Escusam de ler mais entranhas de bodes. Poupem à decapitação as galinhas pretas. Queimem o horóscopo da Maya (e a Maya, se possível). Porque quando num início de ano o Liedson comparece a tempo do primeiro treino e ao mesmo tempo o Ronny chega atrasado, o Paredes nem aparece e o Djaló se lesiona, só pode significar que tudo correrá pelo melhor! Os chineses dizem que 2008 será o Ano do Rato. Eu não tenho dúvidas que será o Ano do Leão.
Para concluír, lanço mais um dardo ao poster do Simão, bato na madeira três vezes e digo bem alto: "lagarto, lagarto, lagarto!"

ps: querem mais um sinal de bom augúrio? Este é o 100º post deste blog.