domingo, 30 de setembro de 2007

Sporting Clube de Pithyum (parte I)

Tal como os dirigentes, técnicos e jogadores do Sporting eu também não percebo nada de relvados mas, graças a eles, sei o que é o Pithyum. O Pithyum é o fungo que afecta o relvado de Alvalade e o responsável da gripe das aves que está a dizimar o aviário do Stojkovic. Mas o pior, é que eu começo a desconfiar que seja muito mais grave do que isso. Mas já lá vamos, por agora o jogo.
O Sporting chegou à Luz, estacionou o autocarro à frente da baliza e assim que a comitiva saiu começou a gritar “penalty”, “penalty”, sem ninguém perceber muito bem porquê. No caminho para os balneários, parece que o Paulinho carregado de sacos de rolos para o cabelo, secadores, amaciadores para cabelos oleosos, pinças, limas para as unhas e cera depilatória, tropeçou num degrau e caíu. De imedato, Paulito Bento gritou indignado: Penalty, Penalty! Já no balneário, enquanto Yanick Djaló fazia uma trancinha no cabelo de Veloso e discutiam a vida social de Paris Hilton, Liedson vê uma sandália esquecida no chão, promove o contacto, mergulha para o soalho de pastilha muito mais bonita que fachada do WC XXI, rebola agarrado à canela enquanto o grupo reclama: “Penalty, penalty”. A esquizofrenia continuou durante e depois do jogo, mas disso já todo o país se riu, sobretudo os psiquiatras que têm nos sportinguistas o seu principal ganha-pão.
É extraordinário que uma equipa que vem à Luz, pelo segundo ano consecutivo, jogar para o empate, que não joga um cú e que tem a mesma atitude no futebol que o Fernando Mamede tinha no atletismo, ainda se queixa no fim que foi roubada!? Nem na Guiné, e talvez até nem no PSD, se vê tanto indigência moral, humana e intelectual.

Esta gente fraca de espírito, dignidade e grandeza, é exactamente igual aos lagartos que eu apanhava nos Verões da minha infância. Agarrava-os com uma mão, aproximava-os da minha cara e perguntava-lhes: Ouve lá, tu também és do Sporting? Quando não respondiam, e a grande maioria nunca o fez, detectava imediatamente a principal característica dos sportnguistas: o medo aka miaúfa aka cagufa aka SCP. Com a outra mão, tirava do bolso o canivete que o meu avô me deu com a inscrição gravada ET PLURIBUS UNUM e num gesto rápido, a frio, para não fazer sofrer muito o animal, cortava-lhes a cabeça. Para meu espanto, os lagartos após serem decepados, continuavam a movimentar o corpo, demonstrando não necessitarem do cérebro para o fazer. Obviamente que com os anos evoluí e por volta dos 33 anos deixei de fazer este bárbaro e animalesco ritual. No momento em que vos escrevo este post, afianço que não corto a cabeça de um lagarto há já quase 3h e três quartos, mais minuto menos minuto. Ora, se por um lado eu apresento uma evolução, por outro os lagartos continuam a mostrar que para se mexerem, falarem, simularem penaltys, serem subversivos na verdade desportiva e eternamente patéticos, continuam a não precisar do cérebro para nada. Ontem no final do jogo, foi isso que aquela cambada de microcéfalos veio fazer e que sempre faz quando não ganha, ou seja, a grande maioria das vezes. Enfim, o costume, esta ausência de contacto entre o cérebro e o corpo não é mais do que um déja-vu sportinguista.

Quanto ao jogo, a 1ª parte foi ao nível da equipa do Sporting, fraquinha. A 2ª parte foi melhor, ao nível da equipa do Benfica, e onde trancámos os lagartos decepados no lugar onde habitualmente os podem encontrar nos derbys: no curral. E assim foi, trancadinhos no curral durante 45 m, a guincharem misericórdia da matança e a gritarem penalty da esquizofrenia.
Curiosamente o único penalty do encontro, foi a 20 metros do sítio onde eu estava e foi feito pelo João Hobbit Moutinho sobre Freddy Conguito Adu. Já no estádio tinha sido claro, indiscutível, óbvio, mas hoje ficou preto no branco com a capa da A Bola onde estão as duas fotos sobre os lances polémicos do derby. Está provado que é penalty a favor do Benfica e internamento psiquiátrico com passagem pela sala de operações oftalomogistas a favor do Sporting.

Depois da palhaçada que dirigentes, técnico e jogadores do Sporting fizeram ontem – no que me pareceu ter sido o ressuscitar do mítico Badaró com umas pitadas do também pouco inteligente Levanta-te e Ri - há para mim uma explicação muito clara. Científica até. Creio , e o que não faltam são registos de aúdio e de imagens que o provem, que todo o clube sofre de uma infermidade grave. Passo a explicar, desconfio que não é só o relvado que contraíu o fungo Pithyum, deixando-o num verdadeiro batatal. No sporting, estão todos contaminados com Pynthium: os adeptos, os jogadores, o Paulito Castanholas Bento, o Carlos João Vieira Pinto a Custo Zero Freitas e o Luís Soares Franco Só de Nome. Infectados, contaminados, doentes em estado grave e com notórios desiquilíbrios mentais. O cérebro está no mesmo estado que o relvado, um batatal onde a única coisa que floresce são os tubérculos e as larvas. Aliás, os penteados do treinador Paulo Bento e director do futebol Pedro Barbosa, apresentam uma fatela risca ao meio e que para os especialistas são os sinais mais gritantes e bárbaros de uma pessoa que sofre de Pithyum.

À semelhança de para o relvado, as únicas curas possíveis são o transplante ou o recurso à quarentena e uso de pesticidas. Com todo o desportivismo, eu recomendo-vos o segundo tratamento. O transplante de cérebro, apesar de ser um operação que sem dúvida cortaria o mal pela raiz, é uma operação para a qual a medicina ainda não tem habilitações. Esta solução iria seguramente causar-vos a morte, o que trocaria o riso que Sporting me provoca por um relativo e moderado desgosto. Recomendo então o uso de pestecidas. Como já vos disse, não percebo muito de relvados mas até percebo qualquer coisa de seres humanos. Assim, recomendava-vos beberem um xaropinho de 8 em 8h, em quantidades unitárias de litro e meio por dose. Não necessitam de receita médica e podem-no encontrar em qualquer drogaria do país, chama-se 605 Forte e presumo que devam ter antepassados que já o usaram.
Despeço-me, desejando-vos as melhoras rápidas e fazendo um sentido brinde (a palavra saúde também não ficaria mal):
À VOSSA!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Bem-vindos ao Inferno

Às 16h de sábado, as portas do Inferno abrem-se para mais um derby. Esperam-se 65 mil almas que durante hora e meia estarão num purgatório em busca da glória eterna.
Longe vão os tempos em que eu assistia a estes jogos com 120.000 pessoas, mais de 1% da população nacional, algo que, provavelmente, nunca mais nenhum clube do mundo conseguirá fazer. Ter mais de um 1% da população de um país, enfiada num estádio a torcer por um clube, significaria que para lá chegarem, o Real Madrid teria de ter um Estádio para 450.000 pessoas, o AC Milan para 600.000 e o Manchester United para 500.000. Mais um facto que faz do meu Benfica o Maior Clube do Mundo.
Mas voltemos ao derby (anglicanismo usado para definir o Impróprio para Cardíacos) e ao Inferno. O Sport Lúcifer e Benfica recebe os meninos de coro do Sporting Católicos de Portugal e, como sempre, iremos torturá-los com o melhor futebol que perfuma os relvado europeus. Durante 90m os endiabrados adeptos do SLB irão enfernizar o ambiente com rituais que infantilizam os rituais satânicos outrora praticados pela Inquisição, curiosamente, apelidada de Santa.

Após escrever a palavra Santa e envolto num nevoeiro profético - obra da roullote que hoje vieram colocar aqui no quarto 63 do Hotel Amazónia do Jamor - tenho um ataque de desportivismo, a doença mais rara num adepto de futebol. Sou surpreendido por este ataque que, ao contrário do que eu esperava e estou habituado, não é da cirrose que já me valeu uma águia de prata. Da minha própria boca sai-me a frase: “Que vença o melhor”.

