Nem que me aparecesse o génio da lâmpada (não estou a falar do Cristiano Ronaldo “vajóbej”) eu teria três noites tão boas como as deste fim-de-semana que passou. Arriscaria mesmo dizer que nem que me aparecesse a Nereida!
A convite de um animado grupo de casais-amigos rumei à Beira, mais concretamente à encantadora Pampilhosa da Serra, onde tinham lugar as Festas locais.
Nesta altura, o leitor atento demonstra natural preocupação para com um dos seus 134 bloggers preferidos: “então tu 7, que és capaz de ir até Carrazeda de Ansiães para ver um Carrazeda x Sporting a contar para o Campeonato de Juniores B de pistola de ar comprimido, piras-te para a Beira em dia de Supertaça!?”.
Cenoura à frente do asinino escriba, o concerto de Tony Carreira na noite de Sábado. Tratava-se afinal do regresso do consagrado artista à terra que o viu nascer. Recordo – porque todos sabem – que Tony é natural de Portela do Armadouro, aldeia que dista apenas 10 kms da Pampilhosa da Serra. Esta origem ficou imortalizada na emocionante canção “Sonhos de Menino”, da qual transcrevo um breve trecho:
Lembro-me de uma aldeia perdida na beira,
a terra que me viu nascer
Lembro-me de um menino que andava sozinho,
sonhava vir um dia a ser
Sonhava ser cantor de cantigas de amor
Com a força de Deus venceu
Dessa pequena aldeia…o menino era euLindo!
Oportunidades destas são como os golos do Nuno Gomes: acontecem uma vez a cada três temporadas, pelo que não pude dizer não e resignei-me em seguir a partida pela televisão. Mas já lá vamos.
Jantei com um olho na vitela estufada e o outro (o que vê pior) na Copa Eusébio. Depois corri a marcar lugar frente ao palco. Tony não defraudou a legião de fãs que por umas horas tomou de assalto a pacata localidade (constava até que tinham chegado quatro autocarros de Lisboa com fãs e dois de Paris). Numa hora de concerto cantou e encantou (perdoem-me, mas aqui o lugar-comum justifica-se em pleno). Emoção a rodos quando O Artista destaca o apoio para o nosso animado grupo, elogia as nossas camisolas produzidas especialmente para a ocasião (Tony@Pampilhosa. Eu fui!) e pede ao público que nos dedique um aplauso. Foi um momento verdadeiramente epifânico. Por momentos acreditei num ente superior que governa a nossa existência, que nos guia e nos ilumina (além da ASAE, claro). E Ele estava ali à minha frente, de camisa negra. Depois, comi um caldo verde para ensopar as minis e passou.
Deu para tudo neste actuação. Até para chamar ao palco o filho Mickael. Ficámos a saber que o benjamin Carreira ainda ia guiar para Lisboa nessa noite, pelo que a preocupação se instalou no seio daquelas boas gentes. Um momento menos positivo, rapidamente ultrapassado.
Tony despediu-se com o êxito É melhor (Dizer Adeus) e depois esteve três horas de pé a dar autógrafos, a beijar crianças, a ser fotografado junto de famílias, até que não restasse um único fã na fila. A sua popularidade não é fruto do acaso! A mim, autografou um CD, t-shirt e acedeu a ser fotografado com todo o grupo.
Depois, Mega-Rave na garagem dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa, com DJ Tátá e quatro bailarinas eslavas. Felizmente, dada a escassez de incêndios neste Verão, os soldados da paz tiveram vagar para dançar e confraternizar com os foliões e, principalmente, com as bailarinas eslavas.
Mas se pensam que foi tudo, desenganem-se. Porque na noite anterior tive a oportunidade de presenciar um momento único na História da Música Portuguesa. Acreditem ou não, juntos no mesmo palco que Tony Carreira havia de pisar, estiveram alguns dos maiores nomes da canção nacional: a simpática Manuela Bravo (quem não se lembra do êxito “Sobe, sobe, balão sobe”?), José Reza, a encantadora Ana (os anos não passam por ela), o incomparável Clemente (intérprete de temas como “Vais Partir” e “Colmeia do Amor”) e “last but not least”, o fantástico Mário Gil que será eternamente recordado pelo tema “Pelos caminhos de Portugal”. Especial destaque para a simpatia de todos e a forma simples e descontraída (sem vedetismos!) como lidam com os fãs. Assim se vê a diferença de Grandes Artistas para fenómenos efémeros que por aí abundam. Guardarei com saudades as fotos e os autógrafos que gentilmente nos deram.
Por fim, a noite de Sábado, já em clima de descompressão das emoções fortes dos dias anteriores. Grande jantarada, actuação do Rancho Folclórico local, pouca sorte na quermesse, boa aguardente de medronho e olhos colados no televisor para seguir as incidências da Supertaça. Confesso que fiquei algo desapontado com o resultado, pois tinha apostado num 3-0. Mas pronto, podia ter sido pior e o que interessa é que o caneco já cá canta.
Em resumo: música popular, o Benfica que não ganha nem a feijões e o Sporting a ganhar Taças ao Porto. Eis o país real.
9 comentários:
7, aproveita a gloria, um fds de tal calibre deve-se a uma conjugacao astral que ocorre cada 3milenios, i.e. ainda mais rara que as "super-ligas" do slb....
7, tens a certeza que não queres que te compre um cativo na Luz? Se quiseres, vou lá hoje tratar disso para mim. Fazemos contas depois.
Clemente, Tony Carreira, minis...mmm...acho que estás a abenfiquizar!
Para a próxima pede ao Tony que dedique uma música ao Jesualdo! A "balada da escova de dentes", lol!
Caro 7,
um fim de semana magnífico. Olha lá, não foi a 10 deste mês, há um ano atrás, que deste o pontapé de saída neste blog? Há que relembrar estas datas, homem. Desde já os meus parabéns ao rei dos passes transviados e, já agora, ao seu colega da EDP.
Longa vida ao Impróprio!
Dá-lhe 7!!!
Abraço Leonino!
Bolas, estou impressionado!
Tem que ser um visitante do Impróprio a recordar-nos o aniversário do nosso próprio blogue... Para o mpre27 segue desde já o Troféu Impróprio de Ouro que premeia o maior Ultra desta casa.
De facto é verdade. Cumprimos há dias um ano de existência, e a prova que o tempo não perdoa é que até já nos esquecemos da efeméride.
Para o ano tentaremos não deixar passar a data em claro e fazer uma festa de comemoração à altura. Não prometemos uma festa como a que o Cristiano Ronaldo e o Jorge Ribeiro deram no Altis, mas há-de arranjar-se qualquer coisinha.
Abraço e Obrigado
O benfas não ganha um troféu oficial à muito tempo...
Se não fosse o jornal a bola e as pré épocas, não sei como sería...
Tu a veres Tony? O plagiador-mor? Ai 7 que nem acredito...
NÃO PLAGIOU! NÃO PLAGIOU! O TONY É INOCENTE. ESSES BOATOS NÃO PASSAM DE UMA CABALA ORQUESTRADA PELOS INVEJOSOS DESTE PAÍS (SE APANHO O TOY MATO-O!) E O MALDITO MEXICANO QUE ESTÁ A TENTAR GANHAR DINHEIRO FÁCIL À SUA CONTA!
FORÇA TONY! ESTAREI SEMPRE CONTIGO!
Caro 7,
Ena! Que honra! Já reservei um lugar de destaque lá na sala.
ps: obrigado pela visita.
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