quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Perdoas-me Shéu?

Que levante a mão aquele que nunca fez uma graçola com o número de dedos da mão do Shéu. Ora contemos as mãos no ar…uma do Álvaro Magalhães ali ao fundo….mais alguém? Ninguém? Só o Álvaro? Ok.
Eu sou o primeiro a admitir que fiz e não foram poucas. E talvez por isso, a Divina Providência castigou-me: na segunda-feira fui vítima de um acidente de trabalho que quase me decepava o indicador da mão esquerda. Agora, com a mão entrapada e a deslocar-me de dois em dois dias ao centro de saúde para mudar o penso, aguardando pacientemente na fila que senhoras tirem os pontos da cesariana, gostaria de deixar aqui uma palavra de solidariedade para com o agora Director de Qualquer Coisa Que Ninguém Sabe Bem O Que É do SLB. Eu, melhor que ninguém, sei o que ele passou.
A primeira mudança na minha vida relacionada com o acidente não foi má de todo. Atraí imediatamente a compaixão das minhas colegas de trabalho: “coitadinho”, “mostra lá”, “oh pobrezinho”, foram as frases mais ouvidas enquanto me afagavam carinhosamente o couro cabeludo e encostavam a cabeça no meu pouco musculado torso. Pensei então em Bento, Pietra e Chalana, as colegas de trabalho de Sheu Han, afagando-lhe a carapinha e encostando as cabecinhas na sua peitaça, confortando-o. Confesso que esta imagem me enjoou mais do que quando vi as ensanguentadas profundezas da minha falangeta.
A segunda grande mudança e enorme motivo de chacota verificou-se quando fui à tasca do costume com os meus quatro melhores amigos e levantei a mão para mandar vir uma rodada de imperiais: chegaram apenas quatro cervejas. Shéu, amigo, passar uma vida a pagar rodadas de quatro imperiais pode saír mais barato, mas não paga as piadas que ouvimos…
Por fim, as mudanças ao nível da actividade profissional. Aqui, Shéu, saíste claramente a ganhar. Aposto que muitas vezes tentaste agarrar a camisola do adversário que fugia isolado mas ele...escapou-te entre os dedos. Pode até ter sido golo contra, mas quantos amarelos evitaste? Ora eu, escriba actualmente a jogar nas distritais (leia-se blogues), sinto-me agora mais coxo que o Mantorras. As ideias fluem na minha cabeça e as mãos vacilam no teclado. O dedo atingido tinha como principais funções a limpeza das cavidades nasais e o teclar do “a”, do “q” e do “z”. Se no que diz respeito à função otorrinica o homólogo direito assumiu provisoriamente a responsabilidade, no que concerne à escrita, o dedo médio teve que acumular tarefas. Ora isto gera insatisfação e cansaço acrescido para o sobrecarregado dedo. Até já recebi um pré-aviso de greve por parte do Sindicato dos Dedos Tecladores, pois recuso-me terminantemente a pagar-lhe horas extra. Em retaliação, decidi que até esta situação estar bem clarificada não lhe corto a unha.
Shéu, fica aqui um abraço amigo do 7 Maldito, desejos de saúde e que contes muitos. Pelos dedos, claro.
Agora vou-me plantar em frente à TV e torcer para que despachemos a Finlândia com uma mão cheia de golos. 4-0, portanto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro 7, dada a sua profissão não envolver o manuseamento de serras eléctricas, serrotes, alicates de corte, tesouras de jardinagem ou foices, diria que muito provavelmente a falta de sorte se aliou à falta de concentração, resultando no trágico acidente.
É assim que se perdem jogos nos últimos minutos, ou mesmo para lá dos 90, o jogo só acaba quando o árbitro apita...
Pelo menos serviu para inspirar mais um bem humorado post.
As melhoras.

Anônimo disse...

fraquinho, fraquinho....