Tal como o Stojkovic quando vê uma bola em direcção à sua baliza, fico em estado de pânico e com uma incontrolável descoordenação motora. O meu instinto de sobrevivência, faz-me pedir imediatamente à menina da roulotte um pronto socorro. Astuta, a criatura começa a servir-me o milagroso menú Barbas, composto por uma caneca de moscatel, dose e meia de posta à mirandesa, um garrafão de 5l de tinto com palhinha e um whisky duplo francês e engarrafado em Sangalhos, só para ajudar a empurrar. Melhor mas ainda sóbrio do susto, corro para o computador, entro na net e tento arranjar uma explicação para esta absurda frase de “vença o melhor”. Encontro imediatamente o curriculum dos clubes e comparo-os: o Sportén tem 18 campeonatos nacionais e 14 taças de Portugal enquanto o Benfica tem 31 campeonatos e 24 taças de Portugal. Nos 272 derbys já disputados, o Glorioso tem 118 vitórias (67 para o campeonato), 53 empates (34 para o campeonato), contra 101 vitórias do Sporting (44 para o campeonato). Em golos o Benfica também é melhor: 465 contra 433 dos leões. Com estes números vejo que não é só o Estádio da Luz que é um Inferno, a vida de um sportinguista também o é.

Mais calmo, beijo o cachecol que trago amarrado à cabeça e, só por piada, bato o recorde de Taças de Portugal do Benfica e viro 25 taças de tinto de penalty. Agora percebo o significado da expressão que vença o melhor. Sábado no Inferno da Luz, quando a 2ª circular deixar de ser uma estrada e passar a ser uma trincheira, já posso gritar com todo o desportivismo: QUE VENÇA O MELHOR!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Silêncio, que se está a jogar na Luz

Hotel Ibis, A5, 22h54

Nota prévia: obrigado a todos aqueles que me fizeram chegar mails, telefonemas e comentários durante o dia, exigindo a entrada deste post. “Eh pá, disseste que era na 5ª e ainda não vi lá nada!”, disseram eles. Meus amigos - respondo eu - até à meia-noite ainda é quinta-feira, e a malta tem empregos e chefes, e não dá para gastar umas horinhas do expediente assim como quem vai comprar tabaco e volta... A não ser que isto passe a ser um blogue só para assinantes. Tipo SportTV da net, mas sem aquelas duas gajas boas que entrevistam os jogadores. Aí talvez já dê para o bitoque, para montar casa em Massamá a uma “amiga”, e para ter posts a tempo e horas. A ver se falo com o Homem da Luz acerca deste tema...

Mas vamos ao que interessa: à hora de fecho deste post ainda não tenho na minha posse dados relativos à venda de bilhetes para o derby deste Sábado. Mas garanto a todos os nossos dezoito leitores que espero ansiosamente que a Luz esgote. E já vão perceber porquê.
O Sporting pode até ir jogar à Luz sem o Liedson. Até podemos jogar sem o Moutinho ou o Veloso. Catástrofe das catástrofes, até podemos entrar em campo com o Purovic, o Djaló e o Farnerud no 11 inicial, que a coisa está bem encaminhada. Porque nestes jogos “a doer”, há um factor que funciona sempre a favor da turma visitante: o público da Luz.
Acreditem ou não, com o estádio cheio e num jogo grande, o público benfiquista ajuda mais a equipa visitante do que os encarnados, perdão, os rosas. São o 12º jogador...do adversário. Porquê? Pura e simplesmente porque enquanto as coisas não correm bem, eles não abrem a boca. Calam-se como ratos. Acobardam-se.
Um destes dias prestem atenção. Reparem que as únicas ocasiões que fazem aquela turba ulular são:

- a águia Vitória mergulhando em busca da única refeição da semana, num espectáculo de fazer corar de vergonha os organizadores de lutas de pitbulls em Chelas

- o Mantorras “Saci-Pererê” a levantar-se do banco para aquecer (esta confesso que nunca compreendi)

- o guarda-redes adversário a marcar um pontapé de baliza, no que aproveitam para gritar as primeiras palavras que aprenderam

Num derby, num clássico ou numa jornada europeia, se por obra do acaso ou de um fiscal de linha não marcam um golo madrugador, impera um silêncio sepulcral. Dá para ouvir em casa o nervosismo. E se dá para ouvir em casa, imaginem só o que ouvem os jogadores. E com o nervosismo dos jogadores, começam as asneiras, e com as asneiras vêm os assobios.
É nesta altura que o Inferno da Luz, tão real de há 20 anos para cá como a heterosexualidade do ex-capitão Calado, se transforma no Inverno da Luz: desconfortável, frio, e muitas vezes chuvoso, tais são as quantidades de perdigotos projectados.
E assim, a Luz transforma-se em terreno fértil para colhermos os 3 pontos.
Claro que se porventura acontece um golo para os da casa, explodem em “gloriosos SLB’s” e “Ninguém pára o Benfica”, revelando gravíssimos sintomas de bipolaridade: são capazes de passar da depressão à euforia em escassos segundos. Têm piada.
Um conselho ao presidente Luís Filipe Vieira: na reabertura do mercado em Dezembro, fale como o seu amigo Rui Alves e troque o Miguelito (lembram-se?) pela claque feminina do Nacional. Aquelas 9 ou 10 patéticas criaturas e seus bombos conseguem-se fazer ouvir melhor do que 75.000 sócios benfiquistas.
E para verem como eu tenho razão, reparem bem no gesto que o Liedson vai fazer quando marcar na Luz...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O grande ausente

Podia ser um post sobre o Petit mas não é. Podia ser um post sobre o David Luiz, mas também não é. Também podia ser um post sobre o Maxi Lopez - que a qualquer momento deve estar a assinar pelo Sporting- mas também não é. Nem tão pouco é sobre o cérebro de Stojkovic que está algures a monte no Kosovo.
Este post é uma sincera e sentida homenagem a Vanderlei Fernandes Silva, aka Derlei, aka Ninja. O Vanderlei é sem dúvida alguma o grande ausente do derby do próximo sábado, tanto para lagartos como para todos os meus 6 milhões de familiares. O Vanderlei era um ódio de estimação na Luz, mas assim que assinou pelo Sporting, tudo mudou e passámos a gostar tanto dele como gostámos do Koke, do Nalitzis, do Motta, do Alecs, enfim daquela rapaziada que ao fim-de-semana nos fazia rir ainda mais do que ouvir o Filipe Soares Franco a dizer que o seu clube vai chegar aos 100.000 sócios.
Desenganem-se os que pensam que o Vanderlei iria ser apupado quando entrasse em campo, estou seguro que iria ser mais aplaudido do que o mentecapto do Luís Filipe. É uma enorme alegria para todos os benfiquistas ver o Vanderlei vestido de leão ao peito, com o seu penteado franchizado pelo Rui Santos e a sua técnica que faz recordar as de Farnerud e de Manuel Luís Goucha.
Por tudo aquilo que fez no Benfica, temos todos muita esperança que o Vanderlei venha a fazer o mesmo no Sporting, para assim finalmente cair no goto dos adeptos encarnados.
Vanderlei, se estás a ler estas linhas desejo-te em nome de todos nós as melhoras rápidas e que voltes depressa aos relvados. Acredita que, pela primeira vez, este sábado vais fazer-nos muita falta.

Seguimos para estágio

É por causa de semanas assim que este blogue existe. E é óbvio que não estamos a falar da Taça da Liga, estimados leitores. A verdade é que “O Derby”, o único, o que desperta os nossos instintos mais primários, se aproxima a passos largos. E como tal, o Impróprio entra hoje em estágio. Enquanto “O 7 Maldito” se vai concentrar no Ibis da A5 levando consigo apenas um computador portátil e os classificados "relax" do Correio da Manhã, o “Homem da Luz” tem por sua conta o Hotel Amazónia Jamor, tendo já solicitado – as vedetas têm destas coisas – uma roulotte no quarto. Cada um dos accionistas da SAD emitirá dois comunicados: uma antevisão à partida e após o jogo, um balanço. Depois de sorteio realizado no Café Central de Borba (obrigado menina Goretti), e estando os dois no pote 56, ficaram assim definidas as partidas:

5ª Feira: Antevisão a cargo de “O 7 Maldito”, o visitante

6ª Feira: Antevisão de “Homem da Luz”, a jogar em casa

Sábado se a embriaguez permitir,ou Domingo quando a ressaca deixar: balanço do Vencedor

2ª Feira: balanço do derrotado (damos mais 24 horas para lamber as feridas)

Em caso de empate, logo se vê. Porque o empate não interessa nem ao menino Jesus. Desculpem, interessa ao menino Jesualdo.

Mas, tal como no futebol lusitano, o que hoje é verdade amanhã é mentira e vice-versa. Por isso, se nos apetecer escrever fora deste âmbito não hesitaremos em fazê-lo. Da mesma maneira que se a jornada da Taça da Liga correr mal, também nos reservamos ao direito de entrar em blackout e pôr as culpas no Vitor Pereira.

Homem da Luz
O 7 Maldito

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Saldo negativo

Nem só de hipotéticas transferências, supostos penalties e novos penteados do Simãozinho vive a imprensa desportiva. Hoje, o jornal (chamemos-lhe assim) O Jogo traz-nos um caso da vida real, que promete fazer correr quase tanta tinta como o caso McCann. Trata-se do drama de uma mãe. Desenganem-se os que pensam que é da mãe de Filipa “Néné” que falam. Não, embora o seu drama não seja de somenos importância. É da mamã de Oscar Cardozo, o até há uma semana popular “Tacuara”.
Durante o Verão que agora acaba, na sua vila natal de Juan Eulogio Estigarribia, algures no Paraguai profundo, dona Maria Rosa trocou as idas diárias à missa das 8h00 por incursões à Junta de Freguesia local. Aí a esperava o único computador com acesso à internet num raio de 1300 km. Com a ajuda de uma simpática funcionária leu com fervor todas as notícias que os sites portugueses escreveram acerca da ida do seu filho Óscar para um tal de SLB, clube de que até então nunca tinha ouvido falar.
Ficou a saber que um gestor do clube, entretanto despedido, tinha pago pelo passe do seu rebento a fabulosa quantia de 9 Milhões de Euros. A senhora da Junta explicou-lhe que esse dinheiro, trocado pela moeda local - o guarani - daria para comprar mais de 3000 cabeças de gado, 1120 kg de farinha de mandioca e ainda ganhava 4 Luís Filipes de brinde, o que dá sempre jeito para puxar a velha carroça que apodrece debaixo da bananeira. Os mesmos sites convenceram-na de que o seu filho valia pelo menos 20 golos por época. Que daí a um ano, depois de ganhar a Champions, já o Benfica o teria vendido por uma soma astronómica a um grande clube europeu, tal como normalmente faz o seu vizinho da 2ª Circular. Que as hordas benfiquistas o levariam em ombros para uma volta triunfal em roda do Colombo após cada jogo. Que provavelmente até iria garantir a titularidade na selecção do Paraguai.
Por isso agora dona Maria Rosa está desesperada. Da Junta de Freguesia chegam notícias que o seu filho tem ficado a aquecer o banco de suplentes. E dona Maria Rosa não percebe porquê. Para piorar ainda mais as coisas, cada vez que sai para ir à tienda do señor Gutierrez, nota que os vizinhos se riem dela. Os velhacos ouviram dizer que quem ocupa agora o lugar do menino Óscar é uma tal de Cristina Gomes…
Dona Maria Rosa usa as páginas de O Jogo para lançar um apelo desesperado, um grito lancinante:
"Filho, quando tiveres tempo, liga-me! É melhor para o número fixo, porque há problemas com o telemóvel".
O que alguém vai ter que explicar a dona Maria Rosa é que o seu filho não liga porque o seu saldo está bem negativo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Que tienes en las bragas?

Pensava que com a chegada de Camacho ao Benfica, se tinham acabado as mariquices de jogar só com um avançado, mas infelizmente parece que não. Pensava que já fazia parte dos estatutos do Glorioso jogarmos sempre com dois avançados, mas infelizmente também parece que não. O que realmente me parece cada vez mais, é que este ano o LFV fez ferias em Ibiza com um maricón de playa. Então o Sr. Camacho vai a Braga jogar só com um avançado? E como se não bastasse, ainda tira o Nuno Gomes, Rui Costa e Di Maria? Tu queres ver que o equipamento alternativo do treinador também é rosa ou quê?
Amigo Camacho, não tenhas cuidado não que um dia destes levas uma assobiadela daquelas como o Paulo Bento costuma levar quando faz substituições. Vais ver que vais achar menos piada do que todos achamos aos penaltys anedóticos que, jornada sim, jornada não, se marcam a favor do Sporting. É que quando os assobios começarem, a única coisa que vai ter piada é que vais começar a pôr os 2 avançados, e com isso, ganhar com mais frequência.
Camacho, não fosse isto a nossa pré-época e eu estava mesmo chateado contigo. Mas como é, gostava só de te perguntar: Que tienes en las bragas (cuecas)? (Não, não é uma tentiva de fazer uma manchete com trocadilhos à laia de Record)
Eu só espero que a resposta do Mister espanhol à minha questão seja um viril: unos grandes huevos! É que como todos sabemos em futebol, sin huevos, no se hacen omelettes.

Prato do dia

Antes de começar, deixem-me dizer-vos uma coisa: sinto-me miserável como o relvado do Estádio de Alvalade. Aliás, sugiro à Direcção do Clube que comece a rentabilizar o estádio com outros eventos para além de concertos musicais. Um recinto deste gabarito merece receber, por exemplo, uma Ovibeja.
Adiante. Para ver a partida com o Setúbal aceitei o convite de um amigo e troquei o lugar que comprei para os próximos 17 anos por um almofadado lugar num camarote, mesmo sabendo o azar que isso poderia trazer, e que aliás se veio a confirmar. Mais azar, só mesmo quando não como um Twix ao intervalo ou quando vejo os jogos na TVI.
Confesso que não sou grande adepto de ver futebol em 1ª classe. Vê-se bem, há uma televisão para rever os lances polémicos e as anormalidades do Yannick e avista-se uma quantidade considerável de miúdas bonitas, começando pelas hospedeiras do clube. É um pouco como ir à ópera, mas em vez de septuagenárias de casacos de vison, há betinhos com camisas Ralph Lauren e charuto Cohiba nos beiços. Calculo que na Luz também seja assim, substituindo as camisas Ralph Lauren por Sacoor Brothers e os Cohiba por Português Suave sem filtro. Mas a emoção não é a mesma. Em vez de se cheirar a relva como na bancada cheira-se o perfume duvidoso do vizinho do lado. Em vez de se gritar “Oh Bento, f****-se, tira-me o c****** do Purovic!!!”, sussurra-se um tímido “o montenegrino podia ceder o seu lugar a um colega do banco”. Em suma, falta emoção. E se é para isso, fico em casa a ver o Benfica.
Mas o que falta em emoção sobra em comida. Sim, porque há um farto serviço de catering, melhor do que muito casório onde já estive. E nisto, verdade seja dita, os portugueses são todos iguais. Sportinguistas, benfiquistas ou portistas, todos são fiéis à velha máxima “de borla até injecções na testa”. Por isso, é ver a malta ao intervalo a correr dos camarotes e partir para cima das mesas, famintos como ursos pardos ao acordar da hibernação. E aposto que metade daquela malta já tinha jantado em casa. Eu, que não tinha jantado em casa, preferi atacar antes do início da partida, e lá me deixei seduzir pelo vai-vem de travessas fumegantes, pela mesa dos queijos e pelo maravilhoso som da cortiça a saltar dos gargalos. O sorriso das solícitas hospedeiras, trajando em impecáveis tailleurs verdes, também ajudou.
Sem cerimónia, comecei pelos queijos: um pouco de Serra, igual porção de Ilha e um cantinho de “chévre” para rematar. Depois, o prato principal. Dos “rechauds” sorria-me um suculento “Salmão au Champagne”, citando a plaquinha que o acolitava. Acompanhei de couve-flôr gratinada e uma salada de tomate mal temperada. O peixe deixou-se comer sem cerimónias. Para finalizar, ainda antes do café com pastel de nata miniatura, fiz questão de provar o flan e um quindim de gabarito.
Depois seguiram-se aqueles estranhos 90 minutos de futebol, sobre os quais não há muito a dizer. Talvez apenas um pequeno alerta ao mister Paulo Bento: a rotatividade não é muito recomendável quando não se tem matéria prima no banco para “rotativitar”. O Farnerud, por exemplo, pode dar um excelente caixa do Ikea, mas jogador de futebol, tenho sérias dúvidas...
Já de saída para os elevadores, passei por uma daquelas caixinhas que simpaticamente nos convida a deixar as nossas sugestões. Não hesitei e escrevi o seguinte papelinho:

Exmos. Senhores Responsáveis pelo Catering,
De hoje em diante, para as vossas ementas de Domingo, aceitem a minha sugestão: substituam o “Salmão au Champagne” por um mais apropriado e cada vez mais em voga “Perú à Stojkovic”.
Com os Melhores Cumprimentos,
O 7 Maldito

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Liga Record Impróprio para Cardíacos. Um Mastim que não ladra, mas morde.


Já diz a sabedoria popular que os que não abrem a boca são os piores. Atacam pela calada e quando damos por eles já estamos a caminho de uma urgência hospitalar que entretanto fechou. Depois morremos na ambulância.
Aparentemente é assim o mister Mastim, treinador do vencedor incontestável da 1ª jornada da Liga Record Impróprio para Cardíacos. Não lhe conhecemos comentários neste blog, mas com muita tranquilidade e 60 pontos averbados, isolou o seu Zbordeng no topo da classificação, deixando a 5 pontos o 2º classificado Estrela da Buraca F.C., orientado pelo experiente Matias.
Quanto aos comentadores habituais desta casa, o destaque pela negativa vai para o luso-britânico Reximperator, último classificado. O Dr. Oscar Barbosa e o seu La Portuguesa FC também se encontram nos últimos lugares da tabela, bem como o Dragão de Lisboa e seu Dínamo de Santos FC.
Já o Conselho de Administração deste blogue consegue meritórios desempenhos: melhor o Spartak das Avenidas de O 7 Maldito, em 9º lugar, menos bem o S.L. Branco do Homem da Luz, em 16º lugar.
A todos e em particular ao desconhecido (ainda) Mastim, os nossos parabéns.
Já agora, e se o vencedor da semana nos está a ler, agradecíamos que deixasse na caixa dos comentários o 11 com que venceu esta primeira ronda. Passaremos a pedir isto a todos os vencedores semanais, apenas para satisfazer a curiosidade dos restantes.

Começa hoje a 2ª jornada. Façam as vossas alterações até às 18h00.

Uma vitória retumbante

Caros amigos, em primeiro lugar perdoem-me alguma lentidão na resposta aos acontecimentos das últimas horas. A verdade é que o facto de estar de férias, aliado às comemorações da esmagadora vitória de ontem sobre o Manchester United fizeram com que só agora saísse da cama. As ucranianas saíram mais cedo, lá pelas 9.
Com a ajuda de uma mini e dois Benurons lá consegui ligar a net. E não é que verifico que há da parte de alguns comentadores um notório cepticismo em relação a uma Teoria que aqui foi exposta há semanas (vide os arquivos deste blogue)? Honestamente, não compreendo esses vis ataque e essas dúvidas sem fundamento. Por isso mesmo, para todos aqueles que aqui vieram pôr em causa a Teoria do Cliente Habitual ™©®, fica a nota de que serão contactados brevemente pelos meus advogados. Encontramo-nos no tribunal.
A verdade é que ontem tivemos a confirmação, a prova cabal que esta Teoria é infalível. No Estádio Universitário, a equipa júnior do Sporting esmagou a sua congénere do Manchester United, que ainda por cima teve a ousadia de, “à traição”, se apresentar reforçada com três elementos do plantel sénior. De nada lhes serviu. Ao intervalo já os sovávamos por 4-0. Depois tirámos o pé do acelerador tendo o resultado terminado num esclarecedor 5-3. Alex Ferguson assistiu à partida, disse que a qualidade da formação do Sporting “é uma evidência” e deve ter anotado no seu bloco o nome de William Owuso, o nigeriano que fez gato-sapato dos seus jogadores. Refira-se ainda que a nova coqueluche leonina, outro nigeriano de seu nome Ibrahim Rabiu não alinhou pois ainda goza alguns dias de férias depois de se ter sagrado campeão do Mundo de sub-17.
Portanto, caros leitores, pensem duas vezes antes de vir para aqui pôr em causa as teorias do 7 Maldito, ok?

Ah não festejou?!

Após o jogo com o Manchester, os adeptos leoninos ficaram eufóricos com a derrota e gritavam: “E o miúdo nem festejou o golo!! Somos os maiores!!”
Ah pois não que não festejou!
Vão lá perguntar isso às duas brasileiras que foram ter com ele ao Hotel,
a ver se ele não festejou…

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A gente fala na final...

Tiveram sorte estes italianitos, o jogo correu-lhes bem e, surpreendendo ainda mais o mundo do futebol do que o empate do Chelsea com o Rosenborg, o Milan acabou por vencer tangencialmente o Glorioso.
No 1º remate que fizeram à baliza, marcaram um golo de bola parada, onde me parece que Quim faz uma homenagem a Scolari, uma espécie de operação de charme a reclamar a titularidade na Selecção, já que a sua palmada na bola é ao nível do soco do Felipão, frouxa.
O Benfica volta a pegar no jogo, esmagando sem dó nem piedade o Campeão da Europa. Numa altura em que transformámos uma equipa de Legionários numa equipa de Farinellis, desenhámos a melhor jogada de jogo e enviámos uma bola ao poste. Dominávamos por completo San Siro e os italianitos pareciam uma vara de porcos trancadinhos no curral da Quinta do Maestro.
Subitamente, num volte­-face inesperado e num contra-ataque cobarde e venenoso, marcaram o 2º golo numa jogada plagiada ao Benfica. Um bonito golo que nasce dum canto favorável ao SLB.
A seguir, continuámos a dominar o jogo, a empurrar os milaneses às cordas mas Dida fez uma notável exibição, merecendo talvez mais o prémio da UEFA de melhor em campo do que Rui Costa. Em jeito de treino, ainda deu para estrear um jogador que eu desconhecia que fosse do Benfica e que tem um nome quase tão difícil de escrever quanto aquela equipa turca que há poucos anos eliminou o Sportén da taça uefa.
Nos minutos finais, Nuno Golos ainda reduziu mas não o suficiente para o resultado expressar alguma justiça e normalidade face ao real valor das duas equipas.
Digo-vos que não tenho dúvidas nenhumas que na final da Champions limpamos o Milan, com a mesma eficácia com que a Nova Zelândia despachou a nossa selecção de rugby.

E até vos digo que se o jogo de ontem tivesse mais dez minutinhos... capice?

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Eu tentei, Sua Santidade, eu tentei…

Não foi de ânimo leve que abandonei o meu sofá numa tarde de Domingo para ir até ao Pavilhão Atlântico ouvir Sua Santidade o XIV Dalai Lama. Tal como ver na Sport TV um Rio Ave x Varzim a contar para a Liga de Honra, a oportunidade de ver e ouvir ao vivo o líder espiritual tibetano acontece uma vez na vida. O Mundial de Râguebi, a Liga Inglesa, a Liga Italiana e a Liga Espanhola ainda me tentaram demover deste meu delírio espiritual. As minis no frigorífico, geladas à temperatura-padrão definida na Convenção da Vidigueira de 1987, gritavam por mim como o Fábio Coentrão grita pela mamã. Mas confesso que as pressões conjugais foram muitas, e para não ter de ouvir os clássicos “doente”, “obcecado” e afins, lá me fiz eu à linha encarnada do metro. Última paragem: Parque das Nações.
O tema da prelecção era “O Poder do Bom Coração”. Durante pouco mais de hora e meia, Sua Santidade falou no poder da compaixão, e de como esta pode ser a pedra de toque para um mundo mais harmonioso e justo para todos. Fiquei a perceber que nós, ocidentais, que temos tudo o que é material, precisamos apenas de aperfeiçoar o nosso lado espiritual. Substituíndo nos nossos corações rancores, invejas e frustrações por iguais doses de compreensão e compaixão, por um simples sorriso, este planeta pode ser um lugar muito mais harmonioso.
Por momentos deixei de pensar como estaria o resultado do Académica x Paços de Ferreira (tenho o Peçanha na Liga Record). Deixei que as palavras daquele bom homem me iluminassem a alma. Palavras simples de um homem simples. Tocou-me.
Finda a palestra, e já a caminho de casa, pensei em como talvez estivesse na hora de aplicar estes ensinamentos na minha vida. Estava decidido a ser mais compreensivo e a ter mais compaixão para com o mundo em geral e até mesmo com os benfiquistas em particular. Chegou inclusivamente a passar-me pela cabeça estender a mão num sinal de suprema benevolência e elogiar “O Rui”, “O Maestro”, esse velho novo Guru do 3º Anel, guia espiritual dos seguidores do Barbas. Pensei em escrever um post em que explicava calmamente aos benfiquistas que me acusam de chamar a “O Rui” um futebolista mediano, que eu até o acho um excelente jogador. Como vimos no magnífico golo que apontou no Sábado, “O Rui” trata a bola como poucos. E com o Petit e o Luís Filipe ao lado, ainda parece tratá-la melhor. Superior a “O Rui”, que me lembre, talvez só mesmo Pedro Barbosa, o Zidane português. Explicar-lhes-ia pacientemente que apenas considero que “O Rui” passou ao lado de uma grande carreira. Retirar-se-á e apenas os benfiquistas o lembrarão. Porque passou a vida em clubes de 2ª linha, e quando finalmente deu o salto para o AC Milan, um clube de topo mundial, aterrou dolorosamente no banco de suplentes. Como Chalana e Paulo Futre, não ficará na História do Futebol Mundial. Mas pronto, terá sempre um lugar no enorme coração dos benfiquistas, onde como sabemos, cabe sempre mais um. Sensatamente, "O Rui" regressou para onde ainda o acarinham, e para um plantel onde até Mantorras “Saci-Pererê” consegue jogar uns minutos.
E foi assim, com o coração resplandescente e transbordante de bondade e compaixão, que cheguei a casa e assisti ao Sporting x Estrela da Amadora, um mero “hors d’oeuvre” a anteceder o prato principal chamado Manchester United, a devorar esta quarta à noite (vão aos arquivos e releiam por favor o post “A Teoria do Cliente Habitual”).
Mas depressa voltei à minha condição terrena.
Sua Santidade, eu juro que tentei. Durante umas horas eu vi claramente o caminho da Iluminação. Ao meu nariz chegaram os aromas inebriantes do Nirvana. Ouvi os chamamentos das quarenta virgens prometidas (o quê!? isso é só para bombistas suicidas muçulmanos!? não é negociável!?), mas a actuação do árbitro Paulo Pereira deu cabo de tudo. Até Sua Santidade que não percebe nada de futebol terá gritado “penalty!!!” quando o Abel foi varrido na área do Estrela. Até Sua Santidade, que usa óculos com 14 dioptrias, conseguiu ver claramente que o Vukcevic foi derrubado dentro da área.
Por isso, Sua Santidade, diga lá que o árbitro Paulo Batista não merecia ser levado até ao Terreiro do Paço e aí ser chicoteado e apedrejado pela populaça, coberto de excrementos, as suas unhas arrancadas, a sua língua puxada por um ferro em brasa, as suas entranhas dadas a comer aos cães, e a sua carcaça aí deixada a secar num pau, à mercê das gaivotas e dos pombos, até ao fim da temporada? Isto enquanto a sua mulher e filhas eram repetidamente violadas, como é óbvio.
Sua Santidade, eu tentei. Juro que tentei… mas eles estragam sempre tudo.
Se porventura o campeonato tibetano de corridas de iaques, o vosso desporto tradicional, fosse apitado por árbitros portugueses, Sua Santidade na Sua infinita e celestial sabedoria, compreenderia e perdoaria este pobre pecador, não era?


Ps: Na ressaca do jogo da Luz (e digo ressaca porque um resultado daqueles, raro naquelas bandas, provocou a embriaguez de milhões de adeptos encarnados), o treinador da Naval Fernando Chaló foi despedido. São os sinais dos tempos: se há umas décadas uma equipa do nível da Naval ser goleada na Luz não causava espanto, hoje em dia é humilhante. Então quando um dos golos é marcado por Nuno Gomes, é um verdadeiro achincalhamento. É portanto justa a chicotada psicológica.

domingo, 16 de setembro de 2007

Orquestra Nacional da Luz

Depois de 4ª no batatal de Alvalade termos visto batatada, ontem no Estádio da Luz viu-se um futebol. Do mais fino futebol da Europa, com dois golos fabulosos e uma obra-prima assinada pelo maestro Rui Costa. Um daqueles golos que os nossos adversários também podem ver nos seus estádios, mas só na jornada em que o Rui Costa lá for jogar pelo Benfica. Por outro lado, para nós é normalzinho, costuma ser sempre de 15 em 15 dias. Na realidade, após os tristes desempenhos da selecção, o país inteiro estava com fome de bola e, quem viu ontem o Glorioso a jogar, ficou de barriguinha cheia.No caso de ser benfiquista, a expressão mais acertada é: pança cheia.
Foi de facto um espectáculo de pura classe, onde todos os jogadores brilharam. Até o Luís Filipe. Deu para tudo, inclusive para depois de ter feito aquele golão, o Maestro saltar em uníssono com o público, enquanto se cantava “e quem não salta, é tripeiro”. É por estas e por outras que o Rui Costa é um jogador único em todo o mundo. A sua classe, benfiquismo, e humildade, fazem dele uma lenda como desportista.Por exemplo, no flash-interview o Rui diz que, na sua opinião, 3ª feira vamos jogar com a melhor equipa do mundo. Ora esta frase é de uma humildade rara. O Rui Costa sabe muito bem, e todas as pessoas que percebem um bocadinho e futebol sabem também, que a melhor equipa do mundo é obviamente o Benfica.
O espectáculo da Catedral, só ficou manchado pela lesão do Petit, outro caso de um extraordinário futebolista. Mal se viu o Petit agarrado à cara com dores percebeu-se que era grave. É que o Petit é exactamente o oposto do Liedson, joga como um Homem. Ainda por cima um homem do norte e benfiquista, que como está cientificamente provado é a combinação máxima da virilidade nacional e à qual devemos a nossa independência como nação. Quais tácticas do quadrado, quais carapuças, aquilo foi mas foi uma equipa de Petits, equipados à Benfica e organizados em 4-4-2 desdobrável num 3-4-3 elástico, e mais nada!

Sei que isto pode parecer a frase mais sádica que alguma vez leu na vida, mas depois da lesão do Petit, fiquei com saudades do antigo dep. Médico do Benfica. Não, não sou um carniceiro sem humanidade e muito menos um militante do PRN. Mas parece que já estou a ver o Petit a entrar no antigo Departamento, de muletas, perna engessada e relatório na mão. Os médicos a olharem com ar desconfiado e o Petit a dizer: “O quê isto? Ah, isto num é nada, amanhã já está bão”. Passados 5m, era vê-lo a sair aos saltos como o Nélson Évora e com um relatório na mão que diria: APTO! É que se o Mantorras, mesmo a coxear, era capaz de correr e jogar durante 30m, o Petit com gesso na perna ia conseguir jogar os 90m, correr quilómetros e ainda marcar golos fora da àrea.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Pontapé de saída



Não, não é uma piada ao arrependido Scolari.
É antes o título que marca o arranque da Liga Impróprio para Cardíacos. Começa esta 6ª às 18 horas. Até ao momento estão inscritas 19 equipas, conforme podem verificar na imagem (imagem...um verdadeiro choque tecnológico para este blogue!).
Agora é que vamos ver o que realmente sabem os comentadores que por aqui andam, bem como alguns ilustres desconhecidos. As emoções estão garantidas. Quanto à corrupção, estamos a conversar com os informáticos do Record. Estamos a meia ucraniana de conseguir um acordo.
O vencedor não terá qualquer prémio, e o último classificado terá que usar uma t-shirt a dizer "Eu amo o Rui Santos" durante um ano.
Sempre que acharmos pertinente, postaremos aqui matéria acerca do tema.
Boa-sorte a todos e obrigado por terem aderido!

O Conselho de Administração da Impróprio para Cardíacos™©® SGPS

Entretanto, no Cairo…

4ª Feira, dia 12 de Setembro.
21h00 em Portugal Continental, 23h00 no Cairo.

Algures no bairro periférico de Masheyia, numa sub-cave fumarenta e bafienta onde funciona um bar de dança do ventre ilegal (uma espécie de alterne egípcio), um português berra desalmadamente com o dono do establecimento para que este sintonize a RTP Internacional. Finalmente, o empregado e proxeneta Ahmed lá consegue apontar a parabólica na direcção certa. O português, de fato de treino vermelho e visivelmente nervoso chama-se Manuel José. Desde que Scolari chegou à Selecção Nacional que se viu obrigado a fazer literalmente a “travessia do deserto”, treinando o Al-Ahly, um clube desconhecido para todos nós mas frenéticamente amado por 60 Milhões de egípcios (venham-me cá falar de maiores clubes do mundo, venham…).
Galvanizado por sete uísques emborcados de uma garrafa importada da Nigéria, senta-se sobre uma almofada frente ao velho televisor Salora.
Segue-se o desenrolar da partida, conforme a viu Manel Zé.

3’ – remate sem perigo de Stankovic. Manel Zé dá um soco na mesa e vocifera algo imperceptível em árabe.

10’ – Livre perigoso contra a Sérvia. “chuta na relva Simão anão, por Alá chuta na relva!”, implora Manel Zé

11’ – Gooooolo de Portugal. Ahmed e duas dançarinas sexagenárias comemoram efusivamente. Manel Zé pragueja e lança uma mão cheia de tâmaras podres às dançarinas, gritando-lhes “sentem-se já aí quietas, suas filhas de uma múmia!!!”

15’ – falta banal de Petit sobre Stankovic. Manel Zé não se contém e grita a plenos pulmões: “Vermelho, xô árbitro! Vermelho, pá!”

17’ – remate perigoso da formação balcânica. “Pela maldição de Tuthankamon, num país com tanta tradição na arte do sniper, estes gajos não acertam uma!” desespera Manel Zé

20’ – Nuno Gomes isolado cabeceia ao poste. “Tava a ver que era hoje... Mas tu queres dar-me cabo da vida, maldita Floribela!?”, desabafa o português

65’ – sai Nuno Gomes e entra Quaresma. O público aplaude. Manel Zé assobia e cospe um caroço de tâmara, lançando-o a 3,7 metros, batendo o seu record pessoal

76’ – remate ao lado de Paulo Ferreira. Manel Zé não esconde o alívio

86’ – Goooolo da Sérvia. “Tá em linha, tá em linha!”, explica o treinador às dançarinas obesas. Manda vir uma rodade de chá de menta para todos.

90’ – Final da partida. Quando Manel Zé se prepara para pagar a conta e levar as dançarinas para o 1º andar, Scolari agride Dragutinovic. Manel Zé explode de alegria. Pega no seu telefone e liga para a mulher: “Tou Eugénia!? Geninha, faz a mala que o mais tardar na 6ª estamos a saír desta terra de ninguém!!!”.
Desliga o telefone, manda vir mais tâmaras e chá de menta para todos e diz às acabadas dançarinas: “Não querem chamar a vossa mãezinha? Quero despedir-me com um hat-trick”.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Dia Nacional do Tiro ao Boneco

Primeiro a Selecção e só depois o Benfica, são essas as prioridades de um bom chefe de família. Digo isto porque não quero ser acusado de clubite, doença para a qual não existe cura, como se pode ver no diagnóstico de Dias Ferreira.
Se é verdade que prefiro o Quim ao Ricardo, também é verdade que prefiro o Caneira ao Miguel, o Quaresma ao Simão e a Odete Santos ao Nuno Gomes. Agora não escondo que juntar o nacionalismo útil ao sempre agradável benfiquismo, pode ser ainda mais divertido do que ler o “Eu, Carolina”. Hoje, felizmente, é um desses casos. A nossa Selecção joga a última hipótese para marcar presença no Euro e, como diria José Couceiro: “temos de ganhar e para isso temos que marcar golos”. E quem vai ser o guarda-redes da Sérvia esta noite? Pois claro, o guarda-redes do Sporting que já nos demonstrou que é dos poucos seres humanos que rivaliza com o Ricardo no número de erros à baliza.
Ora bem rapaziada, se temos o azar de ter o Ricardo na nossa baliza, temos a sorte de ter “o Moretto dos Balcãs” na baliza contrária. A verdade é que a confiança é tal junto dos nossos atletas que eu apanhei este diálogo durante o último treino:

João Moutinho- Malta, é só chutar à baliza, eu estou farto de lhe marcar golos nos treinos e sei. Até penaltys lhe consigo marcar!
Nuno Gomes- A sério!? Então se calhar até eu vou conseguir marcar um! Tchiiiii que saudades…
Cristiano Ronaldo- Então é por isso que o Mister Fergunson quando soube que íamos jogar com o Sporting na Champions, retirou logo a aposta que tínhamos dos golos que eu marcava este ano.
Deco- Legal, desculpem, porreiro pá, porreiro. Mas olhem, vocês podem marcar nos treinos, no campeonato e na Champions. Eu só posso agora, portanto passem-me umas bolas para eu marcar um golinho a esse moleque, a esse gajo pá, a esse gajo!

Para o sucesso desta missão, o Sargentão e as suas tropas contam com o apoio de todos nós. Se o caro leitor for do Sporting, e lhe custar participar nesta acção, lembre-se da atitude de Paulo Bento após o jogo no Dragão, ao não defender o Stojkovic. É só fazer o mesmo.
O Impróprio para Cardíacos decreta oficialmente o dia de hoje como: “Dia Nacional do Tiro ao Boneco”.
Contamos consigo ou sofre de clubite?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Mr. Veiga

Quase 72 horas depois da comunicação social e também "A Bola" o ter anunciado, o Impróprio para Cardíacos está em condições de avançar que José Veiga é o novo director do Swindon Town. Alto aí, cambada de prevertidos! Apesar do que as semelhanças fonéticas possam induzir, não se trata de um bar de swingers em Albufeira, mas sim de um clube de futebol inglês a militar actualmente na terceira divisão local.
Aproveitamos a ocasião para dar os parabéns ao dirigente por esta transferência. Tendo em conta que se encontrava anteriormente vinculado ao Benfica, é um considerável salto qualitativo na sua carreira. Afinal, todo o dirigente gosta de lutar por títulos e José Veiga não é excepção. Nem que seja nos distritais ingleses. Refira-se que o clube atravessa um período de grande crise, pelo que se justifica plenamente relembrarmos aqui o clássico “à beira do abismo, vamos dar um passo em frente”.
“No Swindon Town entramos sempre para ganhar, excepto quando perdemos ou empatamos”, disse Veiga (com a ajuda de um intérprete Veiguês-Português-Inglês) aos dois rapazinhos do jornal da escola local que o aguardavam à chegada do terminal de autocarros.
Mas a melhor declaração veio da boca do presidente do clube, Jim Little. Peço agora aos leitores que se sentem confortavelmente. Já está? Então agora certifiquem-se que não têm nenhum superior hierárquico por perto. É que vão rir como não riam desde que o Benfica apresentou os equipamentos desta época. Prontos? Então aqui vai. Pequeno de apelido mas grande no humor, o senhor disse apenas e só:

«Trazer o José para o clube é um golpe incrível. Ele é o José Mourinho dos dirigentes»

Com a parte do golpe incrível concordamos plenamente. É público que onde há José Veiga, há golpada. Agora, a comparação com José Mourinho é de bradar aos céus. De comparável, só mesmo o primeiro nome e as ligações com o Futebol Clube do Porto. Isto só revela o pouco que este pobre presidente conhece da sua nova contratação. Assim sendo, só nos resta enaltecer o mérito do empresário que conseguiu convencer esta desamparada direcção a contratar Veiga. Dado que os dirigentes não têm DVD’s com as suas melhores jogadas para apresentarem a eventuais interessados, o Swindon Town só pode ter avançado para esta contratação depois de ouvir as cassetes com as gravações telefónicas das melhores trafulhices de Veiga.
A partir de agora, amigos leitores, preparem-se para ver nas capas do Swindon Morning Post: “Riquelme on his way to Swindon Town”, ou “Swindon Town follows Roque Santa Cruz”, ou até mesmo “Between Inter and Swindon, i will allways choose Swindon, Robinho says”.
É lamentável que o presidente não tenha perdido mais uns minutos a estudar o percurso de Veiga. Se o tivesse feito poderia ter enriquecido a sua apresentação aos sócios com uma série de outras comparações, igualmente bem conseguidas. Por exemplo:

“Veiga é o Fernando “capachinho” Gomes dos dirigentes”
“Veiga é o Isaltino “contas lá fora” Morais dos dirigentes”
“Veiga é o “onde é que está a massa do João Pinto?” dos dirigentes”
“Veiga é o benfiquista ex-presidente de uma casa do FCP dos dirigentes”
“Veiga é o sr “o Tomasson deve estar aí mesmo a chegar” dos dirigentes
“Veiga é o “eh pá, não me penhorem o plasma!” dos dirigentes”

E podíamos ficar nisto o tempo que o Nuno Gomes demora a marcar um golo. Hmmm...ok, também não exageremos...podíamos estar nisto no máximo dois mesinhos, vá.
Mas nestas coisas de portugueses lá fora, temos que ser solidários. Por isso, ao dirigente, o Impróprio para Cardíacos deixa aqui os desejos de maiores sucessos e já agora, que os inspectores da Scotland Yard se mantenham sempre a uma distância confortável. Para o Swindon Town, os nossos sentidos pêsames: arriscam-se a que em pouco tempo lhes passem a chamar "o Benfica do condado de Wiltshire".

domingo, 9 de setembro de 2007

Ricardovski

É fácil encontrar o principal culpado do empate com a Polónia. Tão fácil que se ainda fosse vivo, até o Inspector Varatojo o descobria. Falo de um tipo que há bem pouco tempo apareceu com um corte de cabelo que tinha umas pegadas de cão e, quando um jornalista lhe perguntou porquê aquele corte, respondeu: “São as patas de um doberman que, tal como eu, é um animal injustiçado”. Como podem ver não é exagero meu, até ele próprio tem a noção que não é um homem, é um animal.
Por favor, nem sequer ousem pensar dizer-me “Epá, estás a ser injusto, o tipo já deu muito à selecção. Então e o jogo com a Inglaterra no Euro?” Aí, eu faço o que gostaria de lhe fazer a ele e dou o braço a torcer. Sim sr., o tipo já nos deu aquela memorável alegria. Uma vitória histórica, única e eterna. Mas cá para nós, também deu a todo o mundo a ideia de que Portugal é, mais ou menos, o Panamá da Europa. Caros leitores, só no Panamá um guarda-redes ousa tirar as luvas para defender penaltys.Ninguém minimamente educado e civilizado faz uma coisa daquelas. Mas enfim, foi maravilhos e eu sou o 1º agradecer-lhe por isso.
Mas agora, já chega! Se ainda não está convencido, desculpe a ofensa, mas então é porque é adepto do Sporting. Mas eu tenho aqui um nome que vai provar a minha razão: Nuno Gomes. O Nuno também já nos deu muitas alegrias. Por exemplo, foi ele que marcou o único golo à Espanha no Euro e que nos fez passar aos quartos-de-final. No entanto, parece-me que estamos todos de acordo que nenhum de nós, o quer ver tão cedo a envergar a camisola das quinas, certo?
O Ricardovski, nome pelo qual já é conhecido na Polónia, nem sequer é o melhor guarda-redes português. É o Quim e até o Fernando Santos que não percebe nada de bola, consegue ver isso. Amigos sportinguistas, admitam que é verdade. Vá, façam um esforço, o tipo até já não é do vosso clube. Por incrível que pareça, até o conseguiram vender e, dado o seu real valor, foi um negócio que nem a Braga Parques conseguiria fazer com o Estado.
Para terminar a minha argumentação, apresento-vos os números do jogo: o Ricardovski levou dois golos, tendo feito a assistência para o 1º e marcado ele próprio o 2º. A Polónia marcou dois golos, mas por incrível que pareça, só fez um remate à baliza.
E como se costuma dizer: os números dizem tudo.

"Só mais um! Só mais um!"

Não haja ilusões. A culpa do miserável jogo da selecção portuguesa contra a Polónia não foi só dos jogadores. Nem foi só do Scolari. E acreditem ou não, também não foi só do Nuno Gomes. Ou do Ricardo. Tão pouco foi dos polacos. A verdade é que a culpa daquele empate foi em boa parte do público.
Tudo começou com o mítico Euro 2004. De um mês para o outro, os portugueses descobriram uma coisa que até então lhes vinha passando completamente ao lado: a Selecção. Com o folclore das bandeiras à janela e das t-shirts com as cores nacionais, nasceu uma paixão irracional. Foi uma vaga irrestível na qual também eu fui levado, e que me arrastou quinze dias até à Alemanha para os acompanhar no Mundial. Mas curiosamente, este foi um fenómeno essencialmente “extra-futebolístico” que não afectou tanto aqueles que sempre gostaram de futebol, mas sim aqueles que até então nunca tinham ligado patavina “à bola”.
Nascia o tão falado “Clube Portugal”.
E qualquer clube – à excepção do União de Leiria – tem adeptos. No caso da selecção, a sua massa associativa aumentou exponencialmente do dia para a noite. De repente, ir ao estádio ver a Selecção passou a ser um programa de fim-de-semana apenas igualável em carga de adrenalina a ler o jornal no carro junto ao rio ou uma ida ao Media Markt.
Tudo isto seria maravilhoso, não fosse o facto 90% desta gente não perceber rigorosamente nada de futebol. Começaram a ver futebol na mesma hora em que a Selecção estava na mó de cima, dava grandes cabazadas e o Cristiano Ronaldo fazia números de circo dentro das quatro linhas. Acreditaram que o Ricardo era o melhor guarda-redes do mundo. Tudo perfeito. Só que a malta esquece-se que o futebol tem um e um só grande objectivo: antes das goleadas, dos centros de trivela e das defesas sem luvas é preciso ganhar. Especialmente nas fases de qualificação, em que como estamos agora a perceber, as contas só se fazem no fim. Habituaram-se a que um resultado normal fosse 4-0 e não se contentam com menos do que isso. Custa-lhes a perceber que se calhar um 2-1 sofrido pode ser excelente.
Para quem viu o jogo de sábado pela TV como eu, parecia que os polacos estavam em casa. Num estádio da Luz quase cheio (quase porque os convidados da FPF e dos patrocinadores resolveram não aparecer, deixando as centrais naquele rico estado de miséria) só se ouviam 2000 almas a gritar “Polska!Polska!”. O público da selecção, ao contrário do público dos clubes, não sabe que é preciso apoiar desde o primeiro minuto. Que é preciso sofrer e ter paciência. Só vão lá para festejar golos. Por isso, para além de passarem 90% do jogo calados como ratos, quando abrem a boca sai asneira. Se não gritam os ridículos "olés" que desconcentram os jogadores, forçando-os a dar toquezinhos como se estivessem num treino, gritam o inacreditável “só mais um” que pudemos ouvir.
Azar: os portugueses deram o jogo por ganho e os polacos fizeram-lhes a vontade.




Ps: 4ª Feira há mais. Se a Selecção não ganhar à Sérvia tenho uma proposta a fazer: embarquem-nos num avião, mandem-nos para França para o Mundial de Râguebi e no Sábado ponham-nos a jogar com os All-Blacks. Perdiam as manias em 5 minutinhos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Liga Impróprio para Cardíacos: uma semana para o apito inicial

Meus amigos, com a mesma confiança que Carolina Salgado afirma ser virgem, podemos hoje dizer sem qualquer hesitação que a Liga Record “Impróprio para Cardíacos” é um retumbante sucesso. Quando falta uma semana para o fecho das inscrições, contamos já com dez planteis inscritos, grande parte deles orientados por consagrados comentadores desta casa. Há um ou outro desconhecido, por certo olheiros dos grandes dessa Europa em busca de novos talentos para levar já em Janeiro.
Dez participantes é muito no panorama futebolístico nacional. Mas queremos mais. O nosso sonho era chegarmos aos quinze ou vinte, ou seja, o número médio de espectadores no Municipal de Leiria. Se ainda têm dúvidas como participar vão ao arquivo deste blog e leiam o post “Solta o Prof. Neca que há em ti”.
Aqui vai a relação das equipas já inscritas e respectivo comentador/manager:

- Spartak das Avenidas, Futebol SAD / O 7 Maldito
- S.L.Branco / Homem da Luz
- Estrela da Buraca F.C. / Matias
- Bagatela / TomAlex
- Santa Catarina FC / Madre Teresa (...será o comentador Bond...?)
- Sporting Clube do Faroeste / Cueca Verde
- La Portuguesa FC / Dr. Oscar Barbosa
- Red Ninos United / Djamba
- Dinamo de Santos FC / Dragão de Lisboa
- Aquila chrysaetos / Xinfrim

Juntem-se a estas equipas-maravilha e lá para Junho veremos quem se sagra campeão e quem desce ao blogue do Rui Santos.

Código: improprio

Fica aqui o link que permite comprar uma equipa online, pois parece que o Guia Record onde vem o código de acesso está esgotado.

http://www.ligabpultimate.record.pt/comprar_equipas.asp?op=mais

Que atraso de vida

Pela palavra “atraso” é fácil perceber que este post é dedicado a Polga, um jogador com técnica suficiente para fazer atrasos ao seu guarda-redes, mas incapaz de marcar um golinho que seja no campeonato. Aparentemente nem nos treinos.
Pois foi com um sorriso benfiquista que hoje li nos jornais: “Polga dá a cara pelo relógio oficial do Sporting”. Achei graça porque veio confirmar que as más jogadas no Sporting, afinal não são um exclusivo da equipa de futebol.
Depois de porem o Paulo Bento a fazer de operador de telemarketing – profissão para a qual aparenta ter mais sucesso do que para a de treinador – agora põe “o único campeão do mundo a jogar em Portugal” a vender relógios, tal e qual as meninas do Preço Certo fazem. Como benfiquista, só posso agradecer a oportunidade que estão a dar a todos os adeptos do Glorioso – e vocês sabem que somos muitos- de irmos ter com o Polga na rua e perguntar: “Olhe desculpe, podia-me dizer a que horas é que vai finalmente marcar um golinho no campeonato…ahahahahaha.”. Logo a seguir vai outro: “Olhe desculpe, podia-me dizer quando é que alguma vez vai chegar a tempo e horas a um cruzamento… ahahahah”. E por aí fora.
Num clube em que tudo prima pela falta de timing, só faltava o slogan do produto ser:
“Compre o relógio do Sporting, um clube que está pela hora da morte.”
Muito sinceramente, gostaria de agradecer aos dirigentes leoninos mais uma oportunidade de fazerem os benfiquistas felizes. Se não fossem vós, confesso que a nossa vida não tinha tanta piada.
Obrigado

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A matrícula amarela

São criaturas sazonais e manifestam-se preferencialmente no mês de Agosto. É no Verão que encontram a altura perfeita para atacar, quando grande parte da população está a banhos e Nuno Gomes na depilação.
Podem ser encontrados em cidades, vilas e aldeias de Norte a Sul do país, e causam reacções de vária ordem a quem com eles se cruza. Desde o espanto ao mais amargo desdém. E o riso, claro.
Falo dos novos-ricos.
Nas festas de Carrazeda de Ansiães ao volante de um BMW último modelo de matrícula amarela, na Marina de Vilamoura aos comandos de um Cranchi de 30 pés, ou até a pousarem de helicóptero – pasme-se! – na Comporta, eles gostam de ostentar. E atenção que ostentar não é mostrar. Ostentar é exibir, é ter a certeza que os outros vêem, é impor. É atirar à cara.
É um fenómeno tranversal a todos os extractos sociais e encontra várias razões. Se aqueles que tiveram que emigrar acreditam que o sucesso se mede em centímetros cúbicos e em spoilers dianteiros, os que cá moram querem vingar os anos em que o puto do 1º dreito tinha umas sapatilhas melhores, uma bicicleta melhor e uma namorada melhor. São anos e anos de frustração e recalcamento. Anos e anos a pensar naquele mês. Nem que para isso a prestação da casa fique em atraso ou que os putos fiquem sem cereais. Quando finalmente chegam lá, a coisa sobe-lhes à cabeça. Perdem a noção do ridículo. E fazem as figuras tristes que tão bem conhecemos.
Isto a propósito de quê? De uma coisa que eu – muito honestamente – não julgava possível.
Na última semana, dois atletas representando Portugal conquistaram com todo o mérito medalhas de ouro e respectivos títulos mundiais nas suas modalidades. O país aplaudiu, e bem. Tal como se habituou durante décadas a aplaudir Campeões como Rosa Mota, Carlos Lopes, Fernando Mamede, Fernanda Ribeiro, Naide Gomes, Francis Obikwelu, Aurora Cunha, gémeos Castro, entre tantos outros. Mas os mais recentes campeões, quando em competições de clubes, vestem a camisola do Benfica. “Não interessa, é Portugal”, diz o comum dos mortais. “BIFFFIGGGUI!!!!!”, urra visceralmente o sócio e simpatizante do clube da Luz. “Imprime mais 20.000 exemplares!” grasnam os directores da imprensa desportiva.
Até à semana passada os desportistas do Atletismo eram de Portugal e, “en passant”, do clube X ou Y. Agora não: são do Benfica. Ponto.
Os adeptos de tal clube nunca tinham visto nada semelhante em cento e tal anos de existência. E à falta de resultados em modalidades com maior visibilidade, porque secretamente sempre tiveram inveja do vizinho do lado, e porque nunca se sabe como será o dia de amanhã, fazem destas duas medalhas o seu BMW de matrícula amarela.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Tudo normal

Nesta jornada, o futebol português regressou à sua normalidade. O Benfica voltou às vitórias no campeonato e foi à Madeira dar um bailinho ao Nacional. Foram 3 golos mas podiam ter sido 6. Cardozo fez o seu primeiro “bis” do campeonato, o 1º onde mostra que para ser rato de área não é necessário jogar sujo e o 3º onde exemplifica ao João Moutinho como os bons jogadores marcam penaltys. Mas o melhor do jogo, foi o golo de Rui Costa, um golo de classe, magia, genialidade, enfim, um encanto para todos os benfiquistas e lagartos que habitualmente vêem os nossos jogos. Aliás, depois dos “livres à Camacho”, agora já podemos baptizar estes momentos como “golos à Rui Costa”. E por falar em baptismos, esta jornada voltamos a ver os, também já baptizados, “golos ilegais à porto” e os “penaltys à liedson”.
Nesta jornada, o futebol português regressou à sua normalidade.

NIB

Agradecemos que alguém do “Record” nos contacte, para que possamos fornecer-lhes o NIB da conta do Impróprio para Cardíacos onde poderão depositar os 4000€ que nos são devidos por utilização abusiva da “Teoria do Cliente Habitual ™®©”, aqui publicada na semana passada.
Se não acreditam, basta verem a edição de hoje, mais concretamente as páginas dedicadas ao Sporting. “O Cliente do Costume”, titulam eles a propósito do Belenenses. Pensavam que com a troca de uma palavrinha a malta se deixava enganar, não? Tenrinhos...
Que a malta dos blogues utilize as matérias publicadas na imprensa desportiva para fazer chacota, tudo bem. Agora, que os profissionais remunerados da imprensa escrita utilizem as alarvidades publicadas nos blogues para fazer matérias "sérias" é que já me parece mal…
Depositem lá o arame e não se fala mais no assunto, ok? É que eu e o Homem da Luz não vivemos disto, e como as taxas de juro andam, um extrazinho no fim do mês dá um jeitaço.

Já que falamos de depósitos, só mais uma perguntinha: “ó Benaglio, onde é que queres que o Vieira te deposite aquilo que combinaram? Aí no balcão da CGD de Câmara de Lobos, ou no Credit Suisse lá da terrinha de onde tu vieste?”